A ascensão do Militant: Trinta anos do Militant 1964 – 1994

Militant: Origens e primeiros anos

O MILITANT e seus apoiadores foram decisivos na humilhação de Thatcher em Liverpool em 1984. Ele forneceu a coluna vertebral política e organizativa para o poderoso movimento anti-poll tax que sepultou esta taxa e que varreu Thatcher da arena política. Os apoiadores do Militant jogaram um papel decisivo na construção da Juventude contra o Racismo na Europa (JRE) que ajudou a parar o fascista BNP em sua trajetória.Esse corpo também organizou 40 mil jovens na marcha à Bruxelas em outubro de 1994, a maior marcha anti-fascista da história da Europa.

O envolvimento do Militant nestas e em muitas outras importantes lutas da classe operária na Grã-Bretanha e internacionalmente mereceu o desprezo e o ódio dos capitalistas, seus representantes na mídia e seus lacaios dentro do movimento operário, os trabalhistas de direita e os líderes sindicais.

Uma indústria de especialistas surgiu, dissertando, comentando e procurando explicar o “fenômeno Militant”. Milhares de artigos apareceram na imprensa capitalista, litros de tinta tem sido usadas, numerosos programas de rádio e televisão tem sido produzidos na vã tentativa de explicar as razões do nosso sucesso. Pelo menos cinco livros, tratando do papel do Militant, sua história e futuro, apareceram (incluindo um na Alemanha).

Na Inglaterra, a academia também tem tido um interesse apurado pelo Militant. Professores têm feito pesquisas e vários departamentos organizaram seminários especiais (é desnecessário dizer, sem convidar um único apoiador do Militant).

Em meio a tudo isso nenhuma explicação científica pode ser encontrada que mesmo comece a explicar porque o Militant se tornou um importante e, em sonoras ocasiões, um decisivo fator nas batalhas do movimento trabalhista, particularmente nos anos 80 e 90. Muitos comentaristas dificilmente se aventuram a ter uma visão “conspiratória” do sucesso do Militant. Esta visão superficial, para não dizer infantil, é incapaz de dar uma visão de como o Militant ascendeu da obscuridade para uma importante força do movimento da classe trabalhadora britânica. O que havia em sua origem, política, visão dos futuros desenvolvimentos na Inglaterra que permitiu a ele capturar a imaginação de importantes setores dos trabalhadores, onde outros falharam? As respostas para estas questões apenas podem ser encontradas em uma investigação das condições objetivas do papel do Militant que em cada estágio levou à sua formação e crescimento. Tal abordagem também nos permitirá dizer se o Militant poderá repetir seus sucessos no futuro.

O Militant foi lançado como uma publicação mensal em outubro de 1964. Não foi, é claro, o primeiro jornal marxista a aparecer na Grã-Bretanha. A história do movimento operário, e do movimento marxista em particular, está repleta de várias tentativas de criar jornais e organizações. Portanto, alguns dos fundadores do Militant estiveram envolvidos em tais tentativas no período pós- 1945. O Militant, contudo, não apenas durou mas se tornou um nome familiar.

