Moro desmascarado! Agora é hora de derrotar nas ruas esse governo e suas contrarreformas!
As revelações feitas por The Intercept sobre a troca de mensagens privadas entre o então juiz Sergio Moro e os procuradores da Operação Lava Jato representam prova contundente das manobras ilegais e ilegítimas por eles adotadas, além das motivações políticas reacionárias que orientaram suas ações.
As mensagens expostas não deixam dúvidas de que, especialmente no caso da condenação de Lula (mas não apenas nesse caso), juiz e procuradores agiam de forma coordenada, como grupo organizado nas sombras, com o objetivo explícito de prejudicar o réu e sua defesa.
Pelo menos um dos objetivos políticos dessas ações é explícito nas mensagens até agora reveladas. Tratava-se de retirar Lula da disputa presidencial e prejudicar ao máximo o desempenho de uma candidatura apoiada por ele.
As mensagens também revelam que Moro foi convidado por Bolsonaro para ser ministro antes mesmo da eleição, o que deixa ainda mais evidente sua parcialidade.
O surgimento dessas provas representa um poderoso fato novo na conjuntura nacional. Mas, essas revelações apenas confirmam a validade das denúncias e protestos feitos nos últimos anos contra as práticas da Lava Jato e o enorme risco que elas representavam para a garantia dos direitos democráticos no Brasil.
A natureza golpista do conluio entre juízes, procuradores, políticos, meios de comunicação e o grande capital vai muito além dos interesses particulares e carreiristas de Moro.
A Operação Lava Jato nunca jogou o papel que a ela foi atribuída de heróis da luta contra a corrupção. Moro e seus cúmplices sempre atuaram como agentes de interesses escusos vinculados ao grande capital internacional.
A meta estratégica da grande burguesia brasileira e internacional de impor a ferro e fogo no Brasil as contrarreformas neoliberais foi favorecida pelas ações de Moro.
Sergio Moro e a Lava Jato foram protagonistas no processo de ascensão da nova direita no Brasil. Com ajuda da grande mídia, influenciaram poderosamente no ambiente político que permitiu o golpe institucional que levou Temer ao poder. Também trabalharam ostensivamente em favor da vitória eleitoral de Bolsonaro.
Moro também representava, até agora pelo menos, uma garantia da existência de uma alternativa política para a classe dominante diante do crescente desgaste de Bolsonaro.
Evidentemente que conseguiram tudo isso aproveitando-se dos erros, limites e traições promovidos pelos governos de conciliação de classes dirigidos pelo PT.
Essas revelações colocam a nu de forma cabal uma realidade tão conhecida para milhões de brasileiros: a parcialidade da justiça burguesa no Brasil e sua natureza de classe contra os pobres, negros e negras e os que questionam a ordem injusta existente.
A criminalização da pobreza e das lutas sociais é uma realidade antiga em nosso país que se aprofundou no último período e só tende a piorar com Bolsonaro. O próprio pacote de medidas na área da segurança pública promovido por Moro representa um aprofundamento do extermínio da juventude negra nas periferias.
A prisão de Lula representou um precedente gravíssimo na medida em que coloca toda a esquerda e os movimento sociais à mercê das arbitrariedades de um punhado de juízes vinculados aos interesses da classe dominante.
Ao defender a libertação imediata de Lula, não estamos conferindo a ele qualquer apoio político e nem mesmo isentando-o de antemão em relação a suas ações na presidência da república. O que estamos fazendo é lutar contra a escalada autoritária, a seletividade aplicada pelo judiciário, defendendo os direitos democráticos que conquistamos com muita luta.
Fomos oposição de esquerda aos governos do PT e continuamos defendendo a construção de uma alternativa de esquerda, classista e socialista que supere o PT e rejeite seu processo de degeneração política enquanto instrumento de luta dos trabalhadores.
Isso não nos impede de reconhecer o caráter parcial, ilegal e ilegítimo do julgamento político que condenou Lula. Não nos impede também de lutar ao lado de milhares e milhões de simpatizantes e apoiadores de Lula contra os ataques do governo Bolsonaro sobre o povo brasileiro.
As provas e evidências contra Moro fragilizam o governo Bolsonaro e criam confusão nas classes dominantes e seus representantes políticos. É preciso aproveitar essa situação para reforçar a preparação da greve geral convocada para o dia 14 de junho.
Não podemos dar nem um só passo atrás ou nos limitarmos à uma atitude de espectadores diante das novas revelações e denúncias que surgem a cada dia. É preciso retomarmos o protagonismo das ruas demonstrado nos dias 15 e 30 de maio. É preciso construir uma poderosa greve geral que chacoalhe o governo e todo o andar de cima.
A greve geral de 14 de junho deve estar vinculada a um plano de lutas ainda mais ousado, construído pela base. É preciso construir comitês de luta em cada categoria, local de trabalho, estudo ou moradia e construirmos uma luta intensa e permanente, tomando as ruas, organizando novas greves e ações contundentes.
Nesse processo de lutas é preciso que construamos uma saída política pela esquerda para a crise nacional, baseada em uma alternativa anticapitalista e socialista.
O que defendemos:
- Fora Sergio Moro! Punição para todos os juízes e procuradores envolvidos na máfia da Lava Jato!
- Liberdade para Lula! Fim da criminalização da pobreza e dos movimentos sociais!
- Não à contrarreforma da previdência e os cortes da educação!
- Derrotar Bolsonaro e seus ataques aos direitos sociais e democráticos!
- Construir pela base a greve geral de 14 de junho e um poderosos plano de lutas com novas greves e ações massivas e radicalizadas!