CIT: Teses sobre a Europa

Documento votado na reunião do Comitê Executivo Internacional do CIT, realizada entre  27/11 e 02/12 de 2017.

Os dramáticos eventos que eclodiram na Catalunha e no Estado espanhol são um reflexo da crise social e política subjacente que afeta muitos países europeus. Enquanto a propaganda da classe dominante assegura que a crise social e política que se desenvolveu na Grécia foi restabilizida e resolvida, a Brexit e agora a Catalunha expuseram a situação social e política que existe sob a superfície em muitos países da União Europeia (UE). Desde o último CEI em dezembro de 2016, não houve um aumento generalizado na luta de classes na Europa. A classe capitalista na Europa continua a enfrentar convulsões, crises e agitações políticas. Os eventos revolucionários que sacudiram a Catalunha são importantes para o Estado espanhol, a UE e internacionalmente.

Alguns comentaristas capitalistas confiantes observam o retorno de um crescimento econômico substancial com base no aumento dos níveis de produção interna na zona do euro nos últimos trimestres. No entanto, o crescimento de 2,1% deste ano tem sido lento e extremamente desigual. Não foi acompanhado por um crescimento nos padrões de vida, mas por uma austeridade contínua ao lado de um aumento, novamente, da especulação e da construção de “bolhas”, à medida que os capitalistas procuram posibilidades de investir o próprio capital super-acumulado. Grécia, Espanha, Portugal e Itália continuam a ser afetados pelo desemprego em massa, especialmente entre jovens. Na zona do euro, o nível real de desemprego, não apenas aqueles que são oficialmente registrados, mas também incluindo o subemprego, atinge 18%! Empregos precários e baixos salários, especialmente para jovens, são cada vez mais a norma em toda a UE. O projeto de trabalho escravo na Itália que obriga estudantes a trabalhar sem salários para os empresários é uma indicação da escala dos ataques que estão sendo produzidos.

Tampouco foi resolvido o problema subjacente da crise da dívida. Além de uma possível nova explosão da crise grega, existe a possibilidade de a crise que está afetando a Itália resultar na incapacidade de lidar com a dívida do setor público no valor de 130% do PIB. Os países escandinavos saíram relativamente intactos da crise de 2007/08. No entanto, a acumulação de dívidas nesses países sugere que, em uma crise futura, serão mais severamente afetados e terão importantes repercussões na luta de classes para as quais devemos estar preparados.

Outras questões importantes que estão surgindo na economia europeia a partir da introdução da robótica e outras mudanças na produção. Na Alemanha, há uma discussão sobre a necessidade de reestruturar a indústria automobilística. As tensões que surgirão entre os blocos comerciais já foram vistas recentemente no conflito entre os EUA e o Canadá pela empresa Bombardier e que posteriormente se estendeu para a Grã-Bretanha.

Além do Brexit, houve um aumento na luta na própria UE. No Leste Europeu há fortes tensões com a Polônia e a Hungria. A Polônia está se preparando para apresentar uma reivindicação à Alemanha por reparações de guerra. Donald Tusk, ex-primeiro ministro polonês, chegou a declarar que “a UE não precisava da Polônia e vice-versa”, essas palavras levaram alguns comentaristas a levantar a questão de um “Polexit” que desencadiaria uma nova crise.

Há sinais de que o Kremlin está preocupado com a iminente eleição presidencial de 2018, chamadas para marcar o aniversário da tomada da Criméia. Em parte, isso se deve à persistente crise econômica – os salários reais têm declinado por quarto anos seguidos, mas também porque a retórica patriótica que se seguiu aos eventos ucranianos está perdendo força. Embora os militares russos, em termos percentuais, custem três vezes mais do que a média da OTAN, há verbas insuficientes para a educação, saúde e previdência. As regiões e repúblicas internas estão sem dinheiro, um terço delas possuem dívidas maiores do que 85% de sua renda e estão ameaçadas com a inadimplência. Isso, junto com novos ataques do governo aos direitos de usar a própria lingua, torna praticamente inevitável o retorno das tensões étnicas entre Moscou e a Tartaristão ou as repúblicas do Cáucaso.

Putin sem dúvida ganhará a eleição, sem nenhum candidato sério da oposição permitido e distanciando-se de seu próprio partido “Rússia Unida”, que ganhou menos de 20% nas maiores cidades nas eleições da primavera. É desesperadamente necessária uma verdadeira alternativa dos trabalhadores para mobilizar o enorme descontentamento com a corrupção e desigualdade mas, em sua ausência, o vácuo é preenchido por Navalni, um populista de direita que usa slogans de esquerda sobre salários e sistema de saúde gratuito. Os protestos feitos esmagadoramente por jovens quebraram o gelo – o número de protestos cresceu de forma significativa este ano. Ao adiar seus problemas, o Kremlin está apenas aumentando a possibilidade de mais e maiores protestos depois da eleição.

