“Vamos ganhar de volta o Sintaema para os trabalhadores”

Nos dias 23 a 24 de setembro, acontecerão as eleições para o Sintaema, o Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo. É um sindicato importante que abrange empresas como Sabesp, CETESB, Fundação Florestal, a antiga SANED, etc. A LSR falou com Abdon e Marzeni, da chapa da Oposição Unificada.

Qual é a importância dessa eleição?

O PCdoB (CTB) dirige o sindicato há três décadas e no último período perdemos muitos direitos, como o Adicional por Tempo de Serviço, as privatizações avançaram e os terceirizados são maioria dos trabalhadores da Sabesp e o sindicato nada faz para defender os interesses desses trabalhadores.

Nos últimos anos a Sabesp demitiu mais de cinco mil trabalhadores. Apesar dos últimos concursos o número de trabalhadores caiu de cerca de 18 mil para 14 mil, sem oposição do sindicato.

E essas perdas acontecem mesmo com uma categoria organizada e com tradição de luta. O problema é a direção atual do sindicato, que aceita passivamente o que o governo e patrões impõe. A direção é cada vez mais parceira da empresa.

Isso ficou claro na última campanha salarial em que a diretoria não mobilizou a categoria e isso resultou num reajuste de míseros 5,2% na Sabesp. Os trabalhadores na Cetesb se mobilizaram e garantiram 6,28%. Compare isso com os metroviários que conseguiram 8,7%, os ferroviários 7,5% e os rodoviários 10%.

O Sintaema é o maior sindicato de trabalhadores ligado ao meio ambiente na América Latina, mas o sindicato é passivo diante a crise de abastecimento de água que vivemos.

Não fizeram nada para denunciar a falta de investimento no sistema hídrico por parte do governo Alckmin, nem contra o fato que o governo obriga Cetesb a fazer vista grossa com empreendimentos que danificam o meio-ambiente.

É urgente retomar o sindicato como ferramenta dos trabalhadores, para defender seus direitos e unificar as lutas.

O Sintaema é um sindicato importante. A vitória da esquerda nos metroviários foi muito importante para ajudar a impulsionar lutas gerais, mas eles também sofrem os ataques do governo Alckmin. Ainda não conseguiram reverter as 40 demissões da última greve. A vitória da esquerda no Sintaema irá fortalecer a frente contra esse governo truculento e privatista.

Qual é o quadro comparado com a eleição anterior e quais dificuldades a Oposição enfrenta?

O quadro nessa eleição é bem mais favorável. Na eleição 2008, a Oposição Alternativa perdeu com uma diferença de apenas 14 votos! Na verdade ganhamos a votação. Foi só por via de fraude que a atual direção conseguiu se manter. Na eleição 2011 dois grupos romperam com a diretoria, a ASS e a CUT. Mas infelizmente a oposição saiu dividia em quatro chapas diferentes.

Nesta eleição a oposição está unificada e temos uma grande chance de ganhar. A chapa é composta por nós da CSP-Conlutas que é a maior força, a Intersindcal-ASS, o setor da CUT que se recusou a seguir a orientação da direção da central de fechar com a CTB, além do MLC e independentes. Foi feito um processo democrático em que os cargos foram divididos proporcionalmente de acordo com a votação nas últimas eleições.

Por outro lado, a atual gestão já mostrou que está disposta a fazer tudo para manter o controle do sindicato. No último Congresso, cheio de irregularidades, aprovaram várias mudanças no estatuto, algo que na verdade caberia a uma assembleia geral e não ao Congresso. Fizeram mudanças para dificultar para a Oposição. Por exemplo, diminuíram de 15 para 5 dias o prazo de inscrição de chapa. Também prolongaram o mandato de três para quatro anos.

Quais são das principais bandeiras da Oposição?

Defendemos a democratização do sindicato, diretoria colegiada. É necessário unificar a categoria, lutando também pelos terceirizados.

Defendemos a estatização da Sabesp. Queremos PLR igualitária e acabar com o salário regional imediatamente. Queremos também de volta o ATS (Adicional por Tempo de Serviço).

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