Os anos 50 e 60 foram um período onde a direita no Partido Trabalhista e sindicatos exercia quase um controle de ferro sobre o movimento. O longo crescimento econômico de 1950 a 1974 fortaleceu o capitalismo e, pelo menos nos países industriais avançados, a idéia de que os trabalhadores poderiam ganhar algumas melhorias que iriam constituir dentro de pouco tempo uma mudança substancial em suas vidas. Aqueles que defendiam essas idéias eram chamados pelos marxistas de “reformistas”. Eles argumentavam que por meio de reformas graduais o poder seria transferido da minoria da sociedade, dos capitalistas, para a maioria, a classe trabalhadora e seus aliados na classe média. As classes possuidoras, contudo, nunca irão abandonar voluntariamente seu poder. Mesmo um bem-conhecido trabalhista reformista de direita, George Brown, vice-primeiro ministro no governo Wilson de 1964-70 admitiu: “Nenhum grupo privilegiado desaparece da história sem luta.” No período do pós-guerra, algumas migalhas da rica mesa dos capitalistas caíram no chão, para a classe trabalhadora. As reais condições de vida dos trabalhadores avançaram, e a idéia de uma mudança fundamental – a possibilidade de uma nova sociedade socialista – foi relegada a um ideal distante. A tarefa histórica do marxismo no anos 50 e mesmo na época do lançamento do Militant era defender as idéias básicas do marxismo contra aqueles que diziam que este não era mais relevante. A tarefa, que foi admiravelmente cumprida pela velha geração que fundou o Militant, era absolutamente necessária para manter a continuidade das idéias e organização que foram deixadas por Trotsky e seus seguidores nos anos 30. Nosso jornal teve um enorme efeito no movimento trabalhista. Ganhou um apoio em nenhuma escala comparável com outra organização, tanto na Grã-Bretanha quanto internacionalmente.

Contagem regressiva para o Militant

Os primeiros pioneiros do Militant se uniram a uma nova geração trazida à atividade política no final dos 50 e começo dos 60, como resultado da radicalização de um setor da juventude. O crescimento da Campanha pelo Desarmamento Nuclear (CDN) e as greves de aprendizes de 1960 e 1964 eram sintomas disso. Era entre a juventude que o Militant poderia alcançar um rápido sucesso.

Inúmeras tentativas de produzir um jornal foram feitas antes de outubro de1964. Luta Socialista, editado por Ted Grant, apareceu muito irregularmente.

Uma seção da juventude de Liverpool produziu um jornal chamado Jovens pelo Socialismo. Este seguiu o abandono em 1963 da fútil tentativa de trabalhar junto com uma tendência do Partido Trabalhista, os International Socialists (subseqüentemente o Socialist Workers’ Party), em um jornal para a juventude chamado Jovem Guarda. Os Jovens Socialistas (YS), braço jovem do trabalhismo, que foram recriados em 1960, estavam nessa época sob o controle dos jovens apoiadores da Socialist Labour League (SLL – posteriormente o Workers’ Revolutionary Party). Eles tinham uma esmagadora maioria no Comitê Nacional do YS, que usavam para brutalmente elevar sua posição, e questionar, normalmente pela calúnia, seus oponentes da esquerda. Essa era uma organização que usava métodos mais próximos do stalinismo, com intimidações verbais e mesmo físicas, do que com a abordagem aberta e democrática do verdadeiro trotsquismo. Os jovens partidários do Socialist Fight estavam em pequena minoria mesmo nos locais que se tornariam um bastião para suas idéias. Na Federação de Merseyside dos Young Socialists, entre 1960 e 1963, os apoiadores da SLL controlavam 23 das 25 seções da organização, a exceção sendo a seção de Bootle, na qual Ted Mooney, um importante apoiador do Militant, tinha uma influência, a seção de Birkenhead. Mas devido à paciente propaganda do genuíno marxismo, o apoio à SLL gradualmente murchou. Vendo isso, eles decidiram romper com o Partido Trabalhista em 1964, algumas vezes enfrentando a ‘burocracia’ deliberadamente como um meio de provocar expulsões.

Apesar das dificuldades, que podiam ser comparadas ao escalar de um rochedo íngreme, os partidários do que se tornou o Militant lançaram uma campanha em 1964 para conseguir os fundos para lançar o jornal.

Depois de muita discussão, e sem completa unanimidade, a visão que prevaleceu foi que o nome do jornal seria Militant. Seus fundadores não queriam um panfleto colorido, mas algo que sobressaísse, que se identificasse com um programa socialista radical e políticas de luta.

