A chacina do Jacarezinho é um projeto miliciano de poder materializado pelo bolsonarista Claudio Castro

“Jacarezinho, execução
Claudio Castro, explicação
Cuidado com o discurso opressor
Tira esse governo daí
Esse governo tem que dar o fora
Milicianos como políticos?
Desarma, Desarma
Deu no New York Times
A Chacina do Jacarezinho não é mistério
Tem de tudo, 
Menos sucesso”
(Paródia de “W/Brasil” de Jorge Ben Jor)

O mundo e povo do estado do Rio de Janeiro acordaram no dia de hoje, 07 de Maio de 2021, consternados pela matança promovida pelo Estado junto à comunidade do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Embora seja veiculado que 25 pessoas foram mortas, há relatos de moradores que o número pode ser maior. Ordenada pelo governador bolsonarista Claudio Castro (PSC/RJ), a Operação Exceptis marca a coroação da política de extermínio promovida pelas forças policiais fluminenses. Em um curto intervalo de horas, a Polícia Civil do Rio de Janeiro teve chancela por parte do governador para aterrorizar a vida de milhares de moradoras e moradores da Favela do Jacarezinho, mesmo diante às determinações do Supremo Tribunal Federal em interromper operações em comunidades do estado do Rio de Janeiro.

Importante dizer que tal ação hedionda passou a ganhar tons ainda mais nefastos quando um dos policiais veio a óbito, gatilho para maiores notas de crueldade que vão desde a irrelevância a “investigados” que queriam se entregar, suspeitos e suspeitas passíveis de projétis de fuzis, invasões a domicílios, abuso de autoridade sobretudo com mulheres negras, além de um rastro de medo e neuroses para toda uma população privada de direitos básicos. Operações como a ocorrida no Jacarezinho são rotinas em diversos pontos da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, com destaque à Baixada Fluminense. Denúncias advindas de movimentos sociais, políticos e de militantes dão conta de que só no Complexo do Roseiral, em Belford Roxo, desde janeiro deste ano operações diárias da Polícia Militar têm ceifado cerca de 20 vidas desde então. Todas negras, todas periféricas, todas passíveis de serem mortas pelo modelo de política de segurança pública vigente.

Interessa apontar que tanto o Complexo do Roseiral, como o Jacarezinho, além de não serem territórios que presenciarão operações similares às que ocorrem nos condomínios de luxo da Barra da Tijuca ou da Zona Sul carioca, são dominados por facções criminosas que rivalizam com milícias que se expandem com a ajuda do poder público fluminense e federal. Ou seja, o que é importante dizer é que regiões dominadas pela milícia nunca presenciaram operações como esta que legou destruição, sangue e balas. A articulação entre governos federal e estadual, com seu suporte político proveniente de segmentos da burguesia miliciana fluminense, segue seu pacto de domínio de territórios visando explorá-los política e economicamente. 

Destes mesmos agentes de segurança pública, demandar justiça para tais descumprimentos é reduzir a pauta de qualquer movimento social e político de vanguarda, posto que urge que reconstruamos nossa proposta de segurança pública. É no mínimo risível crer que preocupados com o aliciamento da juventude negra para juntar-se ao narcotráfico, usar caveirão e promoção de medidas que não combatem de fato o novo coronavírus, surtam algum efeito salutar para a promoção da vida, emprego e direitos a negras e negros em periferias. Em menos de uma semana após o ilegal leilão da CEDAE, com a presença da família miliciana de Bolsonaro, Claudio Castro dá como presente de dia das mães lágrimas, sangue e muita faxina para as mulheres do Complexo do Jacarezinho que tiveram suas casas reviradas. O mundo ainda não sabe quem são as 24 pessoas executadas pela ação hedionda de Claudio Castro. Esse cálice, não aceitaremos.

• O Brasil não pode aceitar a pena de morte!
• Por uma comissão de inquérito independente com representantes de movimentos sociais e moradores com pleno direito de investigar.
• Fim da militarização da polícia e por seu controle social!
• Contra o genocídio da população preta! Vidas negras importam!
• Fora Claudio Castro! Fora Bolsonaro!