56 anos do golpe de 1964: ditadura nunca mais!

Completam-se hoje 56 anos da mais pura infâmia! Foi entre os dias 31 de março e 1º de abril de 1964. Nesse momento, a classe dominante brasileira, apoiada pelo imperialismo estadunidense e utilizando-se das Forças Armadas, consumou o desfecho armado da contrarrevolução preventiva que vinha tentando promover há muito no Brasil.

O golpe de 1964 foi realizado em nome dos interesses da classe capitalista e do imperialismo. Foi um golpe contra os trabalhadores e o povo. Seu objetivo era impedir a ascensão do movimento de massas da classe trabalhadora, dos camponeses, da juventude e do povo pobre e oprimido. Uma mobilização e efervescência dos “de baixo” que ameaçava seus lucros e privilégios e que no limite poderia colocar em risco o próprio sistema.

Para consolidar a nova ordem, arrancar direitos conquistados e limpar o caminho para os enormes ganhos das multinacionais, bancos e dos capitalistas brasileiros, a ditadura teve que promover um banho de sangue, uma repressão brutal, esmagar o movimento sindical e popular, acabar com as liberdades democráticas e impôr o terror de Estado. Perseguiram, prenderam, torturaram, mataram e fizeram desaparecer milhares.

No Brasil de 2020, sob Bolsonaro e a pandemia do coronavírus, lembrar da infâmia de 1964 é uma obrigação e uma necessidade. Bolsonaro aposta no caos social, sanitário e político para promover seu projeto autoritário inspirado em 64 e nos seus ídolos, torturadores covardes como o assassino Brilhante Ustra.

No dia de hoje, a alta cúpula das Forças Armadas no Brasil e figuras ligadas a ela, incluindo o vice-presidente general Mourão, assumem publicamente a defesa do golpe e seu legado. A Ordem do dia assinada pelo ministro da defesa diz explicitamente que “o Movimento de 1964 é um marco para a democracia brasileira”. Alertam cinicamente que “o Brasil reagiu com determinação às ameaças que se formavam àquela época”. Reafirma ainda o papel das Forças Armadas hoje no sentido de “manter a paz e a estabilidade” no país.

Quanto mais fica desprestigiado com sua postura criminosa diante da pandemia do coronavírus, mais Bolsonaro aposta no caos e numa saída autoritária. É preciso barrá-lo a todo custo!

A única muralha efetiva contra a escalada autoritária no Brasil é a mobilização dos trabalhadores e do povo por seus direitos sociais, de saúde pública e democráticos.

Há quem pense que os militares são mais sensatos e equilibrados que o presidente. A Ordem do dia de hoje mais uma vez mostra que não. Há ainda quem pense que governadores da direita mais tradicional, o presidente da Câmara ou o STF possam representar um contraponto efetivo ao avanço autoritário. Mas, eles foram, são e serão cúmplices do autoritarismo, como vimos com o golpe parlamentar de 2016, principalmente se isso servir ao seu projeto neoliberal, às privatizações e contrarreformas. Não temos nenhuma confiança.

A tarefa da esquerda e do movimento dos trabalhadores é organizar a resistência desde já, da forma que mostrar-se possível, e preparar-se para os embates que deverão aprofundar-se no futuro próximo. Toda unidade de ação em defesa de direitos democráticos é necessária, mas só a organização e luta independente dos trabalhadores poderá levar essa luta até o fim.

Fora Bolsonaro, Mourão, militares e a agenda autoritária e neoliberal!
Em defesa da saúde, emprego, salário, renda básica e direitos democráticos!

Você pode gostar...