Militant é lançado

O 1º número apareceu em outubro de 1964 e começou com oito páginas. A cor foi adotada na segunda edição, mas dentro de dois números os editores foram forçados a diminuir para um mensário de quatro páginas. Seus apoiadores cuidaram de sustentar o jornal no primeiro e dificílimo ano.

Militant reconheceu que neste estágio o Partido Trabalhista era o partido de massas da classe trabalhadora. Não apenas tinham o apoio eleitoral de milhões, era sustentado pelos sindicatos e tinha milhares de membros. Tinha uma vida política, com debates e uma democracia que a sua liderança quase sempre tentava restringir. E tinha uma seção jovem – os Young Socialists.

Então o Militant foi para o Trabalhismo, mas com políticas socialistas. Ao mesmo tempo, olhava para a juventude, porque os jovens eram naturalmente mais receptivos às idéias de mudança. Então o subtítulo do jornal era ‘Militant: Para o Trabalhismo e Juventude’.

O progresso de Militant de 1964 em diante o justificava. No primeiro momento, contudo, o número de adesões ao Militant era muito pequeno, não mais que 40 nacionalmente, e alguns destes não eram realmente ativos. A nossa principal base neste período era em Merseyside, com pequenas forças em Londres e Gales do Sul.

Em 1963-64 um grupo de estudantes da Universidade de Sussex, Clare Doyle, Bob Edwards, Roger Silverman, Lynn Walsh, Alan Woods e outros, muitos dos quais iriam jogar um papel chave na história do Militant, também se uniram às nossas idéias e ao nosso programa.

Edição número um

Apesar dos pequenos números, o jornal trazia um tom otimista desde o inicio. O primeiro editorial comentava:

Nós precisamos educar e ser educados. No inicio nós podemos ter apenas uma voz mensal, mas dentro deste espaço nos… O mais importante é que desejemos dizer a verdade para os trabalhadores contra as mentiras e exageros da burguesia e seus agentes no Trabalhismo oficial. (1)

A primeira edição saiu ao mesmo tempo em foi eleito o primeiro governo trabalhista em 13 anos. Devotamos um espaço para analisar os problemas que o governo iria enfrentar. Militant comentou:

Quando o longo crescimento econômico do pós-guerra acabar e o boom der lugar à recessão, então os empregadores irão tentar jogar o ônus sobre as costas dos trabalhadores… O capitalismo ainda pode sustentar curtos períodos de difíceis confortos para os trabalhadores. Ele apenas pode oferecer, a longo prazo, guerra ou fracasso, aniquilação ou penúria, para o povo da Grã-Bretanha e para todos os países. (2)

E como um alerta para a direita trabalhista, dizíamos:

A política dos líderes de “apaziguamento” e de não lançar uma ofensiva contra os Conservadores, teve o efeito oposto ao que eles esperavam. Eles se consideravam a si mesmo como líderes ‘responsáveis’. Não tendo diferenças fundamentais com os Conservadores, os líderes trabalhistas estão de mãos dadas com a Casa [do primeiro ministro conservador].(3)

Como de fato ocorreu, Wilson chegou ao poder com uma embaraçosa pequena minoria. Alertando sobre os para as armadilhas que esperavam o governo trabalhista, escrevemos: “É impossível organizar e controlar os recursos da Grã-Bretanha enquanto o polvo da posse privada dos maiores recursos permanecer.”

Militant clamava por um

detalhado plano de produção para os próximos cinco anos, na base da posse estatal de todas as indústrias que empreguem mais de 20 trabalhadores, atraindo pequenos industriais, técnicos e mesmo pequenos donos de loja, que apesar de seu conservadorismo são os próximos a serem anexados pelos monopólios…

Este é o único plano ‘prático’ que pode garantir a vitória aos trabalhistas na votação e assegurar uma mudança na sociedade e tornar um retorno da reação Conservadora impossível. O trabalhismo pode ganhar [eleitoralmente] sem tal programa, mas [no fim] ele irá sofrer uma grande derrota, esmagado pelos grandes negócios.’ (4)

