A luta continua na América Latina
Onda de lutas na Bolívia
A pressão contra o presidente Mesa cresce na Bolívia. O epicentro da luta é outra vez El Alto, onde os protestos que derrubaram o presidente Lozada em 2003 era mais forte. No dia 2 de março começou uma greve geral por tempo indeterminado contra a privatização da água e exigindo a expulsão da companhia multinacional de água francesa, Suez Lyonnaise, que controla a água em La Paz e El Alto.
Em vários lugares do país são realizados bloqueios de estrada, greves de fome e marchas, reivindicando re-estatização do gás e do petróleo, o aumento do imposto pago pelas empresas privadas para extrair gás e petróleo para 50%, aumento de verba para educação, etc.
Fim da moratória na Argentina
O presidente argentino, Kirchner, declarou o fim do maior “default” da história. Há três anos o país não paga a dívida de 81,8 bilhões de dólares. Através de acordo feito com a maioria dos credores, essa dívida vai ser trocado por novos títulos com um valor de cerca de 40 bilhões de dólares. Isso significa que o país vai começar a pagar juros e fazer novos empréstimos, ou seja, nova austeridade nos gastos públicos. Os tubarões da bolsa de valores reagiram euforicamente, com o índice batendo novo recorde.
O “default” aconteceu depois do colapso econômico na Argentina, com queda do PIB por quatro anos, 1999-2002. Mesmo com uma retomada do crescimento nos últimos anos, o PIB da Argentina ainda é menor do que em 1998.
Posse de Tabare Vasquez no Uruguai
Centenas de milhares de uruguaios festejaram a posse do presidente Tabare Vasquez, da aliança de esquerda Frente Amplio. A vitória da Frente Amplio nas eleições do ano passado marcaram o fim de mais de 170 anos de governos dos dois partidos burgueses tradicionais, os Blancos e os Colorados, que só foram interrompidos pela ditadura militar. O Uruguai sofreu uma profunda crise econômica, juntamente com a Argentina, com um grande crescimento da pobreza. Existe grandes esperanças no novo presidente, que começou o seu mandato assinando acordo com Chavez, restabelecendo as relações diplomáticas com Cuba e anunciando um pacote de medidas contra a pobreza. Ao mesmo tempo Tabare não pretende enfrentar o sistema capitalista, dizendo ser mais um novo “Lula” que um “Chavez”. Ele diz que Lula mostra que é possível combinar uma luta contra a pobreza com a economia de mercado. Os principais jornais da direita mostram que entre a direita não se pensa que o Tabare será uma ameaça ao sistema capitalista e elogiam o novo presidente