Capitalismo em crise – uma explicação marxista
Nada descolado
No início da crise muitos comentaristas e políticos tentavam dar a impressão que a crise não seria tão grave, e que o efeito na economia mundial seria limitado. Lula chegou a dizer muitas vezes que a crise é “problema do Bush”.
Ao contrário da propaganda oficial, durante as últimas décadas em que com a globalização o mundo estava totalmente interligado, foi lançada a teoria do “descolamento”. Mesmo com uma crise nos EUA, o resto do mundo poderia continuar a crescer. É verdade que nos últimos anos o comércio entre, por exemplo, Europa e Ásia aumentaram. Mas isso reflete um aumento de exportação de equipamento de produção da Europa para China e para outros países do Sudeste Asiático. Esses países importam esses equipamentos exatamente para aumentarem a produção de mercadorias para exportar grande parte para os EUA.
O eixo EUA e China tem sido decisivo para o crescimento mundial dos últimos anos. Em 2006, EUA e China respondiam por quase 40% do crescimento mundial do PIB.
Aqui no Brasil fala-se muito que o comércio com os EUA diminui em peso. Mas o Brasil exporta mais para países que, por sua vez, têm um comércio grande com os EUA, como a China ou o México.
A teoria do descolamento baseava-se na idéia de que os grandes países emergentes, chamados BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), e que têm crescido bastante nos últimos anos poderiam agir como um novo motor para a economia mundial. Mas esses países já estão bastante afetados pela crise.
Rússia
A economia russa está desacelerando rapidamente com a taxa de crescimento caindo pela metade. Durante os cinco dias de guerra contra a Geórgia, houve uma fuga de capital de US$ 26 bilhões. A queda do preço do petróleo gerou uma nova onda de fuga de capital. A bolsa de valores de Moscou caiu com 75%. Depois do colapso do Lehman Brothers, o governo lançou um pacote de US$ 127 bilhões para apoiar o dos bancos.
No dia 07 de outubro, o governo injetou US$ 81,3 bilhões em dois bancos em crise, Sberbank e VTB, e Medvedev diz que tem mais US$ 170 bilhões que podem ser usados rapidamente.
Durante a crise em 1998, a bolsa de valores perdeu mais de 90% do valor. A grande fuga de capital levou também a uma forte queda do rublo, de 30%. A queda do rublo ajudou a elevar as exportações, e também a limitar as importações, estimulando a produção interna. Com o aumento do preço do petróleo a economia russa cresceu rapidamente, tornando-se o maior exportador de petróleo do mundo. Mas a queda do preço do petróleo está tendo um efeito devastador, e se estima que o orçamento federal precisa que o petróleo fique acima de US$ 85 o barril para não ter déficit.
China
A China também está desacelerando, mesmo com um patamar mais alto de crescimento. A crise atingiu com a força de um tufão a região Guangdong no sul da China, um dos centros de produção para a exportação. O economista-chefe da Câmera de Comércio de Hong-Kong afirmou que é “o pior ambiente econômico de nossas vidas”. A Federação de Indústrias de Hong-Kong alerta que 2,5 milhões de empregos vão sumir na região nos próximos 3 meses. Eles também afirmam que 20 mil pequenas e médias empresas em Hong-Kong vão ter que fechar até janeiro.
Na cidade de Dongguan, com 7 milhões de habitantes, os dirigentes da cidade falam em “depressão”. Wang Zhiguang, vice-presidente da Associação de Indústrias de Brinquedos de Dongguan, disse à imprensa local: “Das cerca de 3.800 fábricas de brinquedos em Dongguan, somente 2.000 vão sobreviver aos próximos dois anos.” Em Xangai, a produção industrial caiu 6% em setembro, comparado ao mesmo mês do ano anterior.
Há inúmeros casos de trabalhadores fazendo manifestações, exigindo receber os salários não pagos pelas empresas que quebraram. Em uma fábrica de relógios em Shenzen, 600 trabalhadores ocuparam a fábrica por dois dias. Nesse momento, esses protestos limitam-se a exigir o pagamento dos salários. Ainda não há um nível de consciência onde os trabalhadores questionem o direito dos patrões fecharem as fábricas e colocarem milhares na rua para proteger os seus lucros. Muitos acham que não a nada mais a fazer e ainda esperam conseguir um trabalho em outro lugar. Mas com o aprofundamento da crise, as oportunidades de achar novos trabalhos ficarão mais escassas.
