Por um movimento LGBT combativo e de luta!

Nossa sociedade está passando por um grande debate que tem como ponto central a questão da manutenção de papéis tradicionais, da opressão e segregação das minorias. Existe uma ofensiva da igreja contra os homossexuais, registradas nas enormes “Marchas para Jesus”, na atuação da bancada cristã de parlamentares contra o “kit anti-homofobia”, etc. Mas, e o movimento LGBT? Conseguiu dar respostas à população gay e incidir na luta contra o preconceito e a exploração de homossexuais?

Temos visto, ano após ano, um enorme calendário nacional de paradas LGBTT por todo país. É muito positivo a afirmação do orgulho LGBTT nas ruas pelo Brasil afora. Mas, o que realmente acontece nesses encontros? A impressão que fica para o público é de um bando de “bixas e sapatões”, bêbados, fazendo “pegação” a céu aberto ou um bando de travestis mostrando seus peitos e fazendo gestos obscenos com suas línguas. Essa tem sido a visibilidade LGBTT que está sendo construída.

No último dia 21 de agosto, participamos aqui em Niterói, da 7º parada do orgulho LGBTT da cidade. E para falar a verdade não deu muito orgulho de participar.

Atuamos na denúncia da violência homofóbica. Mas, sabíamos que depois que os carros saíssem a barbárie se instalaria e ninguém ia querer saber de nada político. Entendendo a vida como ato político, temos que politizar a festa. Festejar não é uma ação invisível.

Parada gay – despolitização e mercantilização

Uma pena é que toda a ação transgressora do movimento LGBTT está sendo posta no bolso de empresários e de alguns políticos. Vimos também na parada, a atuação de vereadores que entendem o movimento como campo de benefício próprio. Isto também ocorre com as ONGs.

O GDN (Grupo Diversidade Niterói) é uma ONG que atua na organização das paradas. Mobilizam vários voluntários para organizá-la e não prestam contas de quanto foi repassado pelos governos para a organização destas, priorizando a festa ao debate político. Essas ONGs recebem cotas de financiamento estadual e federal, em sua maioria para materiais gráficos, camisas e panfletos. Esperamos que seja isso o que acontece de verdade!

Os que comandam, tem institucionalizado o movimento e apresentam uma postura bem próxima a um caráter de privatização do movimento. Na verdade tem sido muito mais lucrativo (financeiramente e politicamente) viver da busca dos direitos LGBTT do que de fato torná-los concretos. É o que aparenta. Mas não podemos ser ingênuos. O que esperar das ONGs a não ser isso?

Homofobia é crime!

O assunto é vasto e complexo, mas de fundamental importância. Não fique esperando “kit anti-homofobia” do governo para as escolas, faça uma atividade pedagógica com este tema. Debata fraternalmente com seus “irmãos” de igreja o assunto. Puxe uma atividade pelo seu sindicato, faça atividades de conversas com seus familiares e amigos.

Que estejamos ao lado dos que morrem em vão, que apanham por afirmarem quem são e querem viver sua liberdade sexual, mesmo sabendo que podem apanhar ou morrer na próxima esquina. No entanto, aqueles que são vítimas dessas situações são principalmente os gays pobres, que precisam namorar na rua, pois não possuem uma casa (dividem com a família).

O Capitalismo absorve a homofobia e usa as opressões para explorar mais os trabalhadores e mantê-los divididos e alienados.

Basta! Exigimos e construiremos uma sociedade justa! Sem desigualdades! Sem violência! Sem padrões impostos! Vamos à luta! 

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