Para derrotar Bolsonaro, o golpe e a agenda neoliberal – votar não é suficiente!

É preciso construir as lutas e uma alternativa socialista!

Cada dia vemos e sentimos novas razões para a urgência de derrotar Bolsonaro. O aumento dos preços e da fome, o desemprego, a corrupção na educação, a sabotagem da vacinação contra a Covid, novos casos de racismo e violência policial, privatizações, cortes sociais e a destruição ambiental com o desmatamento, a liberação de agrotóxicos e garimpo e ataques aos povos indígenas. Junto com isso, vemos constantes ataques a direitos sindicais, democráticos e ameaça golpista, fomentando uma agenda autoritária, machista, racista e lgbt-fóbica.

O governo Bolsonaro junta o que há de pior na sociedade de hoje. Autoritários e reacionários que desprezam direitos democráticos, junto com os partidos corruptos do “Centrão”, atacando nossos direitos, privatizando e beneficiando as grandes empresas.

Derrotar Bolsonaro é uma tarefa central. Porém, derrotar o bolsonarismo não se resume ao voto. Bolsonaro já deixou explícito que não respeitará o resultado das eleições. Mesmo sem contar com o apoio explícito da maior parte da classe dominante e do imperialismo a um golpe de Estado hoje, Bolsonaro pretende criar condições políticas para que seu movimento de extrema-direita mantenha-se vivo e atuante no próximo período. 

Não dá para depender das instituições moldadas para servir a elite do país, desde as polícias que diariamente matam jovens negros da periferia, o congresso que implementou o golpe contra Dilma ou o judiciário, que sustenta as bases desiguais dessa sociedade. 

O fenômeno Bolsonaro não surgiu do nada, não é uma aberração ou acidente histórico. Essa direita reacionária que vem crescendo no mundo inteiro é um sintoma da crise desse sistema, que, apesar de riquezas jamais vistas na história da humanidade, não consegue resolver as necessidades mais básicas do povo trabalhador, de segurança alimentar, moradia, educação, saúde e preservação da natureza.

A crise econômica, social e ambiental que vivemos são as causas da crise política que levou à vitória de Bolsonaro. Para enfrentar tudo isso é necessário atacar as estruturas de poder dessa sociedade. Por isso, a luta para derrotar Bolsonaro não pode ser separada da construção de uma alternativa socialista.

Mais do que nunca é necessário mobilizar e se organizar mesmo durante as eleições. A luta contra o golpe e pelo Fora Bolsonaro deve continuar e se construir na organização pela base, nos bairros, locais de trabalho, escolas e universidades. Propomos a formação de comitês de luta que devem funcionar como uma frente única de trabalhadores e podem juntar quem quer lutar contra Bolsonaro, votando no Lula no primeiro turno ou não.

Eles devem servir para mobilizar pela base nos territórios, sindicatos, movimentos sociais e universidades, ajudando a levantar as reais demandas da população. Podem também já preparar a mobilização para um provável segundo turno, mas também servir como base para mobilizar contra tentativas golpistas. Nos sindicatos devemos preparar o terreno para paralisações caso Bolsonaro e seus comparsas tentem impedir a posse de Lula.

Precisamos nos preparar para grandes lutas que virão após as eleições, mesmo com a derrota de Bolsonaro.A política de conciliação de classes e alianças com a direita dos governos do PT, embora tenham implementado políticas sociais importantes, não conseguiram enfrentar esses problemas enraizados nas estruturas desse sistema, que coloca o lucro acima da vida.

Essa política, que impediu mudanças estruturais e abriu espaço para o golpismo, permanece, agora coroada com o acordo de colocar Geraldo Alckmin como vice de Lula.

Será necessário manter a independência dos sindicatos, movimentos sociais e da esquerda socialista diante de um futuro governo Lula. Em um contexto de crise mundial, qualquer avanço real só será conquistado na marra. Para isso é necessário eleger representantes a serviço de nossas lutas e que defendam um programa socialista que vai além dos limites desse sistema. 

Por isso chamamos voto nas candidaturas do PSOL, mas, apesar do apoio da direção majoritária do partido, não votaremos no Lula e Alckmin no primeiro turno. Para presidente, chamamos voto na chapa do PSTU, Vera Lúcia e Raquel Tremembé. Isso vale também nos estados onde o PSOL abriu mão de candidatura própria a governador e senador em prol de apoio a candidaturas do PT, como em São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, onde também indicamos voto nas candidaturas do PSTU. No segundo turno estaremos na rua fazendo campanha defendendo voto em Lula para derrotar Bolsonaro e seus comparsas nos estados, como já fizemos em relação a Haddad em 2018.

Apenas a criação de uma sociedade socialista – uma sociedade baseada nas necessidades das pessoas e não no lucro – pode levar ao fim das guerras, das opressões, da pobreza e destruição do meio ambiente. 

Se você concorda, junte-se a nós para unificar e ampliar as lutas e construir uma alternativa socialista no Brasil e no mundo!

  • Fora Bolsonaro, Mourão e a agenda neoliberal e autoritária!
  • Unir as lutas contra Bolsonaro e por direitos, empregos, salário, terra, liberdades democráticas e pela vida!
  • Investimentos públicos massivos para sair da crise, em especial para saúde, vacina, educação, emprego, moradia e transporte.
  • Controle de preços de alimentos, energia e combustível e auxílio emergencial de um salário mínimo.
  • Pelo emprego do equivalente a 1% do PIB para combater a violência contra a mulher e população LGBTQIA+. Contra o genocídio do povo negro: contra a guerra às drogas, pela desmilitarização e controle social das polícias.
  • Desmatamento zero, não à exploração em terras indígenas e quilombolas e de populações tradicionais. Reforma agrária já! Estatização das mineradoras e Petrobrás 100% estatal. Investir em energias alternativas e transporte de massas público e gratuito não baseado em combustíveis fósseis.
  • Romper com a política neoliberal! Revogar as contrarreformas da previdência e trabalhista. Reestatizar as empresas privatizadas. Revogar o teto de gastos, Lei de Responsabilidade Fiscal e Desvinculação das Receitas da União.
  • Taxar os super-ricos e grandes fortunas! Fim das exonerações fiscais para grandes empresas. Auditoria e cancelamento da dívida pública aos grandes capitalistas.
  • Romper com o poder econômico sobre a sociedade: estatização dos bancos e sistema financeiro e das grandes empresas que controlam a economia, sob controle e gestão de representantes de trabalhadores. 
  • Vote em candidaturas do PSOL e da esquerda socialista! Construir uma aliança com partidos e organizações da esquerda socialista e movimentos sociais combativos e que levante um programa anticapitalista e socialista!
  • Construir Comitês de Luta contra o golpe e pelo Fora Bolsonaro! Construir pela base a luta nas ruas e locais de trabalho, estudo e moradia para barrar as intenções golpistas de Bolsonaro e arrancar da classe dominante nossas reivindicações.
  • Por uma saída anticapitalista e socialista da classe trabalhadora para a crise!

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