A tentativa de Macron de pressionar por uma maior integração das economias da zona do euro com um orçamento acordado foi parcialmente congelada porque Merkel é forçada a recuar, pressionada pela extrema direita. São possíveis novas tentativas de aumentar a integração da zona do euro. No entanto, não há certeza do quão longe conseguem chegar e eles vão contra as características centrífugas atuais em curso. Isto levará a novos confrontos na UE e também na zona do euro. Setores da classe dominante alemã estão preocupados porque pode ser que eles tenham que pagar a conta para uma zona do euro mais integrada e não estão dispostos a fazê-lo.

Revolução e contrarevolução na Catalunha

Os acontecimentos na Catalunha incluem elementos de revolução e contrarrevolução. Eles também revelaram a importância da questão nacional para a classe trabalhadora e os marxistas revolucionários, além de terem exposto a crise de liderança existente. Esses acontecimentos dramáticos são um teste para todas as organizações de esquerda e socialistas, e especialmente para os marxistas revolucionários. Os camaradas da Esquerda Revolucionária e do CIT defenderam corretamente o direito do povo catalão de decidir seu futuro e a República Socialista da Catalunha, lutando junto com a classe trabalhadora do resto do Estado espanhol para se opor à classe dominante e ao PP (direita) numa luta comum para estabelecer uma confederação voluntária, socialista democrática de todos os povos do Estado espanhol.

Um completo contraste em relação ao papel traidor do PSOE (social-democrata), que apoiou ativamente, em cada medida, tanto o governo do PP quanto o aparato estatal em sua escalada repressiva. Os líderes da Esquerda Unida e do Partido Comunista também agiram lamentavelmente, abandonando na prática a defesa do direito à auto-determinação do povo catalão e mostrando completa hostilidade ao movimento de massas. Eles até mesmo têm negado a existência de prisioneiros políticos na Catalunha e alguns de seus líderes até participaram como oradores nas manifestações organizadas pela direita nacionalista espanhola em Barcelona. A posição da direção espanhola do Podemos tem sido diferente, ficando de fora do reacionário bloco nacionalista espanhol, mas também mostrou enormes deficiências. De um lado, se opôs ao cancelamento da autonomia catalã e também reconheceram a existência de prisioneiros políticos. Mas se recusou a participar do processo de mobilizações a favor da República Catalã, e promover a luta no resto do Estado Espanhol contra a repressão do aparato estatal. Ela defendeu, como única solução, um referendo acordado pelos mesmos partidos e pelo mesmo Estado que se recusaram a reconhecer o direito a decidir. Iglesias até forçou a expulsão do secretário geral do Podemos na Catalunha, que tinha uma posição muito mais coerente em relação ao movimento de independência. Ao mesmo tempo, o nacionalista de esquerda CUP perdeu uma importante oportunidade de levar a crise revolucionária da Catalunha, além dos limites impostos pela direção burguesa e pequeno-burguesa do PdeCat e ERC. Seus líderes recusaram-se a apresentar um programa independente de esquerda e mobilizar a classe trabalhadora na Catalunha em torno de uma política socialista, na prática subordinando-se às constantes manobras do governo nacionalista burguês do PdeCat-ERC, liderado por Puigdemont. Apesar de tudo, o perfil do CUP, especialmente entre amplas camadas de jovens, cresceu significativamente e é visto como o setor mais combativo.

Em diferentes graus, esses erros da esquerda catalã e do resto do Estado espanhol encontraram um eco na esquerda internacional. Ao mesmo tempo, o partido pro-independência escocês SNP e o primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, não estão dispostos a apoiar a Catalunha e se opor tanto à posição da UE como a do governo PP.

A reação violenta do governo do PP e a determinação de esmagar o movimento de independência alarmaram os setores das classes dominantes em toda a Europa, temendo que o conflito possa escapar do controle e abrir uma grande crise na UE. Embora isso não tenha impedido a UE, especialmente os “3 emes”, Macron, Merkel e May, apoiarem Rajoy, quando ele declarou o referendo ilegal.

A resposta brutal de Rajoy reflete em parte a composição da máquina estatal e do PP no Estado espanhol. Existe um legado e uma poderosa tradição franquista que nunca foi expurgada após a transição de 1978. Isso inclui elementos extremamente repressivos e bonapartistas. Tudo isso combinado com o medo das consequências da independência catalã. A Catalunha representa mais de 20% do PIB e das exportações espanholas. Além disso, se a Catalunha se separar, o País Basco a seguiria.

Puigdemont e o PdeCat demonstraram seu medo da mobilização das massas em uma verdadeira luta contra o PP e pela independência. Eles demonstraram a incapacidade desses políticos nacionalistas burgueses para liderar uma luta efetiva pela independência. Puigdemont, juntamente com cinco ministros, fugiu para a Bélgica, sede da UE que se opôs à declaração de independência do Puigdemont e apoiou o governo do PP. Depois, apelou para a mesma UE para intervir e apoiar o movimento da independência! Os políticos burgueses catalães temem acima de tudo a perspectiva de um movimento independente da classe trabalhadora que seria necessário para vencer a repressão que o PP desencadeou. Entretanto, a repressão do PP e a prisão de alguns membros do governo catalão durante um período fortaleceram sua posição. O Estado espanhol, devido à repressão, perdeu toda legitimidade aos olhos de milhões de catalães, especialmente os jovens. Isso terá sérias consequências para a classe dominante no próximo período.