Os aumentos nos preços de matérias-primas e combustível, o aumento do valor da moeda e mercados de exportação com problemas, já afetaram os margens de lucro. Os primeiros a serem afetados pela crise são as regiões com produção voltada à exportação, mas isso é só a primeira fase em que pode ser uma desaceleração industrial significante, potencializada pelo estouro simultâneo das bolhas no mercado de ações e imobiliárias.
O mercado imobiliário sofreu uma forte queda em várias regiões. As vendas de janeiro até junho caíram 14%, comparado ao mesmo período em 2007. As vendas tinham crescido 25% durante 2007. A Vanke, a maior imobiliária da China, divulgou uma queda de 35% nas vendas. A construção residencial responde por 7% do PIB e 20% de todos os investimentos. A venda de carros caiu 10% em agosto, em relação a esse mesmo período em 2007.
Em 2007, 36% da renda das famílias urbanas e 43% da renda das famílias no campo foram gastas em alimentação. Os preços de vários alimentos subiram de 10% a 60%. A inflação chegou a 8,7% em fevereiro, caiu a 4,9% em agosto, por conta do freio no consumo.
Em setembro o renminbi foi desvalorizado pela primeira vez desde 2005, desde quando havia subido 20%, para ajudar as empresas que exportam. O governo também cortou a taxa de juros pela primeira vez desde 2002.
O governo lançou no dia 09 de novembro um grande pacote de US$ 586 bilhões para estimular a economia nos próximos dois anos. Isso mostra como o governo está desesperado para manter o crescimento, temendo as consequëncias sociais.
Isso é uma mudança brusca na política do governo, que havia adotado várias medidas para conter o crescimento superaquecido no último período. Mas grande parte desse pacote são medidas que já estavam planejadas. As regiões também lançaram uma série de pacotes, totalizando impressionante US$ 1,4 trilhões. Mas não está claro até que ponto isso é propaganda, e quanto disso que depende de dinheiro do govero central. Além disso, a coordenação econômica é fraca entre as regiões, e muitas vezes as regiões competem entre si com projetos semelhantes.
A economia chinesa é muito dependente das exportações e dos enormes investimentos que respondem por 40% dos PIB. O consumo interno é fraco e representa só 35% do PIB. O crescimento anualizado em outubro das exportações cresceram foi de 9%, bem abaixo dos 26% de setembro 2007, segundo New York Times (24/10/2008).
67 mil pequenas e médias empresas, a maioria exportadoras, declararam falência no primeiro semestre, segundo dados oficiais. As pequenas e médias empresas foram responsáveis pela criação de 85% dos empregos em 2007. Mais afetados são as empresas que exportam têxteis e brinquedos. No total já se calcula que 20 milhões de pessoas vão perder seu emprego durante 2008, mesmo que o crescimento geral ainda abra oportunidades de emprego para a maioria.
A China, que antes era a esperança para os capitalistas do mundo, está se tornando em uma nova fonte de desespero.
O crescimento da China atingiu 11,4% em 2007, o maior nível em 13 anos. Mas esse crescimento vem desacelerando-se nos últimos 5 trimestres. No terceiro trimestre, o crescimento era de 9%, mas as previsões para o ano que vem é que o crescimento caia mais ainda, abaixo de 8%. No contexto chinês, um crescimento abaixo de 8% tem o efeito de uma recessão, com aumento do desemprego e queda no padrão de vida para grande parte da população. Seria necessário criar 20 milhões de emprego por ano.
