“Maré de Rock II: pelo direito à cidade e contra a criminalização da pobreza”

O “Maré de Rock” é um ato público cultural que teve início em outubro de 2008 a partir das ações do “Fórum Pela Vida Contra o Extermínio” na cidade do Rio de Janeiro, em função das lutas sociais nas comunidades favelizadas cariocas. Nestas comunidades o papel da polícia expressa, em todos os sentidos, o desrespeito aos direitos civis e humanos dos moradores.

Essas ações da política de segurança do Rio contribuem para uma série de chacinas na cidade cujo público alvo é justamente aquele formado pelos pobres e favelizados das comunidades de baixa renda. O envolvimento dos moradores da Maré no Fórum Pela Vida, resultou no “Maré de Rock”, com a participação fundamental das bandas de rock local.

O “Maré de Rock I” contou com cerca de 50 pessoas em sua organização e uma sequência de debates políticos sobre a criminalização dos espaços favelizados em suas reuniões de organização. Isso resultou em uma produção coletiva das atividades que, no dia do evento, atraiu um público superior a 150 pessoas da Maré e outros espaços favelizados da cidade.

O “Maré de Rock: pela vida contra o extermínio”, disputou e despertou a consciência política de diversos moradores e militantes da Maré para o tema da criminalização dos seus espaços de moradia, e da importância dos direitos humanos, civis e sociais para todos os moradores da cidade.

Através da música, poesia, teatro e falas independentes, os moradores da cidade puderam expressar seu sentimento de revolta versus a violência estatal contra os pobres do Rio: foi um momento onde nossa voz teve vez.

Dois anos após esse primeiro evento, a Maré e muitos espaços favelizados e suburbanos da cidade, continuam sofrendo ataques do poder público no Rio constituído basicamente pelo PMDB apoiado pelo PT. Esses setores trabalham diariamente desrespeitando os direitos das populações pobres da cidade, com vistas a deixá-las no ponto ideal para a festa do grande capital internacional, disfarçada nos grandes eventos populares da Copa do Mundo e Olimpíadas.

Os moradores da Maré não se rendem

Motivados pela continuação do combate contra os ataques sobre os direitos dos pobres, os moradores da Maré, as bandas de rock locais e as organizações e movimentos sociais e culturais que atuam na Maré e no Rio, junto com o Núcleo do PSOL Auto Resistência, iniciaram o processo de construção do “Maré de Rock II: pelo direito a cidade e contra a criminalização da pobreza”.

O “Maré de Rock II” já está na sua quarta reunião de organização, nos mesmos moldes participativos da primeira, onde tudo foi decidido coletivamente e o debate político é uma prioridade. Ele ocorrerá na mesma data do anterior, dia 18 de outubro, e contará com uma série de atividades culturais além das bandas que irão se apresentar.

O “Maré de Rock” é um evento que conta com a participação de tod@s que acreditam em uma sociedade justa e igualitária, ou mesmo aqueles que apenas reivindicam seus direitos constitucionais e internacionais. Mas, sem luta e participação política não se faz conquista, então vamos à luta com os bolcheviques modernos com guitarras nas mãos. 

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