Sete estudantes são expulsos da UNESP

No dia 02 de agosto de 2005 em reunião aberta da Congregação da Unesp – Câmpus de Franca, com presença do reitor Marcos Macari, sete alunos do curso de História protestaram contra o descaso com que vem sendo submetida a UNESP e demais universidades públicas por suas reitorias e governos estaduais e federal.

Após o termino da reunião foi instaurado processo de sindicância contra esse estudantes que resultou na expulsão dos sete estudantes no dia 12 de novembro por violar os seguintes incisos do artigo 161 do regimento Geral da UNESP, segundo a reitoria. (Vale re ssaltar que o Regimento Geral da Unesp foi elaborado na época da Ditadura Militar e permanece o mesmo até hoje)

IV – praticar ato atentatório à integridade física e moral de pessoas ou bons costumes;

VII – perturbar os trabalhos escolares, as atividades científicas ou o bom funcionamento da administração;

IX – desobedecer aos preceitos regulamentares do Estado, do Regimento Geral, dos Regimentos das unidades universitárias e de outras normas fixadas por autoridade competente; e

X – desacatar membro da comunidade universitária.

Cabe agora aos estudantes sindicados entrarem com recurso junto ao Conselho Universitário. Porém, essa medida visa unicamente dar um “ar democrático”, uma vez que é praticamente irreversível a situação através desse órgão colegiado, por ser majoritariamente composto por docentes e diretores de unidades universitárias completamente atrelados a reitoria.

Ainda que os métodos utilizados no protesto (escatológico, segundo o vice-reitor) não fosse dos melhores, repressão e punição aos estudantes, como a expulsão, é inadmissivel.

Repudiamos qualquer tipo de repressão a estudantes e militantes do Movimento Estudantil do país, bem como as repressões sofridas por estudantes da UFSC, UFF, PUC-SP e demais universidades.

Dentro da Unesp há outros três campi onde estudantes estão sofrendo repressões e sindicâncias por se manifestarem contra a política de sucateamento da universidade aplicada pela reitoria e pelo governo Alckmim que agrava cada vez mais a crise desta instituição de ensino.

Essas repressões vem mostrar qual é o objetivo da reitoria e do governador Geraldo Alckmim. Querem calar e criminalizar o movimento estudantil para deslegitimá-lo. Querem que o Movimento Estudantil enfraq ueça para que possam assim dar continuidade às políticas neoliberais, aos ataques a educação, como exemplo a Reforma Universitária.

O país passa por uma grave crise onde praticamente todos os corruptos e corruptores permanecem impune, mesmo cometendo um crime contra a sociedade brasileira, contra a “integridade moral da população e aos bons costumes”. O governador do Estado nega verba para a educação colocando em “xeque” a sobrevivência das universidades públicas e os reitores nada mais são do que correia de transmissão da política do governo estadual dentro das Universidades. Deve-se punir quem de fato aplica os ataques a educaç ão e não a quem apenas protesta contra esses ataques que vem destruindo a educação pública.

O Movimento Estudantil e toda a comunidade universitária não podem fechar os olhos e assistir passivamente a esses acontecimentos. Precisamos construir atos, recolher moções de apoio e divulgar amplamente para a sociedade as repressões que estamos sendo submetidos. É necessário que todos os estudantes se mobilizem pelo fim da perseguição política. O momento é de superar as diferenças por uma unidade para que possamos ter forças para barrar os ataques ao Movimento Estudantil. Não podemos permitir que continuem cerceando nossa luta por uma Universida de Pública, Gratuita e de Qualidade para todos e todas!

  • Abaixo as repressões!
  • Contra as expulsões dos estudantes!
  • Fim da Perseguição política!

Você pode gostar...