Quem defende as bandeiras LGBT’s?
Recentemente foi divulgada a lista dos muitos LGBTT’s que estão participando do processo eleitoral deste ano. Infelizmente muitos desses candidatos estão em partidos que nunca defenderam a diversidade sexual.
Em alguns casos vemos essas pessoas em partidos que são visivelmente contra os direitos dos sexodiversos. É o caso do PSC (Partido Social Cristão) que é contra reivindicações da população LGBTT, como o casamento civil igualitário, pois defende os “valores da família”. É também o caso do PCdoB que se apresentava como um partido a favor de tais direitos, mas nessas eleições tem aberto mão de seu programa para conseguir votos entre líderes evangélicos.
O PT, que já foi um partido de luta em prol dos direitos LGBTT’s, tem tido condutas muito conservadoras, barganhando direitos sociais em prol do apoio da bancada evangélica. Isso ocorreu com o veto ao kit anti-homofobia que combateria a intolerância com os sexodiversos dentro das escolas. O mesmo aconteceu com o veto ao comercial do ministério da saúde, que envolvia um casal gay trocando afetos, o qual traria avanços para a população LGBTT.
Tais vetos da presidenta Dilma foram claramente resultado da pressão da bancada evangélica. Essa mesma bancada se declarou contra a união estável para casais homoafetivos e contra a PLC 122 original que garantiria a criminalização da homofobia. Declara-se também contra o casamento civil igualitário. Isso só mostra a qual a lado a presidenta Dilma pertence.
Defendemos a liberdade de expressão religiosa e reivindicamos a postura dos padres, pastores e religiosos que apoiam os direitos da população LGBTT. Respeitamos e lutamos também pela diversidade e a pluralidade religiosa da sociedade. Mas não podemos confundir liberdade de expressão com liberdade de opressão. Vamos denunciar sempre que qualquer segmento ou indivíduo fizer declarações e ações homofóbicas.
Candidato para trazer votos ou defender os direitos LGBTT?
Inúmeros candidatos LGBTT’s espalhados pelo Brasil nos levam a pensar: será que esses candidatos vão defender a pauta LGBTT? Será que esses candidatos servem apenas como votos de legenda para eleger outros candidatos que não são bem vistos pela população LGBTT? E se defenderem os interesses dos sexodiversos, vão se preocupar com os mais pobres, os que mais sofrem a opressão e exploração?
No Brasil já tivemos lições que respondem a essas perguntas, como no caso do ex-deputado Clodovil Hernandes que foi o 3º deputado mais votado no estado de São Paulo, assim arrecadando muitos votos de legendas para seu partido, o PTC (Partido Trabalhista Cristão). Clodovil nunca reivindicou os direitos da população LGBTT’s, muito pelo contrário, sempre se posicionou contra a parada gay, o casamento entre pessoas do mesmo sexo e o movimento LGBTT brasileiro.
No polo oposto vemos a senadora Marinor Brito, do PSOL do Belém do Pará, que sempre se mostrou a favor da diversidade sexual, defendeu a PLC 122/06 no Senado, mesmo sendo heterossexual e casada com um homem. Isso só nos mostra que existem candidatos que mesmo não sendo LGBTT’s são a favor da diversidade sexual, e também que nem todo candidato LGBTT vai reivindicar as pautas desse segmento. Ainda que ele (a) reivindique essas pautas pode acabar sendo apenas uma candidatura que sirva para dar mais votos para uma legenda partidária controlada por políticos homofóbicos.
Acreditamos no papel que um vereador (a) pode ter como porta voz da população e dos movimentos populares, denunciando os privilégios, esquemas de corrupção e as contradições de classe.
Mas sabemos que um mandato por si só não resolve os problemas dos (as) trabalhadores (as). É necessário uma pressão popular sobre o poder legislativo e executivo. É preciso uma organização da população LGBTT para a conquista das suas reivindicações.
Principalmente dos LGBTT’s pobres, pois estes sofrem mais com os salários precarizados e com o preconceito social. Como, por exemplo, a falta de dinheiro pra pagar motel, que os obriga a trocar seus afetos na rua, podendo sofrer ataques homofóbicos.
Nós defendemos candidaturas de luta de partidos da Frente de Esquerda (PSOL, PSTU e PCB), que são comprometidos com os interesses dos trabalhadores (as)! Por isso é de extrema importância conhecer o candidato e o seu partido. Mas, todas as formas de opressão são intrínsecas à estrutura do capitalismo. Desta forma, todas as melhorias e reformas sociais feitas no capitalismo não serão suficientes para extinguir a opressão e garantir igualdade para todos e todas. Defender a igualdade, liberdade sexual e a garantia de direitos passa pela luta contra o capitalismo, pelo socialismo!