A questão nacional é de vital importância para o movimento dos trabalhadores. Os marxistas defendem o direito à autodeterminação e também a unidade de todos os setores da classe trabalhadora. Embora não capitulamos para o nacionalismo burguês, é importante reconhecer que os movimentos para a independência nacional geralmente contêm um “bolchevismo imaturo”. A questão nacional é muito concreta e é necessário analisar cada situação específica para determinar nossas consignas e reivindicações exatas. Como vimos na Escócia, o apoio à independência pode aumentar e diminuir, e precisamos levar isso em consideração nas reivindicações que defendemos a cada momento. Um erro na questão nacional pode ter consequências devastadoras, como vimos na história. A posição errada de Corbyn sobre esta questão na Escócia foi um fator importante que impediu o Partido Trabalhista de fazer avanços importantes e, finalmente, permitiu que May formasse um governo nas últimas eleições na Grã-Bretanha. Isso apesar das ilusões cada vez mais fracas no SNP, por ter aplicado cortes na Escócia que o confrontaram com setores da classe trabalhadora.

Na Catalunha foi correto defender o direito de convocar um referendo sobre a independência. No entanto, no Irlanda do Norte, nossos companheiros corretamente não defendem o referendo sobre a fronteira que o Sein Fein exige. Isso só fortaleceria a divisão sectária entre católicos e protestantes sem resolver nada. É necessário explicar esta posição com grande sensibilidade às diferentes comunidades.

A resposta repressiva do governo do PP sem dúvida aumentou o apoio à independência da Catalunha. Setores significativos de trabalhadores de fala espanhola que instintivamente rejeitam a direita nacionalista, mas viam com desconfiança o movimento de independência por causa do papel jogado pelo burguês PdeCat, mobilizaram-se no referendo de 1º de outubro e na greve geral de 3 de outubro. Se a luta pela República Catalã estivesse ligada a um plano de ação contra os cortes e a austeridade, mantendo a mobilização nas ruas com greves gerais e manifestações de massas, organizando e ampliando os Comitês em Defesa do Referendo (CDR), teria sido possivel ganhar de forma decisiva os trabalhadores de fala espanhola (que representam uma alta porcentagem, especialmente na indústria) para a luta. Essa tarefa era a responsabilidade do partido radical de esquerda pró-independência, o CUP, e dos líderes do Unidos Podemos (aliança eleitoral do Podemos e da Esquerda Unida). Mas a direção do CUP permaneceu a reboque aos nacionalistas burgueses, e os líderes reformistas do Unidos Podemos temiam um desafio revolucionário desse calibre como a peste. Em resumo, os limites políticos do Podemos, e seu cretinismo parlamentar orgânico, foram revelados em um teste tão sério quanto esse.

Não é certo que a maioria apoie a independência nessa etapa, como aconteceu na Escócia. A última pesquisa de opinião (no momento em que se escrevia esse documento) indica que o apoio para a independência aumentou para 48,7%, enquanto 43,6% se opõem. Contudo, num ambiente tão volátil é preciso ver todas as pesquisas com cautela. A situação é muito fluida, e pode haver mudanças depois das eleições de 21 de dezembro. Nem devemos descartar, como muitos líderes do ERC e do PDeCAT estão dizendo, que depois das eleições eles tentarão abrir uma via de negociações com o governo do PP e renunciar à proclamação da república e independência. Esses partidos burgueses e pequeno-burgueses também entenderam os riscos do que aconteceu, e estão conscientes de que uma república imposta pela mobilização popular e métodos revolucionários abriria uma escalada da luta de classes que poderia varrê-los num prazo muito curto.

Na Catalunha é importante ganhar as massas da classe trabalhadora para apoiar a independência que só pode ser feita com base na explicação de uma clara oposição à austeridade e à necessidade da República Socialista da Catalunha. Também é necessário explicar que uma Catalunha socialista independente incluiria direitos democráticos e culturais para todos. Isso também é importante para responder às idéias propagadas pela direita no resto do Estado espanhol para tentar dividir o povo catalão, também para acalmar os medos daqueles que se opõem à independência na Catalunha, especialmente aqueles que emigraram para lá do resto do Estado espanhol.

Os acontecimentos na Catalunha e no Estado espanhol provavelmente evoluirão a curto prazo com muitas contradições e complicações derivadas principalmente do papel lamentáel da esquerda, Esquerda Unida e PODEMOS, e também do fracasso da CUP em adotar uma posição independente de Puigdemont. A direita ao redor do PP e Ciudadanos lançou uma feroz campanha nacionalista espanhola que não está encontrando suficiente resistência por parte das maiores organizações de esquerda nem no Estado espanhol nem na Catalunha. Não é certo como esses eventos se desenvolverão, mas significam um ponto de inflexão no Estado espanhol com repercussões em toda a UE.

