Sindicato da Alimentação – SJ Campos e região: solidariedade de classe acima das diferenças políticas

Uma das preocupações principais da Conlutas e do movimento sindical combativo neste momento é a necessidade de resistência diante da criminalização e repressão aos movimentos sociais e aos ativistas.

Iniciativas como a jornada unitária de ações em outubro, o Seminário a ser realizado em Brasília também em outubro pela Conlutas em conjunto com a OAB ou mesmo o Tribunal Popular contra o Estado brasileiro previsto para dezembro, são iniciativas importantes.

Mas, a luta contra a repressão aos movimentos é cotidiana. A solidariedade diante de ativistas perseguidos deve ser parte permanente dos movimentos sindicatos e organizações dos trabalhadores e da esquerda.

Resistir juntos

A solidariedade de classe em defesa dos trabalhadores contra os patrões deve passar por cima das diferenças políticas que existam entre os próprios trabalhadores. Debatemos entre nós, mas diante do ataque de patrões e governo resistimos juntos.

A gravidade do ataque armado de pistoleiros a serviço de pelegos e patrões sobre a Assembléia dos trabalhadores terceirizados da REVAP na sede da Conlutas em São José dos Campos chamou a atenção de todo o movimento sindical. O Ato em solidariedade a esses trabalhadores no dia 20 de agosto marcou uma importante unidade entre os trabalhadores de diferentes visões políticas e sindicais.

Nós do Socialismo Revolucio­­­nário, além de estarmos presentes no Ato, realizamos conjuntamente com nossa organização internacional, o Comitê por uma Internacional Operária, uma ampla campanha de denúncias sobre o que aconteceu em São José em vários países onde estamos organizados.

Porém, queremos aqui fazer um chamado a todos os ativistas da Conlutas, em particular, e de todo o movimento sindical combativo.

Na mesma região do Vale do Paraíba, Joaquim Aristeu, um veterano dirigente operário, militante de esquerda e socialista há 20 anos, ex-presidente do Sindicato dos trabalhadores do setor de Alimentação do Vale, fundador e dirigente da Con­lutas na região, trabalhador da AmBev de Jacareí na ativa, está na mira dos patrões.

Cabeça à prêmio

Sua cabeça está a prêmio de forma clara e explícita. A patronal está evidentemente montando uma armadilha para conseguir uma demissão por justa causa. Também estão movendo céus e terra para derrotá-lo na eleição da CIPA em curso.

Apesar de tudo isso, Joaquim não apenas não recebe a solidariedade dos dirigentes da Conlutas como ainda tem que se enfrentar com diretores de seu sindicato que preferem ver sua cabeça rolando.

Tudo isso porque Joaquim assume uma postura de oposição política à atual gestão do sindicato, composta por militantes da própria Conlutas, por não concordar com a postura desses setores.

É legítimo que Joaquim seja oposição a uma diretoria sindical que ele identifica como negativa para as lutas de sua categoria e para o projeto de sindicalismo combativo da Conlutas. Mas, não é legítimo que, em razão das diferenças políticas, dirigentes da Conlutas ignorem e omitam-se diante da repressão e das ameaças que vem sofrendo.

Ainda é tempo para a Con­lutas mudar de posição e nos juntarmos todos em defesa de cada trabalhador atingido pela repressão patronal. Um ataque a um é um ataque a todos! 

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