Os impressos eram de modestos 2 mil, mas na segunda edição reportamos que:

Após uma quinzena em que a primeira edição saiu das prensas, foi completamente vendida, com pedidos de lugares onde não poderíamos ser encontrados… devido ao sucesso, estamos aumentando a edição de 2 mil para 3 mil exemplares. (5)

Edição dois: A greve de aprendizes

Uma greve de aprendizes estourou em 2 de novembro de 1964, por mais salário e condições melhores. Ele ilustrou o que seria uma característica duradoura do jornal, uma atitude séria em direção aos sindicatos e lutas industriais. Militant e seus apoiadores estavam determinados a encontrar uma base entre os jovens trabalhadores em particular.

Outras organizações de esquerda eram grandes neste período, algumas delas se considerando “trotsquistas”, mas nenhuma era capaz de capturar a imaginação da juventude ou organizá-la para a ação. Alguns deles como os International Socialists (subseqüentemente o SWP), eram um pólo de atração principalmente entre os estudantes. Tinham pouca ou nenhuma base entre os trabalhadores.

A greve de 1964 não era a primeira em que os marxistas que depois lançaram o Militant interviram. Em 1960, depois dos aprendizes de Clydeside terem entrado em greve por melhores condições, o seu exemplo se espalhou para Merseyside e outras partes do país. Por volta de 100 mil jovens se envolveram na ação. Em Merseyside o líder do comitê de greve era Ted Mooney, o secretário era Terry Harrison. Este era um marxista e um apoiador do Luta Socialista, enquanto Ted Mooney, através de sua experiência no comitê, se uniu ao Luta Socialista, subseqüentemente se tornando um importante apoiador do Militant em Merseyside.

Os jovens membros do Militant participaram desta experiência procurando organizar e mobilizar os aprendizes. Ted Mooney e eu tivemos papéis de destaque, junto com Harry Dowling e Dave Galashan, em organizar os aprendizes em greve de uma fábrica, English Electric, no oeste de East Lancashire Road. Era claro que havia uma insatisfação massiva com o valor dos salários e das condições dos aprendizes, e havia um apoio generalizado à redução do termo de 5 anos do aprendizado.

Em várias assembléias em Liverpool e outros lugares foi tomada em convocar os aprendizes em novembro. Em Merseyside, Manchester, Dundee e Londres, assim como muitos outros centros, eles atenderam, enfrentando grandes obstáculos. Imediatamente os empregadores usaram intimidações. Havia também uma completa recusa dos funcionários do Amalgamated Engineering Union em dar apoio. Bert Rule, o funcionário do distrito de Merseyside ameaçou publicamente os aprendizes de Liverpool Echo com conseqüências sérias se eles seguissem o exemplo.

Eles calcularam que os inexperientes aprendizes iriam encolher-se às suas ameaças. Os aprendizes de Cammell Laird foram apresentados a inequívocos termos de represália se eles entrassem em greve. Um enorme cartaz foi distribuído por todo o estaleiro de Merseyside mostrando uma enorme bota e as palavras ‘Nada de greve’. Isto teve algum efeito entre aprendizes inexperientes. Mesmo quando eles entravam em greve, como em Manchester, cães da polícia foram usados nas linhas piqueteiras.

O sindicato dos eletricistas, que era o ETU (posteriormente o EETPU e agora o AEEU) sob o controle direitista, assim como hoje, jogou um papel particularmente pernicioso, fazendo circular uma carta alertando os aprendizes das fatais conseqüências se eles entrassem em greve.

A greve só foi parcialmente vitoriosa, com 20 mil dos 70 aprendizes engenheiros entraram em greve. Apesar de tudo, uma vitória parcial foi ganha quando os líderes sindicais concordaram em reivindicar a demanda mais importante: ‘Completa negociação de direitos para os aprendizes’. Muitas das outras demandas de salário e condições foram exigidos nas negociações.

