Construir um encontro nacional da classe trabalhadora para organizar a luta contra os ataques de patrões e governos
A CSP- Conlutas e as demais entidades que compõem o Espaço Unidade de Ação estão convocando para o dia 24 de abril a realização de uma Marcha em Brasília com o objetivo de contribuir para o processo de unificação das lutas.
Esta Marcha, antes prevista para ser realizada no dia 17 de abril, foi alterada para o dia 24/04, pois unifica com o calendário geral da CNTE, que prevê uma Greve Nacional da Educação Básica para o período de 23 a 25 de abril.
A mobilização já começou
No caso Estado de São de Paulo, há um indicativo de greve dos professores paulistas a partir de 19 de abril. Com a greve, é possível garantir a presença de um bom número de professores nesta ação em Brasília. O Sindicato dos professores estaduais do Rio Grande do Sul já estará presente com no mínimo 10 ônibus e os de Santa Catarina com 2. Os servidores Federais estão também num processo de mobilização.
Fica evidente, através destes poucos informes, que há um potencial para termos de 10 a 20 mil pessoas nesta ação em Brasília.
Apesar de importante, não conseguiremos derrotar os ataques dos patrões e dos diversos governos, como é caso do Acordo Coletivo Especial (ACE), uma nova reforma da previdência e as demissões da GM de São José dos Campos simplesmente com esta Marcha.
Faz-necessário, construirmos um Fórum mais amplo que o próprio Espaço Unidade de Ação que permita dar continuidade de forma mais consequente a este processo de unificação das lutas.
E é exatamente por este motivo, que nós do Bloco de Resistência Socialista (BRS), do qual os militantes da LSR fazem parte, vem defendo deste o segundo semestre do ano passado, dentro da CSP-Conlutas, a necessidade não só desta ação de massa em Brasília, bem como a realização de um Encontro Aberto da Classe Trabalhadora da Cidade e do Campo.
Entretanto, na última reunião da Coordenação Nacional da CSP-Conlutas, realizada em novembro do ano passado, os companheiros do setor majoritário da Central, hegemonizados pelo PSTU, foram contrários a esta proposta de Resolução do Bloco que previa não só uma ação de massa em Brasília neste primeiro semestre, como a realização deste Encontro Nacional.
Felizmente, acabaram revendo parte deste posicionamento com a realização desta Marcha no dia 24 de abril.
Entretanto, é necessário ir mais além. Por que não realizarmos este Encontro Nacional no dia seguinte à Marcha (25/04) com presença de milhares de trabalhadores da cidade e do campo?
Este Encontro teria como tarefa dar continuidade à luta através da definição de um novo calendário, novas formas de organização e contribuir para o processo de reorganização.
A partir disso, para nós do Bloco de Resistência Socialista (BRS) fica cada vez mais difícil entender os motivos da resistência do setor majoritário da CSP-Conlutas (PSTU) em relação a esta proposta.
Não podemos esquecer que esta Marcha será realizada num momento em que governo Dilma tomou uma série de medidas no último período para minimizar o impacto da crise econômica internacional no país como privatização das ferrovias, portos e aeroportos, redução de IPI e desoneração da folha de pagamento para empresas, beneficiado principalmente as grandes multinacionais. Mesmo com toda essa política, o crescimento da economia em 2012 não deve ficar muito acima do 1% do PIB.
Em 2012 houve muitas lutas, mas elas ocorreram de forma fragmentada
A perspectiva para o próximo período é a de que todos estes ataques acompanhados por mais arrocho e restrição do direito de greve do funcionalismo, mais demissões de trabalhadores do setor privado e por um aumento dos despejos e criminalização dos movimentos populares devido à proximidade dos megaeventos, como a Copa do Mundo.
O Dieese divulgou estudo que comprova que nos dois anos houve um aumento significativo das greves número de greves nos últimos dois anos.
Em 2012, além do funcionalismo federal, greves foram realizadas pelos trabalhadores do transporte em vários municípios. Mais de 300 mil operários da construção civil paralisaram os canteiros de obras tanto nas grandes cidades como nas obras do PAC. Bancários, trabalhadores dos correios e de setores industriais também fizeram fortes greves.
Apesar do crescimento das greves no último período, a grande debilidade foi que todas as lutas ocorreram de forma fragmentada.
A realização de um Encontro Nacional da Classe Trabalhadora da cidade e do campo é uma necessidade imediata da nossa classe, pois permitiria unificar de forma consequente a luta contra os ataques de patrões e governos.