Todo apoio à greve do metrô e CPTM em São Paulo!

As assembleias essa noite dos metroviários e trabalhadores da CPTM (linhas trem 11 e 12) decretaram greve a partir de meia-noite (zero horas do dia 23 de maio).

A assembleia dos metroviários confirmou a decisão de greve tirada na semana passada, no dia 16 de maio, o mesmo dia da inédita colisão de dois trens do metro da linha vermelha, que deixou dezenas de feridos, evidenciando a falta de investimentos no transporte público. A decisão de greve essa noite, numa assembleia lotada na sede do sindicato, foi praticamente unanime, refletindo a vontade da categoria de lutar pelos seus direitos e melhoria do metrô.

Os metroviários exigem um aumento real de 14,99%, equiparação salarial para quem exerce a mesma função, ajuste do Vale Refeição e Vale Alimentação, 36 horas semanas, adicional de periculosidade de 30%, entre outras reivindicações. Os metroviários exigem também a readmissão dos 61 demitidos da greve de 2007. Além disso os metroviários lutam por 2% em investimento no transporte público, sob o leme “mais metrô, menos tarifa”.

A assembleia começou atrasada, já que todos aguardavam a volta dos representantes do sindicato que participaram numa audiência no Tribunal Regional do Trabalho. As propostas de conciliação da desembargadora Anélia Li Chum estavam muito mais perto da proposta da direção do metrô. A desembargadora propôs o mesmo reajuste real que o metrô, 1,5%, só mudava o índice de inflação a ser seguido, com uma mínima diferença. A direção do metrô não aceitava mesmo esses mínimos ajustes.

 
Direito de greve em perigo

Escandalosamente, a desembargadora determinou que os metroviários devem manter 100% trabalhando durante o horário de pico e 85% nos demais horários – proibindo na prática a greve. O sindicato vai ser multado em 100 mil reais por dia. O sindicato desafiou o governador Alckmin dizendo que se o governo está realmente preocupado em não atrapalhar os paulistanos, então os metroviários estão preparados a trabalhar durante a greve – se as catracas são liberadas. A desembargadora proibiu também qualquer liberação de catraca, mostrando de que lado ela está. Mesmo assim os metroviários manteram a decisão de greve.

Isso é mais um exemplo da criminalização da luta e dos movimentos sociais nesse momento em que os governos, patrões e a “justiça” estão se preparando para confrontos maiores em medida que a crise começa a afetar o Brasil. Assim qualquer greve tende a sofrer um criminalização e o próprio direito de greve está em disputa. Por isso a luta dos metroviários é uma luta que merece o apoio de todos trabalhadores.

 
Unificar as lutas

Por isso é fundamental que os trabalhadores buscam a unificar e coordenar suas lutas. Já amanhã (quarta-feira dia 23) os trabalhadores da Sabesp podem confirmar o indicativo de greve para dia 24 em sua assembleia. Um grande ato, que juntam os trabalhadores do transporte público, água e saneamento e também os professores e estudantes das universidades federais que estão em greve, seria um passo fundamental para construir um movimento contra a criminalização de qualquer uma das lutas.

Onda de lutas no transporte público

Trabalhadores do transporte público estão em greve em várias partes do país. Metroviários de Belo Horizonte, Recife, Maceió, João Pessoa e Natal, estão em greve desde 14 de maio. Em Porto Alegre, metroviários realizaram paralisação de 24 horas nesta terça. Os trabalhadores do transporte rodoviário estão paralisados no Recife, em Natal e em São Luís. Além disso há várias outras categorias em greve, como a greve de 50 dias no setor de saúde do Rio Grande do Norte.

Isso mostra que os governos, apesar das promessas de investimentos como parte do PAC, Copa do Mundo e Jogos Olímpicos, priorizam os interesses de empresas privadas e empreiteiras, e não transporte público, ou outros serviços públicos, de qualidade, seguro e com condições dignas para os trabalhadores que garantem o funcionamento desse serviços fundamentais.

A reivindicação de investimento de 2% do PIB no transporte público levantado pelos metroviários é justificado. Se o governo federal tivesse um real comprometimento com o meio-ambiente e o transporte para o povo trabalhador, isso deveria ser algo a ser afirmado no Rio+20. Mas nós não temos ilusões nesse governo (ou nos outros que participarão no Rio+20), que prioriza o setor automobilístico, empreiteiras e interesses privados. Por isso só vamos conquistar avanços com luta.

Todo apoio à greve dos metroviários e outros trabalhadores do transporte público!

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