China: Exigir a libertação das ativistas presas!
A ditadura chinesa celebrou o Dia Internacional da Mulher prendendo mulheres ativistas, causando ultraje por todo o Mundo. As prisões evidenciam a repressão generalizada do regime de Xi Jinping, mas também como os direitos das mulheres são sufocados na China atualmente. Nos dias 6 e 7 de Março, exatamente antes do Dia Internacional da Mulher (8 de Março), forças de segurança prenderam dez mulheres ativistas por prepararem protestos contra a opressão de gênero.
Esta operação da polícia chinesa aconteceu em diversas províncias do país. As ativistas foram presas em diferentes lugares – Pequim, Hangzhou [leste] e Guangzhou [sudeste]. Algumas das ativistas foram já libertadas, mas cinco conhecidas feministas continuam detidas. Os seus nomes são: Wu Rongrong (武嵘嵘) 30 anos, Zheng Churan (郑楚然) também conhecida como Da Tu (大兔) 26 anos, Li Tingting (李婷婷) ou Li Maizi (李麦子) 26 anos, Wang Man (王曼) 32 anos, and Wei Tingting (韦婷婷) 26 anos. Li Tingting foi presa em Pequim, Zheng Churan foi presa em Guangzhou e Wu Rongrong em Hangzhou.
As mulheres planeavam organizar protestos em diferentes cidades no dia 8 de Março, marchar num parque de Pequim e colar adesivos em transportes públicos alertando contra o assédio sexual.
Nos últimos anos, estas ativistas ficaram conhecidas pelas suas performances para chamar atenção da opinião pública para os direitos das mulheres na China. Entre as suas ações, incluem-se uma campanha para exigir mais construção de sanitários para mulheres em locais públicos e ainda uma ação contra a violência doméstica em que se vestiram com vestidos de noiva brancos cheios de tinta vermelha. Elas são membros do Women’s Rights Action Group (Grupo de Acção pelos Direitos das Mulheres), que luta contra a discriminação de gênero.
“À procura de confrontos e de problemas”
Como a revista Time salienta, estas cinco ativistas “não estavam a defender a derrubada do Partido Comunista”. E nem sequer “organizavam comícios políticos, mas antes utilizavam a arte para desafiar os preconceitos da sociedade.” [Revista Time, 19 Março 2015]. Mais uma vez, à semelhança do que acontece com ativistas pelos direitos das minorias étnicas ou contra denúncias de corrupção, a máquina ultra-repressiva do governo atinge até os críticos moderados e dentro do sistema.
No dia 12 de Março, as cinco foram oficialmente acusadas pela polícia de “causar distúrbios, procurar o confronto e causar problemas”. Esta é uma acusação genérica muito utilizada pela ditadura para silenciar e encarcerar os críticos ao regime – incluindo representantes dos trabalhadores e ativistas políticos. Se forem julgadas culpadas, a sentença pode ir até cinco anos de cadeia.
Solidariedade impedida na China – é necessária solidariedade internacional
Desde a prisão das cinco ativistas, têm sido lançadas petições por toda a China exigindo a sua libertação. Mas em muitas escolas e universidades estas ações foram impedidas pelas autoridades, que ameaçaram os estudantes com represálias. Sites e páginas em redes sociais relacionadas ao assunto foram bloqueadas no país.
Ações de solidariedade internacional são necessárias urgentemente. O CIT (Comitê por uma Internacional dos Trabalhadores), que tem um registo histórico de campanhas contra o sexismo e a discriminação, assim como contra a repressão estatal, pode desempenhar um papel chave em iniciar protestos, tendo em conta as suas ligações globais e organizações ativas em mais de 40 países. Os apoiadores chineses do CIT na China e em Hong Kong (Socialist Action – Acção Socialista) apelam aos socialistas e ativistas feministas internacionalmente para organizarem protestos, escrevendo às autoridades chinesas e fazendo protestos pela libertação das “China 5”.