Servidores de Hortolândia dão exemplo de luta
Os servidores públicos municipais de Hortolândia acabam de dar um exemplo de garra e disposição de luta na defesa de seus direitos – realizaram a primeira greve da história de sua categoria. Paralisaram o serviço público municipal por mais de 30 dias em defesa de salário, cesta-básica, plano de cargos, concurso público e pelo fim do assédio moral e todo tipo de perseguição.
Como exemplo das novas camadas que entram na luta no contexto da crise econômica, o movimento teve que passar por cima de todos os obstáculos possíveis e ainda assim os trabalhadores mantiveram a cabeça erguida.
O prefeito de Hortolândia, Ângelo Perugini do PT, agiu como um verdadeiro carrasco dos servidores. Recusou-se a negociar, mentiu para a população, usou e abusou da injusta “Justiça” burguesa, foi truculento e ameaçou os trabalhadores. O PT se mostrou tão podre quanto os demais partidos de direita na região.
Na luta contra a prefeitura, os trabalhadores também tiveram que contornar o enorme obstáculo representado pela direção do sindicato dos servidores municipais. Inicialmente contra qualquer tipo de luta (nunca organizaram uma greve na vida), os diretores do sindicato tiveram que engolir a decisão massiva da Assembléia em favor da greve.
Mas, depois, não perderam oportunidades para frear o movimento. Um Comando de greve foi eleito em Assembléia, mas só encontrou no sindicato obstáculos para sua ação.
A greve terminou sem grandes vitórias econômicas, mas com um grande saldo de organização e consciência. Independentemente do resultado final, uma camada importante dos trabalhadores já começa a tirar as conclusões corretas dessa experiência: a necessidade da organização democrática pela base, da independência em relação aos governos e politiqueiros, da unidade do movimento com os demais setores da classe trabalhadora e, centralmente, de uma nova direção sindical para os servidores de Hortolândia.