11ª Parada do Orgulho GLBT: Por um mundo sem racismo, machismo e homofobia!
Este ano, acontecerá como já organizado há uma década, a 11ª edição da Parada do Orgulho GLBT em São Paulo, maior evento do gênero no mundo.
É esperado pelos organizadores do evento a participação de quase 3 milhões de pessoas, entre ativistas e simpatizantes.
A grandiosa manifestação se inspira no confronto, ocorrido em 1969, quando um grupo de gays foi brutalmente abordados por policiais numa boate de Nova York.
Dar visibilidade à diversidade sexual
A manifestação é uma oportunidade de expressar a diversidade sexual existente na sociedade. Também é importante para coletivizar a discussão sobre a sexualidade, tirando do ambiente privado e fortalecendo os setores discriminados.
Políticas públicas para viabilizar o convívio e garantir a livre expressão sexual eram bandeiras prioritárias do movimento GLBT que foram deixadas de lado aos poucos até tornar-se numa manifestação de cunho festivo. Isto é perceptível após a Parada, quando tudo volta ao normal, e os velhos preconceitos ressurgem e os GLBT voltam a ser vítimas das diversas formas de intolerância.
Exemplo disso são dados do próprio governo, em pesquisa realizada com a comunidade escolar, 28% dos alunos não gostariam de ter amigos bissexuais. A intolerância está também nas políticas públicas, em São Paulo o governo do PSDB vem implantando sua política de higienização com fechamento de casas de show e interdição de locais freqüentados pelo público GLBT.
Sem pautar essas questões na Parada, o próprio movimento se fragiliza. No lugar, fortalece a visão do público GLBT como mercado consumidor em potencial. Pesquisa realizada pela São Paulo Turismo S/A em 2006 revela que mais de 200 milhões de reais são injetados na economia paulistana por Parada, a cada ano mais patrocinadores aparecem no intuito de divulgar a sua marca, sabemos, no dia a dia, que são as mesmas empresas conservadoras que negam empregos ao público GLBT, mas percebem em cada gay ou lésbica um público consumidor de seus produtos direcionados. O tema da 11ª edição da Parada do Orgulho GLBT é Por um mundo sem racismo, machismo e homofobia!
Por um mundo sem exploração e opressões
É evidente o quanto este mundo é urgente e necessário. Porém precisamos apontar como conseguir alcançá-lo. A luta contra a homofobia não pode estar desvinculada da luta contra o sistema capitalista. É esse sistema que faz uso da discriminação e do preconceito para super-explorar os GLBT.
Além do mais, não podemos nos ligar ao oportunismo das empresas que defendem a diversidade sexual olhando para os bolsos de parte dos GLBT. Pois a luta contra homofobia é de todos, principalmente, daqueles que são mais oprimidos, os GLBT pobres e negras(os). Por isto a nossa luta deve estar vinculada à estratégia de construção de uma sociedade socialista controlada pelas trabalhadoras e trabalhadores com todas as suas diversidades.
Precisamos entender que todas as formas de opressão são pilares que sustentam este modelo e precisamos pressionar para conquistas de medidas concretas que combatam as agressões no nosso dia a dia, nas escolas, no trabalho, no sindicato, lutar pelo direito a união civil de pessoas do mesmo sexo, pelo direito à adoção de crianças por estes, pelo fim e punição da violência racista e homofóbica, tanto por civis quanto por militares, por mais emprego digno, por educação de qualidade não racista, não sexista e não homofóbica como parte do currículo escolar.
Vamos comemorar o nosso orgulho ao nosso modo mas também resgatar o caráter de denúncia desta grande manifestação. Por um mundo sem racismo, machismo e homofobia, um mundo socialista.