Novas pandemias, antigas questões
A gripe suína coloca na ordem do dia uma antiga questão: Os sistemas de saúde do mundo estão preparados para lidar com as antigas e novas doenças que matam trabalhadora todos os dias?
A saúde tem sofrido vários ataques dos governos neoliberais. Em tempos de crise a situação de precarização fica ainda mais evidente.
Segundo dados do Ministério da Saúde a gripe suína já tinha matado 557 pessoa em território nacional no final de agosto. No fim de julho este número era de 56 mortes.
Este aumento está relacionado à incapacidade estrutural do SUS de responder à demanda, uma vez que quando se diagnóstica rapidamente o tratamento se mostrou eficaz.
Todo Sistema Único de Saúde (SUS) sofre diretamente com o processo de mercantilização através dos planos de saúde, que fazem um corte claro de classe na hora em que o acesso faz a diferença entre a vida e a morte. Muitas empresas que prestam serviço de saúde partem agora para a classe trabalhadora como público-alvo, com planos financeiramente mais acessíveis, mas com qualidade inferior, potencializando o sucateamento do serviço público. Este, ainda sofre com a privatização, como as parcerias público-privadas, as fundações, a terceirização de trabalhadores e as Organizações Sociais.
Os trabalhadores do SUS que lidam com os casos de gripe suína, muitas vezes, não estão protegidos por falta de materiais como máscaras apropriadas e álcool-gel.
Os hospitais se deparam com falta de áreas de isolamento apropriadas, equipamentos de proteção, leitos em unidades de tratamento intensivo e sofrem com uma enorme burocracia para ter acesso ao medicamento utilizado, o Tamiflu, produzido pela Roche, que lucrou 3,8 bilhões de dólares no primeiro semestre.
Antes dos primeiros casos no Brasil, a vigilância sanitária recolheu todos os lotes das drogarias e houve garantia de um estoque suficiente para lidar com a doença. No entanto, nos casos menos graves, os trabalhadores enfrentam longas filas e muitos não conseguem fazer o tratamento, o que levar a um agravamento desnecessário da doença. Isso abriu espaço para um mercado negro na internet, aonde uma caixa com tratamento para cinco dias chega a custar R$ 250.
O direito a saúde mais uma vez nos é negado em um processo humilhante. Não é de hoje, não somente nas pandemias, que a classe trabalhadora vem sofrendo duramente pelo descaso com saúde no Brasil. As antigas doenças já controladas em alguns países ainda nos atingem, como a tuberculose, que mata no Brasil seis mil pessoas ao ano. É hora de dizer chega! Precisamos nos organizar para lutar pelos nossos direito à saúde e à vida!
- Pelo aumento de verbas para a saúde, com completa transparência financeira! Pela garantia de estrutura e financiamento para o tratamento da gripe suína!
- Por um SUS sob gestão democrática dos trabalhadores!
- Pela reformas das unidades de saúde, desde unidades básicas a hospitais!
- P Pela contratação imediata de profissionais suficientes para lidar com a demanda de usuários!
- Garantia de condições de segurança aos trabalhadores do SUS!