Só existe um caminho: unificar as lutas contra governos e patrões

O ano de 2012 começou quente. Por trás do suposto “milagre” brasileiro da era ‘lulista’, o Brasil real mostrou sua verdadeira face na repressão ao Pinheirinho, nas greves de policiais e bombeiros, nas mobilizações radicalizadas contra o aumento das tarifas de transporte e nos novos ataques do governo Dilma contra os trabalhadores.

A crise europeia se aprofunda e o desaquecimento na China começa a colocar nuvens pesadas sobre a economia brasileira. Dilma já escolheu seu caminho. Além do anúncio de cortes nos gastos públicos maiores que os do ano passado, o governo vem pra cima com a nova reforma da previdência contra o funcionalismo federal e a privatização dos aeroportos.

Antecipando o impacto mais brutal da crise sobre o Brasil, o governo combina cooptação de lideranças sindicais com dura repressão. O acordo das Centrais governistas e pelegas com o governo para tentar impedir as greves nas obras do PAC é um exemplo do papel de freio jogado pelas direções sindicais burocratizadas e acomodadas. Por outro lado, para aqueles que não se vendem e lutam o que vemos é repressão. O caso do Pinheirinho é emblemático. Além do papel criminoso do governo tucano de Geraldo Alckmin, o que vimos também foi a omissão cúmplice do governo federal com o despejo.

Mas, os movimentos sociais combativos reagem. O funcionalismo já prepara sua jornada de lutas. A Resistência Urbana, frente nacional de movimentos populares, também se organiza para responder à altura os ataques contra os moradores do Pinheirinho. Duas novas ocupações denominadas “Novo Pinheirinho” já aconteceram nos municípios do Embu e Santo André. Novas mobilizações virão.

Como no ano passado, deveremos ver uma intensificação das lutas sindicais, estudantis e populares neste ano de 2012. Mas, ao contrário do ano passado, devemos avançar na perspectiva da unidade de todos os setores em luta contra os governos e os patrões. Essa é a única forma de acumular força suficiente para obtermos vitórias em meio às turbulências da crise capitalista internacional. Sem a unidade, é inevitável que o peso da crise será colocado nas costas dos trabalhadores.

O Congresso da CSP-Conlutas é uma oportunidade para a construção de um plano de ação unitário para a classe trabalhadora. Mas, deve ir além. Deve criar as condições para a reconstrução de um projeto de unificação do movimento sindical independente e combativo em torno de uma Central Sindical e Popular unitária.

As eleições municipais também podem representar uma oportunidade para que a esquerda socialista, com PSOL, PSTU e PCB intervindo de forma unificada, possa estabelecer as bases de um projeto político global que unifique as lutas em torno de um mesmo programa anticapitalista e socialista.

Esta edição do jornal Ofensiva Socialista apresenta, nos seus vários artigos, algumas visões sobre o momento atual e propostas sobre como fazer avançar a luta dos trabalhadores e de todos os setores oprimidos e explorados.

Leia, comente e participe. Junte-se a nós nessa luta!
 

Não à privataria petista!

Os governos de Lula e Dilma seguem à risca o receituário neoliberal dos tucanos – também nas privatizações.

A recente privatização dos aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília não representa grande novidade para os governos do PT.

É o que constatamos quando vemos os leilões de jazidas de petróleo, as privatização de rodovias federais, de bancos estaduais, de hospitais universitários, de áreas de floresta na Amazônia, além de inúmeras medidas privatizantes nas áreas de saúde, educação, dos correios, etc.

A mais recente manifestação disso foi a votação na Câmara criando o Fundo de Pensão para os servidores públicos federais. Trata-se da complementação da contrarreforma de previdência que Lula em 2003 e visa favorecer os especuladores do mercado financeiro por cima dos direitos dos trabalhadores.

Tudo isso junto com a reforma do código florestal e a rolagem e pagamento de juros absurdos da dívida pública, não deixa sombra de dúvidas a quem serve esse governo: banqueiros, especuladores, agronegócio e grande capitalistas.

Para derrotar esses parasitas e os políticos que os sustentam é preciso também derrotar o governo Dilma. Nas urnas e nas ruas!

Pela reestatização das empresas e serviços privatizados com controle dos trabalhadores!

Apuração de todos os esquemas de corrupção envolvendo as privatizações e punição dos culpados nos governos e setor privado!