O PSOL nas eleições municipais: uma campanha socialista a serviço das lutas
As cidades são um cenário privilegiado da opressão e espoliação geradas pela lógica do capitalismo. Mas, são também espaço da resistência cotidiana dos mais pobres, dos trabalhadores e da juventude.
O partido deve construir suas candidaturas como instrumentos a serviço das lutas sociais. As legítimas reivindicações dos movimentos sociais devem ser incorporadas aos programas dos candidatos.
Vencer eleições, eleger companheiros e companheiras ou obter bons resultados eleitorais, tem que ser uma consequência direta de nosso compromisso com as lutas sociais e nossa capacidade de apontar uma alternativa socialista que entusiasme setores amplos da juventude e dos trabalhadores.
Apesar das dificuldades da conjuntura, das ilusões no ‘lulismo’ e do abuso do poder econômico nas grandes candidaturas burguesas, o PSOL pode obter bons resultados em vários municípios se mantiver a coerência de seu projeto original de esquerda. O repúdio popular aos políticos de forma geral pode se reverter num ponto a favor do PSOL se o partido fortalecer seu perfil diferenciado, sua postura democrática para dentro e para fora e sua intransigência no combate aos poderosos.
Enquanto o PT de Dilma perdeu completamente o pudor e hoje constrói coligações vergonhosas pelo país afora, incluindo o PMDB do vice Michel Temer e o PSD de Kassab, o PSOL tem que mostrar-se como alternativa completamente diferente.
O PSOL não pode cair num pragmatismo eleitoral, que leva setores do partido a repetir fórmulas passadas, de tão triste memória, que representam uma verdadeira ameaça ao futuro da esquerda brasileira. As coligações com partidos governistas ou com legendas oportunistas propostas por setores da direção do partido devem ser rejeitadas pela militância da mesma forma que a base do partido repudiou a coligação com Marina Silva em 2010.
Frente de Esquerda
O PSOL deve lutar pela construção de Frentes de esquerda e dos trabalhadores em todos os municípios onde teremos intervenção nas eleições. O partido deve buscar o PSTU e o PCB, mas também os movimentos sociais organizados e colocar-se á disposição da construção de uma alternativa unitária dos trabalhadores e da esquerda organizada no processo eleitoral e nas lutas cotidianas.
Os riscos do PSOL em São Paulo
A definição dos candidatos do PSOL deve refletir um amplo debate democrático, de política, programa e projeto, envolvendo a base militante do partido. O vale tudo e a guerra interna que temos visto na cidade de São Paulo representam uma grave ameaça ao futuro do partido.
O enfraquecimento progressivo do caráter militante do PSOL desde a sua fundação levou à situação extrema que vemos hoje em São Paulo.
De um lado temos visto um funcionamento essencialmente de cúpula, de cima para baixo, baseado exclusivamente na busca de acordos entre as correntes majoritárias. Quando os acordos não se mostram possíveis, principalmente por interesses menores de poder interno e não grandes temas políticos, o que vemos é uma disputa interna baseada numa corrida de filiações massivas e despolitizadas.
A ausência de critérios militantes minimamente aceitáveis para a participação na tomada de decisões abriu caminho para uma progressiva “petização” do funcionamento do PSOL nos Congressos e Conferências partidárias. O risco é grande.
A pré-candidatura de Odilon Guedes
É por essa razão que a corrente Liberdade, Socialismo e Revolução (LSR) defende a construção de um polo de esquerda socialista e classista no interior do PSOL, como uma alternativa às práticas e às políticas que os setores majoritários do partido vem implementando.
Em São Paulo defendemos que a pré-candidatura do companheiro Odilon Guedes, apoiada por militantes independentes, pelo companheiro Plinio de Arruda Sampaio, além de correntes como o CSOL, Enlace, etc., seja um instrumento para a construção desse polo de esquerda mais coerente no método e na política.
A candidatura de Odilon Guedes tem que ser uma candidatura para levar até o fim nas prévias de São Paulo uma prática e um projeto do PSOL classista, de luta, democrático e socialista que queremos.