O Brexit e a crise histórica da Grã-Bretanha

Estes acontecimentos se desenvolveram em conjunto com outra grande crise desencadeada pelo Brexit. May e seu governo conseguiram tropeçar em uma crise após a outra desde o seu “triunfo” eleitoral. Uma eleição que os vencedores perderam e os perdedores ganharam! A crise que afeta o Partido Conservador (Tories) é histórica. O Brexit o dividiu em facções irreconciliáveis. Uma divisão semelhante àquela que ocorreu nas Leis de Grãos (pelo livre comércio), no século dezenove é uma das posibilidades. Era um dos partidos mais antigos e bem-sucedidos das classes dominantes na Europa ou, possivelmente, a nível internacional. Em um determinado momento contou com mais de um milhão de militantes, gozava de uma grande base social que incluía setores da classe trabalhadora qualificada. Hoje resta muito pouco, o partido afirma ter uma militância de aproximadamente 100 mil com uma idade média de 71! May ou Maybot, como é apelidada, [N. de T. composto de May e do fim da palavra robô, por causa de sua tendência de repetir continuamente as mesmas frases] tem pouca ou nenhuma autoridade, e permanece no cargo de primeiro-ministro com grandes dificuldades.

Os dois fatores que lhe permitiram cambalear de uma crise para outra é o medo de um desastre eleitoral dos tories e da vitória de Corbyn, e também a ausência de um candidato alternativo sério por parte dos Tories. Esta crise é um reflexo do declínio histórico prolongado do imperialismo britânico e resume o estado alarmante do capitalismo britânico.

Como em outros países, há uma amargura profundamente enraizada na consciência popular sobre a “sociedade desigual” com uma vasta riqueza concentrada nas mãos de muito poucos. Em cidades como Londres, se combina a riqueza extrema com a pobreza desesperada. Isso se refletiu em Londres com a ira e o ódio de classe que surgiu após o horrível fogo da torre de Grenfell.

As pesquisas indicam um aumento no apoio ao Partido Trabalhista (Labour) da Corbyn desde as últimas eleições e, provavelmente, apesar de não ser certeza, ganham as próximas eleições. A “vitória” de Corbyn nas últimas eleições serviu temporariamente para desmoralizar a direita blairista do grupo parlamentar. No entanto, eles permanecem lá e ainda tem controle da aparato do partido e da maioria esmagadora dos municípios. Nos municípios, os blairistas continuam a aplicar cortes e medidas de austeridade que Corbyn se recusa a atacar publicamente para manter a “unidade do partido”. Em nível nacional, os blairistas estão esperando como uma quinta coluna para sabotar e minar o governo encabeçado por Corbyn, caso vença nas próximas eleições. O partido continua sendo dois partidos em um e seu caráter não está resolvido, como explicamos em documentos e artigos anteriores.

Novos partidos de esquerda, caráter e programa

A maioria das forças envolvidas no Momentum e no Partido Trabalhista têm muitas das características e aspectos dos novos partidos de esquerda que emergiram em outros países europeus. Enquanto Podemos ganhou o apoio de jovens e camadas importantes de trabalhadores, especialmente os novos setores da juventude da classe trabalhadora, também incluiu grandes camadas de juventude pequeno-burguesa radicalizada. O BE (Bloco de Esquerda) em Portugal carece de uma base sólida consolidada entre a classe trabalhadora industrial. A sua militância é, em grande parte, trabalhadores jovens “precarizados”, e jovens pequenos burgueses. O Momentum no Partido Trabalhista na Grã-Bretanha é composto em grande parte de camadas pequeno-burguesas. Isso não tira a importancia desses acontecimentos e nossas seções estão se orientando para eles e desenvolvendo as táticas necessárias em cada país. Na França, a existência da France Insubmissa em torno de Jean-Luc Mélenchon é um fator importante na situação explosiva que está se desenvolvendo lá. No entanto, não são os clássicos partidos de massas que históricamente existiram. Ainda não são comparáveis sequer à PRC (Refundação Comunista) em seu auge na Itália que, durante um período, teve uma base mais forte entre metalúrgicos e outras camadas da classe trabalhadora.

