A luta negra na linha de frente para derrotar Bolsonaro e o capitalismo

Por uma alternativa socialista para combater a fome, o desemprego, a violência e o racismo

A pandemia desnudou e agravou todas as injustiças desse sistema que coloca o lucro acima da vida, e teve um fiel executor no governo genocida de Bolsonaro. Ao mesmo tempo que os ricos saíram ganhando com a crise, com 20 novos bilionários no país, a fome voltou a assolar a população pobre.

São 20 milhões que passam fome e mais da metade da população está em condição de insegurança alimentar. Segundo dados do Ministério da Saúde, somente 26% das crianças tem acesso a três refeições diárias, comparado com 76% em 2015.

Ao mesmo tempo o Brasil é um dos maiores exportadores de comida do mundo, com grandes lucros para o agronegócio, famílias buscam comida em caminhão de lixo e fazem fila por ossos. Isso é resultado do aumento do desemprego e dos preços dos alimentos, com o preço da cesta básica crescendo 30% no último ano, enquanto a renda ficou parada.

A pandemia gerou mais de 611 mil vítimas até agora, agravado pelo negacionismo e sabotagem consciente do governo Bolsonaro. Apesar do governo, os índices vêm melhorando com o avanço da vacinação, mas a pandemia não acabou e ainda são mais de 200 mortes por dia em média.

Todas essas injustiças têm cor, têm gênero, têm CEP, têm classe e lugar na escala social nessa sociedade, onde a pobreza é o pilar que sustenta a riqueza do andar de cima e o racismo estrutural serve para dividir a resistência e potencializar a exploração.

A mortalidade pela Covid, o desemprego, a fome, atingem certeiramente a população preta, pobre e periférica. Com a crise e o isolamento forçado aumentou também a violência doméstica.

Mas o nosso flagelo vai além. Sofremos diariamente com o racismo, desde os olhares ao entrar em uma loja, à violência mortal da política que mata a juventude negra.

O aumento da violência se nutre da crise social e da política reacionária de Bolsonaro que encoraja a violência policial e ataques racistas, machistas, lgbt-fóbicos e contra indígenas.

Porém, a resistência também tem cor, gênero e classe. Não por acaso, a retomada das lutas contra o governo começaram com os protestos do movimento negro contra a violência policial em maio de 2020 e novamente neste ano.

Nesse sentido, a unificação do dia da Consciência Negra e o dia de protestos pelo Fora Bolsonaro, sem perder o protagonismo do movimento negro, apontam para o caminho certo: de unificar as nossas lutas.

Essa luta não pode parar. Ela continua com a luta das mulheres no dia 25/11, 04/12 e na preparação do dia 8 de março do ano que vem.

Não podemos esperar até as eleições no ano que vem. A defesa dos direitos democráticos e a derrota eleitoral de Bolsonaro dependerá principalmente das lutas que travamos hoje.

Do mesmo modo, não podemos depender da boa vontade da oposição de direita, que podem criticar os excessos antidemocráticos de Bolsonaro, mas defendem os ataques a nossos direitos. 

Só será possível construir a unidade da classe se a luta expressar a luta contra tudo aquilo que castiga nossa classe diariamente: a fome, desemprego, falta de saúde, moradia, educação, ataques ao direitos dos povos indígenas e trabalhadores, o racismo, machismo,  lgbt-fobia e capacitismo.

Vamos às ruas contra o governo reacionário e golpista e, ao mesmo tempo, destacar a importância de se construir uma alternativa socialista dos povos indígenas, negras e negros, mulheres, grupos LGBTQIA+ e o conjunto da classe trabalhadora que pode mostrar um caminho de ruptura com esse sistema cruel.

Junte-se à nossa luta!

  • Viva a luta do povo negro – Vidas Negras Importam!
  • Fora Bolsonaro, Mourão e a agenda neoliberal e autoritária!
  • Auxílio emergencial de um salário-mínimo! Controle dos
    preços da cesta básica!
  • Contra a redução de direitos, a reforma administrativa e as privatizações!
  • Investimentos públicos massivos em saúde, educação, moradia e transporte para garantir serviços e empregos!
  • Não ao marco temporal! Demarcação das terras indígenas e quilombolas!
  • Não ao racismo estatal. Contra a guerra às drogas, pela desmilitarização e controle social das polícias!
  • Unidade da classe trabalhadora para combater todas as formas de opressão!
  • Unir as lutas e construir as bases para uma greve geral!
  • Por uma saída anticapitalista e socialista da classe trabalhadora para a crise!

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