O 58º Conselho Nacional de Entidades Gerais (Coneg): o mais do mesmo…
Nos dias 22 a 25 de abril aconteceu o 58º Conselho Nacional de Entidades Gerais (CONEG) da União Nacional dos Estudantes (UNE). Tal espaço reuniu DCEs de todo o país, executivas de curso e entidades municipais e estaduais do movimento estudantil universitário para discutir um programa político para o ano de 2010. Nos anos eleitorais a UNE abre este espaço para que os estudantes, representantes de suas entidades, formulem um projeto para o Brasil, que seria apresentado aos candidatos.
No entanto, o que se viu foi muita desorganização do evento, esvaziamento e o costumeiro governismo da UJS (PC do B). A alimentação era precária. Muitos eram obrigados a pagar altos preços pela alimentação, além disso, a estadia dos delegados era distante do local das atividades. Os setores ligados a Oposição de Esquerda da UNE se encontravam em situação ainda mais precária, já que não dispunham de dinheiro para pagar a alta taxa de credenciamento dos delegados. A pouca quantidade de delegados mostrou um traço nítido de desmobilização da UNE e o pragmatismo em transformar o espaço em mero palanque dos cabos eleitorais da Dilma.
O mais importante do encontro foi a recomposição da Oposição de Esquerda, que se reuniu numa plenária os seus setores, os coletivos nacionais: CONSTRUÇÃO, Rebele-se, Contraponto, Vamos à Luta, Levante, UJC, MRS, Romper o Dia, Domínio Público, Barricadas, além dos DCEs combativos da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Universidade Federal de Uberlândia (UFU). A discussão formulou um documento alternativo ao que foi apresentado pelos setores governistas para ser votado na plenária final, em que defende a educação pública, do meio ambiente, da reforma agrária, contra a criminalização dos movimentos sociais entre outros pontos.
Desde 2009 o coletivo CONSTRUÇÃO apresentava a urgência dos setores combativos do movimento estudantil construir uma articulação nacional contra a agenda política privatizante do governo Lula. Chamamos este espaço de Fórum de Mobilização e o defendemos no Congresso Nacional de Estudantes (CNE) e no Congresso da UNE, em 2009. Sem sectarismo, nossa proposta era unificar esquerda nacionalmente a partir de mobilizações de base nos cursos e DCEs.
Durante a realização do CONEG, em reunião à parte, foi selado o compromisso de construção de um Fórum de Mobilização Nacional. Os campos nacionais da Oposição de Esquerda da UNE CONSTRUÇÃO, Contraponto, Vamos à Luta, Levante, Domínio Público, Barricadas, os DCEs da UFOP, UFSC, UFU e juventude do PSTU se comprometeram na construção deste espaço que reuniria estudantes de todo Brasil, além dos segmentos docentes, representados pela Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes). A idéia é que haja reuniões para a preparação de uma Plenária em Santos, durante o Congresso da Classe Trabalhadora (Conclat), nos dias 5 e 6 de junho para estabelecer as formas de funcionamento e um programa político.
Consideramos tal reorganização um grande avanço para o movimento estudantil, que pode se fortalecer com a unificação das lutas e uma organização mais efetiva contra o governo federal. É fundamental que a base do movimento estudantil inicie as discussões sobre o Fórum em suas frentes, refletindo um protagonismo da juventude trabalhadora e não apenas mais uma idéia de um grupo de correntes.