Bolsonaro genocida – vidas acima dos lucros!

Fora Bolsonaro, Mourão e a agenda neoliberal

Bolsonaro é um genocida em potencial. O pronunciamento de ontem (24/03) foi criminoso. Se já não existissem motivos suficientes para a queda desse governo, as palavras proferidas em rede nacional na noite de ontem já seriam suficientes. 

Cada nova morte relacionada à pandemia do coronavírus no Brasil deveria ter registrada em seu atestado de óbito, como uma das causas, a irresponsabilidade criminosa desse governo. 

Jair, o canalha, disse que a pandemia não passa de uma gripezinha e que só alguns milhares em muitos milhões irão morrer. Com isso, ele deixa evidente seu desprezo pela vida exatamente dos mais pobres, dos moradores das periferias, morros e favelas, das negras e negros, dos aposentados que recebem uma miséria, dos mais vulneráveis. 

Lembremos que a primeira morte registrada no Brasil pelo coronavírus veio da casa de uma família de classe média. A família salvou-se, mas quem morreu foi sua empregada doméstica. Esse é o retrato da pandemia no Brasil. Só em São Paulo, mais de 2 milhões de pessoas vivem em favelas, com acesso restrito à agua e onde a aglomeração se dá dentro dos próprios barracos e casas.

O presidente da república desdenhou dos riscos e das mortes, denunciou as medidas (insuficientes, diga-se) de isolamento social tomadas em diferentes estados, mentiu e desinformou sobre os riscos da pandemia. Na pratica, ele finge que se preocupa com a renda das pessoas, mas está mais preocupado com o lucros das empresas.

Isso fica ainda mais evidente quando observamos a Medida Provisória 927 enviada pelo governo ao Congresso e cujo artigo 18 permitia a suspensão dos contratos de trabalho por quatro meses sem nenhum tipo de remuneração aos trabalhadores. Seriam milhões de trabalhadores formais jogados ao “deus dará” junto com os informais e autônomos!

A repercussão dessa medida foi tão negativa que o próprio governo foi obrigado a anunciar a retirada do artigo. Mas, ninguém pode confiar nesse governo. O conjunto da MP deve cair já e o Estado deve garantir a sobrevivência das pessoas fazendo com que os super-ricos paguem pela crise.

Bolsonaro não é, portanto, simplesmente insano. Ele tem lado, defende os super-ricos enquanto finge que se preocupa com quem vai perder seu ganha-pão na crise. Mas, o fato de governadores de direita, como Doria e Witzel, e o presidente da Câmara Rodrigo Maia, ex-aliados e cúmplices de Bolsonaro, agora se colocarem em choque com o governo federal não significa que sejam muito melhores.

Maia defende a redução de salários para os servidores públicos. Doria insiste que os trabalhadores nas fábricas continuem se expondo ao risco para gerar lucros aos seus patrões. A resposta dos metalúrgicos no ABC, no Vale do Paraíba tem sido a greve. Esse é o caminho para essas e outras categorias ameaçadas em seus direitos, como no caso dos metroviários. 

Na luta contra o coronavírus, a classe trabalhadora deve combater esses governos, apresentar o seu programa que coloque a vida acima dos lucros e impedir que a situação emergencial abra canais para um giro autoritário por parte do governo. Bolsonaro já está dando passos numa direção autoritária, é preciso barrá-lo.

A esquerda socialista e o movimento dos trabalhadores e demais setores oprimidos precisa responder com organização e mobilização. A experiência dos Comitês Populares que já começam a ser organizados nas favelas e comunidades em São Paulo e outras regiões para combater o coronavírus precisam ser apoiadas e levadas às últimas consequências. Devem servir para organizar a solidariedade de classe entre os mais pobres e ao mesmo tempo pressionar e combater os governos. 

Lutar pelo Fora Bolsonaro, Mourão e as políticas neoliberais é uma necessidade urgente na luta contra a pandemia no Brasil!

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