O forte investimento levou a bolhas e excesso de capacidade em vários setores, não só o imobiliário. Baosteel, a maior produtora de aço do país, reduziu o preço em 40% e a produção deve cair 10% no quarto trimestre. Além da desaceleração da construção civil, há a queda de vendas de produtos que usam aço, como automóveis (-3,3%), geladeiras (-6%) e aparelhos de ar-condicionado (-18,2%). A produção de aço caiu 7% em setembro (comparado a setembro do ano passado), levando a uma queda no preço de carvão de 14%. A China produz 40% do aço do mundo e consome 33%. A queda na demanda do aço é o principal fator por trás da crise na Ucrânia, que é uma grande produtora de aço.
A China obteve um crescimento muito rápido desde o início dos anos 80, quando começaram as reformas para restabelecer o capitalismo, tornando-a a maior fornecedora de mão de obra barata do mundo. Assim o país atraiu investimentos do mundo inteiro. Em 1980 a China só tinha 0,8% das exportações mundiais de produtos manufaturados. Em 2003, aumentou para 7,3%.
Em 2006, a China tornou-se o segundo maior exportador do mundo, ultrapassando os EUA. Em 2008 deve ultrapassar Alemanha e se tornar a maior exportadora do mundo. Mas o forte crescimento chinês tem os mesmos aspectos negativos que o da União Soviética durante o stalinismo. É um crescimento “extensivo”, utilizando grandes recursos humanos e grandes quantidades de capital, junto com tecnologia que imita a tecnologia mais avançada dos países capitalistas. Sem um planejamento e controle democrático dos trabalhadores, isso leva a grande desperdício e é bastante ineficaz. Um agravante comparado ao stalinismo é o elemento de especulação, o qual agrava a tendência de superinvestimento em algumas áreas, gerando grandes bolhas.
O índice das bolsas de valores chinesas (Shenzen e Xangai) subiu 134% só no ano de 2006. Grandes lançamentos de empresas estatais, como o ICBC (o maior banco chinês) na bolsa atraíram muitos investidores. O mercado de ações chinesas ainda é pequeno, e tinha o ano passado um valor de capitalização equivalente a 5% das bolsas dos EUA, e no nível do Brasil. Mas atraiu muitos pequenos poupadores, que até pagavam ações com cartão de crédito, ou faziam empréstimos usando a casa como segurança. No total, são 100 milhões de chineses que investiram na bolsa, já que não há sistema de saúde, educação ou aposentadoria pública e as famílias têm de poupar grande parte de sua renda. Com juros baixos, muitos tentaram a sorte na bolsa. O caráter de cassino talvez seja reforçado pelo fato que bingos, loterias e jogatinas são proibidos no país.
“Uma semana ruim no inferno”
O banco americano JPMorgan Chase rebaixou no dia 14/11 sua previsão de crescimento mundial para o ano que vem para 0%. Com o crescimento da população mundial, é necessário um crescimento de 3% para a miséria não aumentar. O título do informe do JPMorgan dia 28/10 era “Uma semana ruim no inferno”!
Os países que compõem 64% do PIB mundial, EUA, União Européia e Japão, já estão em recessão.
A OIT (Organização Internacional do Trabalho, da ONU) prevê que o número de desempregados o ano que aumentará em 20 milhões de 190 para 210 milhões. O número dos que viverão com menos de US$ 1 por dia deve crescer de 487 para 527 milhões; e a parcela dos que viverão com US$ 2 por dia crescerá de 1,3 para 1,4 bilhões.
EUA
Nos EUA, o PIB caiu 0,5% no terceiro trimestre. Os consumidores cortaram seus gastos em 3,7%, a maior queda desde 1980. Em setembro a produção industrial caiu 2,8%, a maior retração desde 1974. As previsões para o quarto trimestre são de uma queda do PIB de 3-4%. O banco HSBC prevê um déficit no orçamento federal de US$ 800 bilhões (5,5% do PIB). Se os gastos com o pacote de resgate ao setor financeiro são incluídos, o rombo será de US$ 1,8 trilhões.
Durante outubro, a venda de carros nos EUA caiu 32%. O pior desempenho foi o da GM, que durante décadas foi a maior montadora do mundo, perdeu 45% das vendas durante o mês. Também no Japão as vendas de veículos vêm caindo. Outubro foi o terceiro mês consecutivo de queda nas vendas, com 13%.
