Unificar as lutas para derrotar o ajuste fiscal de Dilma, governadores, prefeitos e dos patrões!
Construir uma alternativa unitária contra o “lulismo” e a velha direita!
A Marcha Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras é realizada num momento de aprofundamento da crise econômica e política do país. Vivemos um quadro recessivo com perspectivas de PIB negativo para este ano e 2016. Os trabalhadores tem sentido na pele através do aumento do da inflação e do desemprego. Este quadro econômico e político combinado com as denúncias de corrupção tem potencializado a polarização social e a crise política no país.
A política de “ajuste” do governo federal ameaça retirar direitos sociais e joga o peso da crise na costa dos trabalhadores. No orçamento proposto para 2016, o maior corte de gastos é o dos salários do funcionalismo federal (R$7 bilhões), seguido por cortes no Minha Casa, Minha vida (R$4,8 bilhões) e saúde R$3,8 milhões.
Apesar de sermos oposição a esse governo, não somos a favor do impeachment, quem tem como objetivo facilitar a implementação dos ataques. Esse congresso corrupto não tem moral de depor um síndico de prédio. A tarefa de derrotar o governo e construir uma real alternativa é do povo trabalhador.
Em virtude deste contexto a Marcha que está sendo realizada hoje, 18 de setembro, assume uma importância fundamental. Apesar de termos diferenças com a hierarquia dos eixos que estão sendo trabalhados – entendemos que a luta contra o ajuste fiscal de Dilma, governadores, prefeitos e dos patrões deveria ser o centro – tanto a Marcha de hoje como o Encontro Nacional que será realizado no dia 19 de setembro, podem e devem contribuir para derrotar estes ataques de patrões e governos e para a construção de uma alternativa política de esquerda, socialista e unitária para o país.
Por este motivo, entendemos que o debate central que o Encontro Nacional de Trabalhadores e Trabalhadoras deve se debruçar está relacionado à continuidade da luta. Uma das possibilidades de calendário é a construção de uma Jornada ou Dia Nacional de Lutas no final de outubro tendo como eixo a luta contra o ajuste fiscal de Dilma, governadores, prefeitos e dos patrões.
Além da luta contra o ajuste, é necessário que este Encontro Nacional tenha também como plataforma: a luta por estabilidade no emprego através da redução da jornada de trabalho, sem redução de salários; pelo fora Cunha e sua pauta reacionária no Congresso; pelo fim da lei “antiterrorismo” e criminalização dos movimentos sociais e da luta; pela taxação das riquezas e lucros da grandes empresas; pela auditoria e o não pagamento da dívida pública aos grandes capitalistas.
Esta Jornada ou Dia Nacional de Lutas seria marcado por atos e paralisações, apontando para uma greve geral. Partiria do apoio às lutas que já estão em curso como é caso da greve dos servidores federais, dos metalúrgicos contra as demissões, dos trabalhadores dos correios e a luta dos servidores do Rio Grande do Sul contra os ataques de Ivo Sartori que parcelou salários e pretende aprovar um pacote de que ataca direitos dos servidores e da população.
Entendemos que é necessário sim, construirmos uma Frente Social e Política de Luta que seja o embrião de uma alternativa política unitária de esquerda e socialista. A construção desta alternativa unitária é necessária, pois temos a clareza que a oposição de direita é uma das faces de uma mesma moeda junto com o PT na implementação de medidas que atacam direitos dos trabalhadores.
Apesar de defendermos a construção desta Frente Social e Política de Luta, temos a clareza que ela não será suficientemente unitária se for construída, de forma imediata, no Encontro Nacional de 19 de setembro. Se isto ocorrer, será uma Frente bastante restrita, sem a participação de setores importantes da esquerda combativa. Na prática, se restringiria às entidades que hoje já fazem parte do Espaço Unidade de Ação. É necessário construirmos uma Frente Social e Política de Luta unitária composta por partidos no campo dos trabalhadores, como é caso PSOL, PSTU e PCB e de entidades e movimentos sociais combativos como é caso da CSP-Conlutas, MTST e Intersindical e outros.