II Escola Latino-americana do CIO: Construindo uma Internacional revolucionária na América Latina
Cerca de cem socialistas do Brasil, Venezuela, Chile, Bolívia, junto com representantes dos EUA, Bélgica, Alemanhã e Grécia, participaram na II Escola Latino-americana do Comitê por Uma Internacional Operária, entre os dia 12 e 16 de fevereiro.
A Escola também contou com presença de representantes do Coletivo Liberdade Socialista (CLS), agrupamento com o qual o SR constrói um processo de unificação. O Reage Socialista, um coletivo que faz parte do Bloco de Resistência Socialista junto com o SR e outros três agrupamentos, também esteve representado. O Coletivo Paulo Romão, um agrupamento sindical do Rio de Janeiro, também enviou dois representantes.
No primeiro dia foi realizada uma Plenária Nacional do SR que discutiu e votou um documento sobre as tarefas colocadas na nova conjuntura de crise mundial do capitalismo. O tema da crise, e como intervir nas lutas levantando uma alternativa socialista, foi o fio condutor durante toda a Escola.
O tema no segundo dia foi a situação mundial. “Tudo mudou”, foi o lema que marcou a introdução feita por Sascha Stanicic da seção alemã do CIO, representando a direção da Internacional, mostrando como a crise mundial do capitalismo foi um duro golpe contra a ideologia neoliberal.
“Tudo mudou”
Os governos agora estão forçados até a nacionalizar bancos para salvar seu sistema. A classe dominante vai fazer de tudo para que a classe trabalhadora pague pela crise, por isso entramos em um período com mais confrontos sociais, que também abrirá mais oportunidades para levantarmos uma alternativa socialista contra esse sistema explorador, opressor e injusto.
Sascha também deu um informe geral sobre o trabalho do CIO, que agora atua em cerca de 40 países em todos os continentes. Nikos Anastasiadis deu um informe especial sobre o levante da juventude na Grécia durante dezembro, mostrando vídeos das lutas.
No sábado o dia foi dedicado à América Latina, com uma discussão geral durante a manhã e discussões específicas sobre Venezuela e Bolívia, durante a tarde, e Brasil e Chile, durante a noite.
No domingo de manhã foi realizado um mesa para discutir o “Socialismo do Século XX – o que deu errado?”, que também é o título do livro de Robério Paulino do CLS, que falou sobre a experiência da Revolução Russa, que marcou o século passado, e a ascensão do stalinismo. Marcus Kollbrunner do SR falou sobre as lições gerais da luta do século passado.
Em seguida foi realizada uma mesa sobre opressões, levantando o tema de mulheres, negros e negras e LGBTT (lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e transexuais). O tema de mulheres e LGBTT também foram discutidos em comissões especiais.
Ao fim no domingo foi realizada uma coleta financeira para ajudar cobrir os gastos da Escola, especialmente os gastos de viagens. Mesmo depois de todo o esforço financeiro prévio à Escola, a coleta ainda levantou mais 1.500 reais.
No último dia foi feita uma discussão o legado de José Carlos Mariátegui, um marxista peruano, e a questão indígena na América Latina. Foi um tema novo para a maioria, mas que tem uma grande relevância no movimento, especialmente em países como Bolívia, onde a maioria, também da classe trabalhadora, são indígenas, e têm sido oprimidos por séculos.
Sem dúvida a Escola marcou um passo importante na construção do CIO na América Latina. Além da consolidação e potencial de crescimento existente nos países onde já estamos organizados, existem muitas possibilidades de expansão em outros países latino-americanos.
Um termômetro que indica a importância da Escola foi a decisão tomada por vários companheiros que ainda não eram militantes do SR de se incorporar efetivamente à organização. A Escola serviu para mostrar que somos uma força séria, parte de uma Internacional com debate vivo e com grandes possibilidades de jogar um papel importante no próximo período, em especial no processo de construção de uma nova organização unificada com o CLS.