A composição mista de classe destes partidos se reflete no programa e nas ideias que defendem, embora ainda não têm um caráter reformista clásico ou reformista de esquerda e nesta fase fazem pouca ou nenhuma referência ao socialismo. Mesmo Corbyn, que no momento tem a posição mais “esquerda” em geral, não levanta a questão do socialismo. Uma das tarefas do CIT é explicar a necessidade de se opor ao capitalismo como sistema e defender a ideia do socialismo como alternativa. Do ponto de vista histórico, o programa de Corbyn está a direita de reformistas de esquerda como Tony Benn nos anos 70 e 80, porém, refletindo o impacto do retrocesso histórico e do giro à direita do período precedente, após o colapso do stalinismo, estes programas parecem radicais para muitos da nova geração. Mas considerando o período do qual saímos, as consequências políticas do colapso do stalinismo e seus efeitos no recuo na consciência das massas, o programa de Corbyn representa uma ruptura com décadas de blairismo e também é um reflexo da mudança na atitude das massas e dos avanços em sua consciência, embora ainda seja insuficiente para entender a necessidade de um programa socialista genuíno. Para os marxistas, o fenômeno Corbyn, como o Podemos, o Bloco de Esquerda e outras formações que surgem à esquerda de uma social-democracia completamente degenerada, representam um claro sinal do avanço da luta de classes, e abrem oportunidades para avançar em nossas posições e nos fortalecermos entre os jovens. É claro, as classes dominantes não temem o programa desses novos partidos de esquerda. O que elas temem é a enorme pressão que viria das massas para se adotar medidas mais radicais. Esse não é um processo estático e mais programas e líderes reformistas de esquerda ou até centristas irão surgir em certa etapa. Passos a frente neste processo podem ocorrer sob o impacto de uma nova crise capitalista e de lutas de massas combinadas com a experiência das próprias massas em luta.

A crise do capitalismo os torna reformistas sem reformas. Isso não significa que a classe dominante não faça concessões diante de um poderoso movimento revolucionário da classe trabalhadora que ameaça sua existência. No entanto, a era das reformas duradouras sob o capitalismo passou há muito tempo. Isso se reflete na natureza tímida e limitada do programa que defendem estes “reformistas” modernos.

Uma das consequências da crise econômica de 2007/08 foi o ataque devastador à classe média em muitos países. Isso tem implicações muito perigosas para a classe dominante, minando sua base social de apoio. Um setor significativo dessas antigas camadas pequeno-burguesas se radicalizou pela esquerda, o que é positivo. Setores deles, como os jovens médicos dos hospitais britânicos, participaram de importantes lutas adotando os métodos dos setores mais tradicionais da classe trabalhadora. No entanto, a inexperiência e o caráter semi pequeno-burguês desta camada também se refletem na composição de setores importantes desses partidos e organizações da “nova esquerda”.

Os ataques à classe média também foram acompanhados por outros acontecimentos importantes na Europa e internacionalmente. Houve um fortalecimento dos métodos repressivos autoritários usados pelo aparato do Estado capitalista. Isso se refletiu no grau de repressão usado na Catalunha, na Alemanha, na Grã-Bretanha e em outros países contra manifestações e protestos. Ao mesmo tempo, em alguns países, como a Grã-Bretanha, a privatização parcial da polícia e os cortes espalharam o descontentamento entre essa camada e inclusive provocaram uma certa radicalização política da esquerda entre estes setores. Isso se refletiu na oposição aos tories de um setor da polícia na campanha eleitoral britânica. A ameaça de uma greve policial de fato na Irlanda foi mais uma prova disso. Na Irlanda, nossos companheiros assumiram a causa dos péssimos níveis salariais dos soldados de base, o que resultou em apoio generalizado entre os soldados, até mesmo recebendo cartas de soldados. Esses processos dentro das máquinas estatais a médio prazo são extremamente perigosos para as classes dominantes da Europa e darão ao movimento dos trabalhadores a oportunidade de, pelo menos, neutralizar seções deles.

A fraqueza do programa dos partidos da nova esquerda também reflete parcialmente as consequências do colapso dos regimes stalinistas anteriores e o recuo da consciência política que o acompanhou, além do fato de que a classe trabalhadora ainda não se moveu decisivamente para tomar parte nesses partidos para moldá-los como um instrumento político da luta de classes.

Nossos companheiros gregos o identificaram como um aspecto importante da crise grega. Os trabalhadores votaram por SYRIZA, mas não entraram no partido nem lutaram dentro dele. Essas características tornam essas organizações extremamente instáveis, com um futuro incerto, especialmente quando postos à prova de grandes eventos históricos como a Grécia, a Brexit e agora a Catalunha. O colapso da PRC na Itália, que tinha uma camada ativa mais sólida de trabalhadores industriais, é um alerta sobre os limites desses novos partidos. As consequências do fracasso da PRC e seu colapso é um dos principais fatores que criou a situação difícil e complicada que atualmente existe na Itália.

A recente experiência em Momentum, onde nossos camaradas foram excluídos, no Bloco de Esquerda em Portugal, com uma nova caça às bruxas contra nossos camaradas ou as ações de Iglesias na Catalunha, mostrou que a liderança desses novos partidos pode recorrer a métodos burocráticos antidemocráticos diante da oposição da esquerda, especialmente dos marxistas.

A natureza exata e a história desses partidos variam em diferentes países, em Die Linke, por exemplo, ainda não tomaram medidas antidemocráticas contra nós. Nossas táticas e como intervir em cada um deles serão determinadas pelas condições concretas que existem.

