Robinson Faria, o desgovernador desenfreado

Foto: Claudio Palheta, jornalista da ADUERN

A situação da Segurança Pública no RN é calamitosa, mas há dias em que ela fica pior. Nessa quarta feira, dia 20-12-17, a PM está aquartelada, os Policiais Civis estão concentrados em uma única delegacia em protesto e os agentes penitenciários estão paralisados. As pessoas estão com medo de sair de casa até mesmo para trabalhar.

O grande responsável por esse quadro é o governo Robinson Farias, já que não tem garantido sequer o salário em dia nem para os profissionais da Segurança e nem para diversos outros, como os da Saúde e Educação. Após sacar o dinheiro da previdência pública e não apresentar qualquer perspectiva de reposição, o governador tenta fazer um pacto com o diabo, no caso, Temer. O pacto envolve o governo federal liberar o dinheiro para pagar os vencimentos, mas, em troca, o governo estadual teria que aumentar a alíquota previdenciária de 11% para 14%, ou seja, além de não receber os salários em dia, os trabalhadores ainda corriam o risco de um achatamento.

Resistindo e denunciando essas condições, os servidores fizeram uma boa mobilização na Assembleia Legislativa no dia da referida votação do aumento percentual e, junto com uma decisão favorável do STF após uma ação direta de inconstitucionalidade ajuizada pelo PSOL, conseguiram barrar o aumento da alíquota. Não se pode esquecer que mais recentemente houve também o acampamento na governadoria feito pela Saúde e pela UERN, que foi expulso à bomba pelo governador, o mesmo que não se pronunciou após a PM tratar de forma truculenta aqueles que estavam em um piquete no DETRAN, tendo os policiais, inclusive, arrastado uma trabalhadora e prendido três lutadores.

Essa resistência contra os ataques se evidencia também nas greves que algumas categorias estão fazendo em todo o Rio Grande do Norte. Na Saúde, o Hospital Tarcísio Maia, em Mossoró, tem sido um exemplo de luta. Ali, há mobilizações constantes, a base tem frequentemente ficado em frente ao hospital com cartazes, agitações e diálogo com a população local, que tem apoiado inclusive na forma de doação de alimentos. O militante da LSR e diretor do SindSaúde, Aldiclesio Maia, tem contribuído significativamente nesse sentido.

A Saúde tem sido um dos alvos do governo Robinson Faria, que tem tentado fechar os hospitais regionais que atendem as populações do interior do estado. Contra isso, a população tem feito, inclusive, diversos protestos, indo às ruas em grandes contingentes para o tamanho dessas cidades, como foi o caso de Apodi, em que a LSR também esteve presente.

Na UERN, a situação também é difícil. A reitoria, alinhada com o governo, ameaçou demitir todos os professores temporários, que, por sua vez, ocuparam a reitoria para impedir que isso acontecesse. Entre os técnicos, a dificuldade é vencer a burocracia sindical, que através de métodos escusos fraudou a contagem de votos na assembleia que decidiu se a categoria entraria ou não em greve. Os dirigentes cumpriram o nefasto papel de frear a disposição de luta dos servidores e com essas manobras venceram por apenas um voto de diferença.

Esse é brevemente o cenário do Rio Grande do Norte, entre ataques e resistências: as oligarquias que se sucedem no poder há décadas castigam a classe trabalhadora. As forças que pareciam progressistas se venderam e as apoiaram. O PT apresentou Robinson Faria como o mal menor durante as eleições; o vice-governador Fábio Dantas, que tem ajudado a efetivar esses ataques, é do PC do B, que o cogita para candidato a senador ou mesmo a sucessor de Robinson. Enquanto isso o povo e os servidores seguem sofrendo, mas há luta e resistência. Que as mobilizações sigam firmes e que consigamos derrotar esses parasitas nas ruas! Todo apoio à luta dos trabalhadores, pois apenas ela pode reverter esse cenário tenebroso e construir uma verdadeira alternativa!

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