Uma Central Unitária é necessária e ainda possível
Este ano que passou foi marcado por muitas lutas da classe trabalhadora brasileira. Rebeliões nas obras do PAC, mobilizações dos bombeiros no RJ, greves de trabalhadores em educação em 22 estados, servidores federais, correios, bancários e a mais recente greve dos petroleiros.
Estas lutas, apesar de importantes, ocorreram de forma fragmentada. Não houve unificação e mais lutas devido ao papel governista e de freio desempenhado pela direção majoritária da classe trabalhadora da cidade e do campo, como é o caso da CUT e o MST.
Ficou evidente, mais uma vez, a necessidade de uma Central Unitária combativa para a classe trabalhadora brasileira.
Em 2012, a esquerda combativa do país, continuará tendo, como uma de suas tarefas fundamentais, a retomada do processo de reorganização e a luta por uma Central Unitária.
Após o desfecho trágico do Conclat, houve uma tentativa de repactuação através de reuniões entre uma comissão da CSP-Conclat e os setores que abandonaram o Conclat.
Acordo era possível
As negociações estavam indo bem, inclusive com muitos acordos relacionados ao funcionamento da nova central, direção e formas de composição, havendo polêmica apenas sobre a autonomia das entidades de base e a questão do nome da Nova Central.
Infelizmente, as negociações foram suspensas por iniciativa de um setor da Intersindical (Enlace-MUS), mas não combatida por boa parte dos demais setores da Intersindical, e com o respaldo da Unidos e do, MAS.
De lá para cá, apesar das negociações continuarem suspensas, dois documentos – resolução da Fenasps e o manifesto de setores da Intersindical assinado por dirigentes sindicais do CSOL e de parte da APS – apontam a possibilidade de retomada do processo de repactuação, se não com todos que abandonaram o Conclat, pelo menos com aqueles setores que querem construir efetivamente uma Central Unitária.
Nós da LSR, que atuamos no PSOL e construímos o Bloco de Resistência Socialista – Sindical e Popular, discordamos radicalmente de correntes do PSOL que defendem abertamente a construção de uma Central Sindical impulsionada pelo partido.
Superar a fragmentação
Essa política, se viabilizada, reforçará a já danosa fragmentação da esquerda combativa do país. Construir uma Central Sindical vinculada ao PSOL é colocar os interesses de algumas correntes políticas internas do PSOL, em detrimento das necessidades e dos interesses históricos da classe trabalhadora brasileira. Essa política é desastrosa, ainda mais, pelas perspectivas que estão colocadas para a conjuntura do ano que vem.
2012 será um ano em que o governo Dilma, em decorrência das consequências da crise econômica internacional, aprofundará os ataques à nossa classe.
A manutenção da política de ajuste fiscal e as reformas trabalhista e previdenciária, ainda estão colocadas na pauta do governo federal, bem como, uma intensificação da criminalização dos movimentos sociais, em virtude da Copa do Mundo e das Olimpíadas.
Para o início do ano que vem, é necessário que a esquerda combativa, impulsione e construa a realização de uma Plenária Nacional de luta da classe trabalhadora brasileira, para respondermos de forma unificada a essas ataques.
Além disso, é fundamental que o I Congresso da CSP-Conlutas seja realizado da forma mais aberta possível; e que possa se constituir na prática, como um espaço importante para o processo de recomposição.