Na Bélgica, o fortalecimento dos antigos maoístas da PTB/Pvda é significativo. Apesar de suas bases oportunistas, este partido construiu uma certa base eleitoral e ainda aplica um rígido regime interno estalinista rigoroso. De acordo com as pesquisas, é o terceiro partido em Valônia. Na Antuérpia, propõem a formação de um bloco com o Partido Socialista (SP.a) e os Verdes para concorrer nas eleições municipais. A formação de coalizões a nível local e a aplicação de cortes foi um fator crucial que contribuiu para o colapso da PRC.

O fracasso dos novos partidos de esquerda em oferecer uma forte alternativa aos partidos pro-capitalistas permitiu que a extrema direita tenha ganhos significativos em alguns países e aproveite as preocupações com a imigração que existem entre camadas de trabalhadores e da classe média. Os avanços inesperados do AfD (Alternativa para Alemanha), nas eleições recentes são um reflexo disso. Maybot na Grã-Bretanha não foi a única vencedora em eleições que saiu substancialmente debilitada. Embora em menor grau, Merkel saiu consideravelmente enfraquecida. É cada vez mais vista como uma líder sem força real.

A crise histórica do Partido Conservador da Grã-Bretanha ecoou em outros países. As eleições alemãs levaram o chefe da gigante Siemens a descrever as eleições na Alemanha como “uma derrota das elites”. O apoio de 20% ao AfD veio de pessoas que não votaram anteriormente. Esta “derrota das elites” produziu severas dificuldades na formação de um novo governo nacional. A coalizão do CDU/CSU (democratas cristãos, partido da Merkel) com o FDP neoliberal e o Partido Verde não pôde ser formada. No momento está incerto se a Alemanha terá novas eleições ou se outro governo de “grande coalizão” do CDU/CSU com o SPD pode ser formado (possivelmente envolvendo o Partido Verde). Embora tal governo possa prometer algumas “reformas” em seu programa de coalizão, não é certo que sejam implementadas. A classe dominante alemã quer impor ataques aos trabalhadores e jovens, especialmente através de mais privatizações e desregulamentações trabalhistas.

Declive do apoio a social-democracia

Ao mesmo tempo, o “social-democrata” SPD sofreu uma queda na votação para a menor porcentagem desde o início dos anos 1930, pagando o preço de formar uma coalizão com Merkel e o papel precursor do partido no início dos ataques contra trabalhadores, especialmente com Schröder. O declínio do apoio eleitoral da “social-democracia” é uma característica importante desse período, especialmente entre jovens.

O massacre eleitoral do PSF na França perdendo 90% dos seus assentos no parlamento, o declínio do PSOE que perdeu 50% de seus votos desde a crise de 2007/08, a perspectiva do Partido Trabalhista irlandês é perder todos seus mandatos nas próximas eleições, a queda do PS/SP na Bélgica e o colapso do apoio do PASOK na Grécia são tudo um reflexo disso. Mesmo na Áustria, embora o SPÖ tenha mantido seus votos, o colapso do seu apoio entre jovens e trabalhadores manuais foi muito significativo. Ele só alcançou 17% dos votos dos menores de 29 e 19% dos trabalhadores manuais!

Os setores da liderança da nova esquerda estão tentando ressuscitar a “social-democracia” das cinzas de seu declínio. Eles pretendem fazê-lo em uma era de declínio e decadência capitalista quando não há espaço para reformas que foram concedidas por um longo período de tempo no passado. São reformistas sem reformas duradouras. Eles vêem seu programa como um meio de “reformar o capitalismo” para acabar com sua fase neoliberal e introduzir uma forma mais humana de mercado. Conselheiros de esquerda como Paul Mason na Grã-Bretanha deixaram bem claro. Esta política levará a liderança da nova esquerda a trair rapidamente as aspirações e ilusões das massas quando chegarem ao poder, se chegarem, e enfrentarem as restrições e a crise do capitalismo. Pode ser visto graficamente na Grécia com a traição de Tsipras. Isso agora resultou em ele ser louvado por Trump após sua recente visita aos EUA e depois do anúncio que seu governo compraria aviões militares de combate dos EUA! No início deste ano, as breves esperanças de que o SPD alemão pudesse se recuperar em oposição sob a liderança de Schulz diminuíram quando ele voltou atrás de suas sinalizações de que faria um giro mais radical à esquerda. O SPD agora decidiu entrar em negociações para formar um “governo dos perdedores eleitorais” com a CDU/CSU. Sob a pressão de setores da classe dominante, os líderes do SPD concordaram em negociar com Merkel para mostrar suas qualidades estadistas e lealdade ao capitalismo. Na Estado espanhol, Pedro Sánchez, e o movimento que se desenvolveu ao seu redor no PSOE, chocou contra a parede do movimento de massa na Catalunha e a possível radicalização e divisão no PSOE parece ter evaporado.