A crise das montadoras é profunda, especialmente da GM, que pode ir à falência. Durante semanas se discute um pacote para salvar as montadoras, mas ainda sem chegar a uma conclusão.
Em total são 3 milhões de trabalhadores que são empregados no setor automobilístico dos EUA, incluindo o setor de autopeças, concessionárias, etc.
O corte de vagas nas empresas dos Estados Unidos subiram 19% em outubro e alcançaram o maior nível desde janeiro de 2004, segundo o relatório da empresa de consultoria Challenger, Gray & Christmas. Os setores de serviços financeiros e automotivo têm o pior cenário. No dia 07/11 foram apresentados os dados oficiais do desemprego, mostrando uma nova alta de 6,1% para 6,5% em outubro, o nível mais alto em 14 anos. Pela primeira vez em 25 anos existe mais de 10 milhões de desempregados nos EUA.
4,5 milhões de famílias estão em atraso com os pagamentos de suas casas. No terceiro trimestre, um recorde de 765, 558 casas foram tomadas por bancos por falta de pagamento, 71% acima do mesmo período em 2007.
América Latina
A América Latina, que cresceu 5,5% por ano nos últimos cinco anos, fato inédito desde 1970-74, vai enfrentar grandes problemas com a queda das commodities.
O Índice Reuters/Jefferies CRB de 19 matérias primas despencou 24% em outubro, a maior retração em 52 anos.
Segundo Morgan Stanley, se os preços retornarem a sua média dos últimos dez anos, os orçamentos latino-americanos, equilibrados, retornariam rapidamente a um déficit de 4,1% do PIB.
Excluindo o México (que exporta produtos industrializados para os EUA, principalmente produzidos por empresas estadunidenses), as commodities respondem por 74% das exportações dos países latino-americanos.
O Latin American EconoMonitor rebaixou recentemente a sua previsão para o crescimento na América Latina em 2009 de 3,3% para 2,5%. A previsão para o México foi reduzida de 2,2% para somente 0,3%, devido à grande dependência de exportações aos EUA.
A Argentina, que teve um crescimento alto no último período, está enfrentando uma fuga de dólares. O peso está no seu valor mais baixo ante o dólar desde dezembro de 2002.
Standard & Poor’s rebaixou pela segunda vez em dois meses e meio a nota da dívida argentina e o risco país está em 20%.
A dificuldade da Argentina de obter crédito no mercado mundial leva a temores que o país tenha que declarar moratória da dívida de novo, como em 2002. Durante o ano que vem o país terá que pagar US$ 20 bilhões de dívidas que estão vencendo.
O governo está tentando negociar o pagamento da dívida de US$ 6,7 bilhões com o Clube de Paris (um grupo informal de 19 países ricos que lidam com crises nos pagamentos das dívidas externas) para poder obter créditos no mercado mundial de novo, mas não conseguiu avançar.
No meio dessa crise, Cristina Kirchner lançou o projeto de lei que estatiza os fundos de pensão, criados em 1994. “Enquanto outros países decidiram salvar bancos e instituições financeiras, o governo argentino decidiu salvar o seus trabalhadores”, diz o presidente do INSS argentino. Mas a medida é mais vista como uma maneira do governo colocar as mãos nos US$ 30 bilhões de fundos e US$ 5 bilhões de arrecadação anual e, por isso, a bolsa despencou 24%.
A medida em si é correta, mas o movimento dos trabalhadores tem de reivindicar que esses fundos sejam controlados pelas organizações dos trabalhadores para garantir que não sejam usados para pagar as dívidas aos banqueiros.
A estatização dos fundo de pensão já teve uma retaliação no exterior. Um juiz americano ordenou o bloqueio do US$ 553 milhões de investimentos que os fundos de pensão argentinos tinham nos EUA por exigência de grupo de investidores americanos que perderam dinheiro com a moratória de 2002, e recusaram-se a participar da renegociação em 2005.
A Argentina também está sendo afetada pela queda nos preços das commodities. O preço da soja caiu 40% nos últimos meses, levando a uma queda na arrecadação de impostos em US$ 2,5 bilhões.