A greve dos aprendizes foi significativa sob vários pontos de vista. Demonstrou na ação o sentimento entre os aprendizes engenheiros. Ensinou a uma nova geração de marxistas como organizar trabalhadores para a luta, acima de tudo, como relacionar as idéias gerais do marxismo ao real movimento da classe trabalhadora.

Não entregando os pontos

Os primeiros anos da existência do Militant sublinharam a pauperidade de recursos, tanto em termos de números e finanças.

Na primeira reunião pública de toda Londres, então chamada Reunião dos Leitores do Militant, de 15 de agosto de 1965, comigo na mesa, Ted Grant, o editor político, falou a 50 pessoas. A coleta conseguiu o total de £4 12s 6d (£4.63).

Em março deste ano o jornal anunciou: “o corpo editorial foi forçado a alugar um quarto para poder trabalhar.”Este ‘quartel-general’ era na rua 197 Kings Cross, perto da estação de Kings Cross, num prédio de propriedade do Independent Labour Party. Tão pobre era o Militant que anunciamos:

estamos prontos a deixar um quarto para reuniões, e qualquer sindicato, cooperativa e ou organização trabalhista interessada em alugá-lo, especialmente durante a semana, será bem-vinda a fazer requerimentos. Há lugar para 30 pessoas sentadas e a despesa será puramente nominal, mas irá nos ajudar a pagar o nosso aluguel. (6)

Na realidade, o Militant não teve nem mesmo o primeiro mês de aluguel por este quarto. Mas seus membros estavam confiantes que iriam encontrar os recursos que iriam manter acesas suas idéias.

No primeiro ano, Militant arrecadou £500 para o fundo de luta. Subseqüentemente, a imprensa capitalista se horrorizou que o Militant estivesse gerando £1 milhão dentro de um ano. E apenas foi capaz de fazer isso pela combinação de uma clara perspectiva, um programa de demandas bem-pensado e uma atitude meticulosa ao coletar recursos para produzir o jornal, e o crescente time de full-timers (o termo logo foi adotado para descrever aqueles que trabalhavam em tempo integral para o Militant) que o acompanhavam.

Embora Keith Dickinson não fosse um full-timer, mas um trabalhador de meio-período, fazia enormes sacrifícios e prestou-me toda a assistência necessária depois de minha mudança para Liverpool em 1964.

Por todo o governo trabalhista de 1964-66 e seguindo-se à sua reeleição até 1970, Militant insistiu por uma política socialista para o governo e o movimento trabalhista. Apontamos que se o governo permanecesse nos marcos do capitalismo, seria forçado a gerenciar os interesses dos grandes negócios. O governo Wilson se moveu de reformas, muito pequenas, no primeiro período, para contra-reformas, i.e. Cortes nas condições de vida, como predisse o Militant.

Nossas idéias encontraram a audiência mais receptiva entre a juventude. Na época de lançamento do jornal, os Young Socialists, depois da saída da Keep Left, foram relançado como o Labour Party Young Socialists. Por causa da desastrosa experiência do controle da SLL sob os YS, o LPYS era pesadamente policiado no primeiro período pela burocracia conservadora do Partido Trabalhista. Não lhe era permitido formular sua própria política e os documentos e resoluções eram submetidos ao Comitê Executivo Nacional. Membros do Comitê Nacional do LPYS eram selecionados e escolhidos pela ala direita. Apesar de tudo, em suas fileiras as idéias marxistas começavam a encontrar um eco. John Ewers, representante do YS em South West, foi ganho para as idéias do Militant. Davy Dick, que representava a Escócia, já era um marxista comprometido antes de entrar no Comitê Nacional do LPYS. Eles formavam uma oposição às idéias direitistas dentro deste Comitê.

1 Militant 1 Outubro 1964

2 ibid

3 ibid

4 ibid

5 Militant 2 Novembro 1964

6 Militant 4 Março 1965