O declínio da social-democracia, é claro, não é uniforme e há exceções. Como explicamos, o Partido Trabalhista na Grã-Bretanha viu o seu apoio e militância crescerem pelas razões que já explicamos a respeito do Corbyn. Em Portugal, o PS neste momento é relativamente popular. No poder, com o apoio do Bloco de Esquerda e do Partido Comunista, embora continue a aplicar cortes, o fez de forma mais seletiva. Juntamente com a ideia de um boom econômico débil e efêmero, existe um certo sentimento de que pelo menos “não fomos esmagados como os gregos”. Esse ambiente pode mudar rapidamente, especialmente com o início de uma crise econômica e mais cortes implementados pelo governo.

Avanços da extrema direita

O CIT reconheceu a ameaça do crescimento da extrema direita em alguns países. Na maioria das vezes isso ocorreu com base em ideias populistas de direita, outras vezes, como na França, roubando demagógicamente as políticas tradicionais da esquerda socialista para ganhar votos. Na Alemanha, o AfD minimizou suas políticas neoliberais mais fervorosas.

No entanto, embora o AfD ainda não seja uma força política consolidada, poderia surgir como o Vlaams Belang (“Interesse Flamengo”) na Bélgica ou a Frente Nacional na França. Esses partidos, no entanto, estão limitados por quão longe podem ir e com a rapidez com que podem entrar em crise quando enfrentam obstáculos ou derrotas. Isso foi visto no FN após as recentes eleições presidenciais. Porém, na ausência de poderosos partidos de trabalhadores de massa na Europa, a existência de tais partidos hoje se estabeleceu como uma característica política permanente ou semi-permanente. O FPÖ na Áustria é um exemplo e precisará ser desafiado por novos partidos de massas da classe trabalhadora. O fato de o FPÖ ter alcançado 59% de apoio aos trabalhadores manuais ilustra a alienação que existe e as preocupações desta camada, particularmente após a crise dos refugiados.

As forças do CIT têm um papel crucial a desempenhar na intervenção para defender os direitos dos imigrantes, opondo-se ao racismo e lutando pela unidade dos trabalhadores, mas também abordando os medos e preocupações de muitos trabalhadores. A ameaça da extrema direita produzirá uma reação, especialmente entre jovens, como já foi visto na Alemanha. A tremenda manifestação de 20.000 em Gotemburgo contra a NMR fascista, na qual a seção sueca do CIT, Rättvisepartiet Socialisterna, desempenhou um papel decisivo, é outro exemplo disso. A Suécia permaneceu relativamente ilesa da crise econômica de 2007-08. No entanto, constante competição e o realinhamento dos partidos e o aumento das lutas sociais é uma indicação das convulsões que virão.

A chegada ao poder da direita e dos partidos nacionalistas populistas em alguns países da Europa Central e do Leste Europeu é uma advertência da ameaça representada por essas forças. Por exemplo, a extrema retórica nacionalista e as medidas bonapartistas adotadas pelo partido no governo Lei e Justiça na Polônia. Porém, seus ataques contra os direitos democráticos e as tentativas de controle do poder judiciário provocaram uma reação. Ao mesmo tempo, introduziu algumas reformas sociais de auxílio criança, um salário mínimo por hora e prometeu reduzir a idade de aposentadoria, permitindo manter um nível de apoio entre alguns trabalhadores. Mesmo assim, as políticas governamentais provocaram uma série de protestos e lutas. Houve protestos significativos contra as tentativas de aumentar o controle do governo sobre o judiciário, as mobilizações foram iniciadas por pequenas forças de esquerda aglutinadas em torno de Razem (“Juntos”) e da federação sindical OPZZ.

Na República Tcheca, o bilionário populista de direita Asdrej Babis e seu partido, ANO, venceram as eleições, prometendo cortes de impostos, aumento do investimento e contenção da imigração.

França

A crescente oposição a Macron na França ilustra quãos efêmeras são as vitórias eleitorais para os candidatos burgueses nesse período. Macron ganhou as eleições, mas com o apoio de apenas 25% da população com direito a voto. Nas eleições parlamentares, o partido “República em marcha” na primeira rodada alcançou apenas 15% dos votos. Desde então, em questão de meses, os níveis de aprovação de Macron entraram em colapso, já que ele anunciou cortes brutais, ataques a direitos trabalhistas e redução de impostos para os ricos.

Macron assumiu trajes bonapartistas transferindo o parlamento para Versalhes para sua cerimônia de inauguração. Como em alguns outros países, a classe dominante francesa adotou medidas, cada vez mais, do bonapartismo parlamentar. A lei trabalhista na França foi aprovada por decreto presidencial sem nenhum debate detalhado ou votação no parlamento. May na Grã-Bretanha recorreu a métodos semelhantes para evitar a votação no parlamento ou simplesmente ignorá-lo.

