Telemarketing: um trabalho baseado na opressão e super exploração!

O telemarketing é um dos setores que mais cresce no Brasil. São um milhão de trabalhadores. A maioria é de jovens que não possuem experiência. Mas o sonho realizado de obter o primeiro emprego vira pesadelo já nas primeiras semanas de trabalho.

São vagas que geram alto índice de estresse, doenças relacionadas ao trabalho, salários baixos, assédio moral, etc. As empresas de telemarketing contratam jovens, mulheres e homossexuais, que aceitam trabalhar em péssimas condições para não ficarem desempregados.

Não é à toa que 70% dos empregados no telemarketing têm de 18 a 26 anos e 76% são mulheres. Esta forma de exploração ganhou nome e se tornou um conceito valioso para as empresas, é o “turn over”, que serve para “estimular e motivar o trabalhador a trabalhar mais”, pois quem não bate a meta é demitido. Assim, a rotatividade no telemarketing é muito grande.

Em 2009, por decorrência da crise econômica, aumentou o número de jovens desempregados. Segundo o IBGE a taxa de desemprego em 2009 era 21,1%, na faixa etária dos 16 aos 24 anos, em março. No mesmo ano cresceram os empregos temporários 8,5%, comparado com 2008, apontou balanço da Asserttem (Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário). O aumento de emprego temporário indica a falta de alternativas para os jovens. Entre essas vagas temporárias, 28% foram destinadas para aqueles que procuravam o seu primeiro emprego, em sua maioria no telemarketing.

O telemarketing é um setor muito estratégico para a economia, já que permite a fidelização de clientes, a disputa e concorrência entre as empresas e a queda de custos, com a lógica atual das terceirizações e da retirada de direitos dos trabalhadores. O telemarketing foi um dos setores em que a terceirização mais se expandiu. Os empregos terceirizados cresceram 127% nos últimos 10 anos.

A empresa ‘Brasil Center’ utiliza formas de fazer com que o trabalhador fique mais tempo no trabalho através das horas-extras. Aparentemente o trabalhador tem opção de escolher se faz ou não as horas-extras. Mas, como o trabalho é dividido por equipes se o operador não cumpre as horas-extras cai a produtividade do grupo. A empresa utiliza estes recursos como formas de estimular que os funcionários se vigiem e auto-punam em prol de um suposto trabalho em equipe.

A empresa ilude o profissional com campanhas e dias especiais criando uma falsa ilusão de ganho, em vez de receber melhores salários, contenta-se com estes prêmios e bônus.

Aqueles que não correspondem às expectativas da empresa, produzindo a todo momento, recebem o título de “Rap Sujo” são ridicularizados e humilhados perante os demais. Isso tem nome e é assédio moral. O Rap Sujo é perseguido na empresa, não pode concorrer aos brindes, se precisar trocar de turno ou negociar algo com a empresa é impedido, pois ele é um funcionário de segunda classe.

A luta nos espera!

Várias são as formas de manifestar sua indignação. Esta superexploração, modelação, padronização e alienação da vida, humilhação e assédio moral, uma hora explodem. Quando no limite, os operadores de telemarketing desligam a ligação, boicotam a máquina, adoecem, etc.

Mas é preciso cuidado! Sabe-se que um trabalhador de telemarketing não pode gritar sozinho sob o risco de perder o trabalho. Apenas a luta coletiva, a união dos trabalhadores, a luta organizada é capaz de trazer aos subjugados de hoje vitórias concretas e melhores condições de trabalho para amanhã. 

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