Estudantes do IFSP na luta contra a repressão
No dia 20 de outubro dois alunos que estavam tratando de assuntos relacionados ao CA de Geografia e do colegiado do curso foram levados à sala da direção por inspetores, pois estariam cometendo “irregularidades”. Uma das alunas foi convocada para entrar sozinha na sala do diretor e lá foi intimada pelo diretor geral, o Sr. Vieira, e outros funcionários. A aluna foi advertida de que está proibida sua presença fora dos horários que ela tem aulas e que caso ela não estivesse contente com o IFSP deveria se retirar. Quando a aluna pediu pra sair da sala, o diretor disse que ela estaria cometendo um ato de “desacato”.
O Sr. Vieira inventa regras sem respaldo no próprio estatuto do IFSP. Proíbe os direitos de ir e vir e de livre organização estudantil. Existem outros relatos de abusos semelhantes ao do dia 20 de outubro, como a “proibição” da saída e entrada, de permanência em locais do campus. Existem inspetores que “pegam” os alunos pelo braço, proíbem que sentem no chão, proíbem os alunos de andar em grupos.
Os alunos da IFSP organizaram um ato no dia 09 de novembro às 11 horas contra a repressão no IFSP, reivindicando: fim da repressão e perseguição, por uma audiência pública para esclarecimento e retratação aos alunos agredidos, reforma do regime interno, democratização da estrutura do IFSP, pela livre circulação e utilização das dependências do campus. No ato participaram cerca de 200 estudantes, o maior ato no IFSP em muitos anos. Fora do IFSP, havia participação do DCE-Livre da USP, da UNE, UEE e do movimento secundarista de São Paulo.
No mesmo dia houve uma assembleia geral dos estudantes às 19 horas. Antes do Ato pouquíssimas pessoas compareciam nas reuniões. Havia muitos alunos no começo apesar de ser na quadra, porque a eletricidade do campus foi cortada cinco minutos antes da assembleia. Uma hora e meia depois, a luz voltou. Mas, pela primeira vez, os alunos foram dispensados de suas aulas, numa tentativa de esvaziar a assembleia.
Os pontos votados foram: aprovação da carta de repúdio, pedido de audiência pública para o Sr. Vieira, comissão para estudo do regime interno, comissão para discutir os problemas de infra-estrutura do IFSP.
E com isso podemos perceber o quanto é importante os alunos se organizarem, mesmo em instituições menores. Por conta do ato, os alunos hoje já não têm medo da direção e seguem se organizando e lutando por um Instituto melhor.