A rejeição a Macron aumentou para 57% em apenas quatro meses após as eleições e os níveis de aprovação diminuíram para 15% em um mês. A pior queda desde Jacque Chirac em 1995. Macron é agora menos popular do que seu antecessor François Hollande! Na França, há uma situação potencialmente explosiva que se refletiu nas greves e protestos que já ocorreram. Mesmo as centrais Force Ouvrière (FO) e a CFDT foram obrigadas a chamar uma greve.

Como em outros países, qualquer ação convocada pelos sindicatos foi somente resultado da forte pressão da classe trabalhadora, sem uma estratégia séria ou plano de ação para combater as leis draconianas de Macron. A burocracia sindical na maioria dos casos atua como um freio no movimento de trabalhadores em toda a Europa. O esvaziamento de muitas estruturas sindicais e o fracasso e a incapacidade da burocracia de organizar as novas camadas da classe trabalhadora, onde se concentra a juventude, é uma questão crucial. A organização desta nova camada de jovens trabalhadores não é simples, em larga medida é uma tarefa complicada devido aos contratos precários e a uma força de trabalho que muitas vezes trabalha em dois ou três empregos. No entanto, é uma das tarefas cruciais enfrentadas pelo movimento dos trabalhadores e pelo CIT.

Revoltas na Irlanda e a “recuperação” econômica

O desenvolvimento das lutas sindicais na Irlanda no período recente tem lições importantes. Em um contexto de governo minoritário do FG que inclui independentes e é apoiado de fora pelo FF, uma série de conflitos sindicais importantes explodiram, especialmente no transporte. Houve na prática uma greve geral de trabalhadores dos transportes públicos em Dublin. Os professores e outros setores também participaram das lutas. É significativo que isso tenha ocorrido em um contexto de recuperação econômica, que o governo insiste que é uma prova que foi necessário a aplicação dos pacotes de austeridade implementados no passado. Mas a conclusão de muitos trabalhadores é que se a crise acabou, queremos nossa parte de volta. Um processo semelhante foi visto na Eslovênia e na Eslováquia. Na Grécia, também houve um pequeno crescimento do PIB de 1,5-2% nos últimos doze meses e houve uma pequena queda no desemprego de 25% para 21%. Uma camada de trabalhadores na Grécia espera que esses números marquem o fim da crise. Tsipras está usando isso como uma tentativa desesperada de recuperar algum apoio. No entanto, o “crescimento” econômico não foi suficiente para produzir um ressurgimento da luta dos trabalhadores. Esta “recuperação” está longe de compensar a queda de mais de 28% no PIB que devastou a Grécia durante a crise.

Este foi um elemento importante na tremenda vitória alcançada pelos companheiros irlandeses sobre a questão das taxas de água que foram vistas como o símbolo das políticas de austeridade. As mobilizações de massa e a campanha de não-pagamento que nossos camaradas dirigiram infligiram uma derrota importante na classe dominante irlandesa. Uma derrota reforçada pela vitória sobre a tentativa de criminalizar os manifestantes de Jobstown, no qual nossos companheiros desempenharam um papel crucial. Essas vitórias foram um fator importante para aumentar a confiança dos setores dos trabalhadores que decidiram entrar em ação. Ao mesmo tempo, houve uma revolta sobre questões sociais como o casamento LGBT, a defesa dos direitos de aborto e a revogação da oitava emenda (artigo da constituição que proibe o aborto). Como em muitos outros países, as mulheres e, especialmente, as mulheres jovens, se mostram ativas e em protesto contra a igualdade simbólica, enquanto o futuro delas é tomado por cortes sociais e seus direitos reprodutivos estão sendo atacados por governos conservadores. Mas os ataques aos direitos das mulheres levam à resistência em massa, como o protesto Czarny (“preto”) na Polônia e os fenômenos #metoo refletem. Nós intervimos corretamente e lideramos iniciativas em muitos países em todo o mundo e desempenhamos um papel importante nessa luta, não só organizando mulheres, mas também lutando por um programa socialista vinculando aos movimentos da classe trabalhadora.

Tais questões podem ser um importante cenário de lutas especialmente para jovens. Também foi visto em protestos contra as tentativas do governo polaco de restringir os direitos de aborto. Este movimento foi seguido pela luta do setor educacional que também fez o governo recuar. É importante intervirmos nestes movimentos sociais de um ponto de vista de classe e vincular essas lutas à batalha contra o establishment capitalista e a necessidade de uma alternativa socialista.

As revoltas que entraram em erupção no período passado: Brexit, Catalunha e o crescimento do AfD na Alemanha, são uma antecipação de choques ainda maiores que irromperão na Europa no próximo período. Este tipo de acontecimentos que temos visto incluirão elementos de revolução e contra-revolução. Por meio da aplicação de táticas e iniciativas flexíveis e audaciosas, o CIT na Europa pode dar passos significativos adiante e ajudar os trabalhadores e jovens que entram na luta política e sindical a tirar as conclusões necessárias sobreb as tarefas e o programa necessário para derrotar o capitalismo.

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