Temendo onda de demissões, o Ministério do Trabalho determinou que toda medida que afete 5%-15% (dependendo do tamanho da empresa) empregos deve passar por intermediação.
A Venezuela também vai ser afetada, especialmente pela queda no preço do petróleo, responsável por 94% das exportações e metade da arrecadação fiscal. 80% dos alimentos são importados, e a Venezuela depende das divisas das exportações para pagar as importações.
Uma queda na receita do governo também coloca em risco os programas sociais e Chávez corre o risco de ter baixas nas eleições regionais em 23 de novembro.
A Bolívia também depende muito das exportações de commodities. A Comibol (Corporação Mineira da Bolívia) informou em 26 de outubro que 10 mil dos 33 mil mineiros já tiveram que paralisar o trabalho devido à crise no mercado de zinco. O zinco é o segundo produto mais exportado, depois do gás, e o preço caiu mais de 50% em algumas semanas. A Bolívia, como outros países da América Latina, também depende de remessas de trabalhadores que estão no exterior. Existem 2,5 milhões bolivianos no exterior e a expectativa é que as remessas diminuam, e que muitos tenham que voltar para a casa, o que vai agravar o desemprego.
Crise geral no Leste Europeu
Praticamente todos os países do Leste Europeu estão entrando em crise. Isso traz grandes riscos aos bancos europeus, que são os principais credores. Dados do BIS mostram que os bancos da Europa Ocidental respondem por três quartos dos empréstimos para o Leste Europeu, América Latina e países emergentes da Ásia, feitos durante o último período.
Os bancos austríacos, por exemplo, têm 85% dos seus créditos internacionais em países emergentes, quase a sua totalidade no Leste Europeu. Na Suíça, a parcela é de 50%.
A Hungria já fechou empréstimos de US$ 6,7 bilhões com o Banco Central Europeu e de US$ 15,7 bilhões com o FMI. A Ucrânia, afetada gravemente pela queda de demanda de aço da China, também fez acordo com o FMI de um empréstimo de US$ 16,5 bilhões.
Os países bálticos também estão em crise, especialmente Letônia e Estônia, que depois de terem crescimento acima de 10% em 2005-2006, agora encaram a perspectiva de uma queda do PIB durante os próximos dois anos. Na Letônia, o PIB teve uma forte queda de 4,2% no terceiro trimestre. O governo anunciou que vai congelar os salários dos servidores públicos, enquanto a inflação está em 16%.
Outros países com problemas econômicos na região é Belarus, Sérvia, Bulgária, Croácia, Romênia e Polônia.
A União Européia, com 27 países, teve queda de 0,1% no PIB no terceiro trimestre e a previsão da Comissão Européia é que caia de novo no quarto trimestre.
Crise financeira não acabou
Segundo o site da Fortune (06/10), os grandes bancos da Europa têm uma alavancagem maior que o Lehman Brothers (lembre-se que foi a quebra do Lehman Brothers dia 15/09 que iniciou o último período de pânico nos mercados). Todos esses bancos com grandes alavancagens já tiveram de receber ajuda dos governos. Um destaque especial para o Deutsche Bank, o maior banco alemão com dívidas de US$ 2,6 trilhões, o equivalente a 80% do PIB do país!
Segundo um informe do Bank of England (banco central da Grã Bretanha) de 28/10, as perdas do sistema financeiro atingiram US$ 2,8 trilhões, o dobro da estimativa de abril esse ano.
Existe um grande risco que os fundos hedge sejam novamente uma fonte de problemas Segundo a Folha de São Paulo (23/10), Nouriel Roubini estima que centenas de fundos hedge quebrem no próximo período. O francês Patrick Artus, diretor de estudos econômicos da empresa Natixis, calcula que os fundos hedge terão de vender ativos por US$ 600 bilhões até o fim do ano para cobrir as perdas. Vendas forçadas nessa escala levarão a novas grandes quedas nas bolsas.
O FMI também está abrindo seus cofres para tentar aliviar a crise de crédito. Recentemente o FMI anunciou a abertura de uma linha de crédito de curto prazo com US$ 100 bilhões para países em 3-9 meses.