Nenhum passo atrás na preparação da Greve Geral de 30 de junho!
Mesmo repudiados pela imensa maioria da população, o governo ilegítimo de Temer e esse Congresso repleto de corruptos e lacaios do grande capital insistem na tramitação das contrarreformas da previdência e trabalhista.
A classe trabalhadora brasileira e amplos setores populares já deixaram bem claro que não aceitarão pagar o preço da crise através da retirada de direitos. Essa foi a mensagem contundente da Greve Geral de 28 de abril e do Ocupa Brasília em 24 de maio.
Temer sabe que seu governo está por um fio. As denúncias de corrupção se acumulam e, desde a delação da JBS pelo menos, o envolvimento do próprio presidente nos esquemas corruptos é inegável. Só não enxerga quem não quer (como Gilmar Mendes e o TSE).
Até mesmo um setor significativo da burguesia brasileira começa a perceber que Temer acabou tornando-se mais um problema do que uma solução para seus interesses. A classe dominante está unida em defesa das contrarreformas, mas se divide quanto ao que fazer com Temer e como garantir a aprovação desses ataques no Congresso.
Essa divisão só existe e se manifesta porque a forte rejeição ao governo e às reformas começou a transformar-se em efetiva mobilização operária e popular, como vem acontecendo de forma ascendente desde março. Os de cima se dividem quando os de baixo se levantam.
Para enfrentar essa situação, Temer precisa mostrar aos banqueiros, empresários e à grande mídia que ainda é capaz de aprovar as reformas no Congresso. Sua manutenção no governo depende disso e ele está indo para o tudo ou nada.
O governo sofreu uma derrota simbólica importante com a rejeição do relatório da reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado. Mas, trata-se de uma derrota simbólica que precisa ser transformada em derrota efetiva quando da votação do projeto em plenário.
Nesse momento em que a burguesia e seus representantes dão sinais de vacilação e confusão é preciso intensificar ainda mais a luta. É preciso dar a pancada final. Poderemos vencer se conduzirmos a luta nos campos de batalha que mais nos favorecem, nas ruas e locais de trabalho. É nesse espaço que vai ser definida a sorte das reformas e do próprio governo.
Por isso, é inaceitável que setores do movimento sindical comecem a vacilar ou recuar abertamente diante da convocação da greve geral do dia 30 de junho.
Fazer isso nesse momento significa dar um fôlego a mais para um governo já quase asfixiado. Fomentar qualquer ilusão em uma negociação de cúpula que melhore os projetos de contrarreformas significa enfraquecer a luta contra os ataques do governo.
A unidade de ação das centrais foi fundamental para o sucesso da greve geral de 28 de abril e representou um grande passo. Mas, sempre soubemos das contradições das direções de muitas das centrais envolvidas.
Que notórios pelegos e apoiadores do governo Temer, como Paulinho da Força e outros, desistam da greve agora, deve nos indignar, mas não nos surpreender. Isso, porém, não significa que a base de trabalhadores dessas centrais sindicais esteja necessariamente fora da greve. Setores da própria Força Sindical, pressionados pela base, questionam a direção de Paulinho e podem ser ganhos para a mobilização.
Mas, para isso, é fundamental que as demais centrais reforcem com convicção o chamado à greve de 30 de junho e que esse chamado seja feito na base de todas as categorias, incluindo aquelas dirigidas por pelegos como Paulinho.
A CUT e CTB não podem usar a desculpa do recuo da direção da Força, UGT e outras para também recuar. Se estes setores declaram estar a favor da luta contra Temer e as reformas devem assumir uma posição clara em defesa da greve geral. Demonstrar convicção e firmeza na convocação é parte decisiva das condições para o sucesso da greve.
Cabe às centrais sindicais do campo da esquerda classista, como a CSP-Conlutas e Intersindical, e os movimentos sociais combativos, como o MTST e outros, reforçar o trabalho de base entre os trabalhadores, fomentar a organização da greve pela base nos locais de trabalho e nos bairros e exercer uma pressão sobre as direções sindicais vacilantes.
A luta contra as reformas não se dissocia da luta pela derrubada desse governo e Congresso. Uma coisa leva à outra necessariamente. Mas, a queda de Temer não pode representar uma oportunidade de recomposição da burguesia em torno de um novo governo escolhido por eleições indiretas nesse Congresso corrupto.
Para barrar essa manobra defendida por um setor significativo da burguesia é preciso defender em alto e bom som a necessidade de eleições gerais e diretas já! Que o povo decida e não um punhado de corruptos.
Para barrar as reformas, derrubar o governo e impor eleições gerais e diretas já é preciso organizar uma grande greve geral no dia 30 de junho! Essa ainda é a tarefa imediata que se coloca sem qualquer vacilação ou recuo!
A LSR reafirma seu compromisso com a construção pela base da greve geral de 30 de junho. Junto com isso enfatizamos a necessidade da unidade da esquerda socialista e classista na construção de uma nova alternativa política para o país, uma alternativa que só poderá ser construída nos marcos de uma frente de esquerda socialista e dos trabalhadores.
- Fora Temer e suas reformas!
- Eleições gerais e diretas já, com regras democráticas!
- Construir pela base a greve geral de 30 de junho!
- Por um Encontro nacional dos trabalhadores para construir uma plataforma comum e um plano geral de lutas.
- Por uma Frente de Esquerda Socialista!
Liberdade, Socialismo e Revolução – LSR
Seção brasileira do CIT
Corrente do PSOL