França: Luta de massas força retirada do governo

Mas líderes sindicais se recusam a aproveitar a oportunidade

Apenas uma semana depois de assinar a lei do CPE, a oposição de massas, liderada pelos trabalhadores e jovens, forçou o presidente Chirac a abandoná-la em 10 de abril. Face à possibilidade de uma crise política maior, e mesmo de uma greve geral, Chirac voltou atrás.

Tanto na França quanto internacionalmente, isto está sendo visto corretamente como um retrocesso para a continuidade da ofensiva neo-liberal às condições de vida do povo trabalhador. Contudo, Chirac se retirou apenas parcialmente. O CPE significava que todos os trabalhadores até a idade de 26 anos poderiam ser demitidos, sem aviso ou razão, a qualquer hora durante os primeiros 24 meses. O CNE, uma lei aprovada ano passado, estabelece exatamente as mesmas condições para todos os trabalhadores em locais de trabalho com menos de 20 empregados, e isso ainda continua em vigor.

Os líderes sindicais declararam que a retirada de Chirac é uma grande vitória, mas eles não estão usando esta oportunidade para ir adiante com outras demandas. O governo francês está em desordem e profundamente dividido. Agora é a hora de ir para a ofensiva tanto contra o CNE e outras medidas neo-liberais, e exigir empregos apropriados e bem pagos para os jovens e desempregados.

Contudo, os líderes sindicais querem desmobilizar o movimento, e em último caso redirecioná-lo ao apoio à oposição nas eleições do próximo ano. Uma chance de criar um movimento generalizado tanto contra Chirac e contra o capitalismo em geral está sendo desperdiçada.

Uma nova geração experimenta sua primeira vitória

Mas se os líderes sindicais podem impedir futuras explosões de luta nos próximos 12 meses é uma questão diferente. O enorme apoio da maioria da população para os protestos anti-CPE ilustram a profunda raiva na França e a oposição aos ataques da classe dominante. A combinação desta vitória sobre o CPE, e a maior experiência de muitos trabalhadores como o último governo ‘Socialista/Comunista’ que foi derrotado em 2002, pode significar que novas lutas podem explodir nos próximos meses, com setores da classe trabalhadora e da juventude decidindo não esperar até 2007.

Desde o fim de janeiro uma nova geração na França participou da luta pela primeira vez e agora teve sua primeira vitória. Muitos realmente começaram a questionar todo o sistema e, à medida que começarem a sacar conclusões socialistas, isso pode ajudar a criar um movimento que poderá por fim ao capitalismo, de uma vez por todas.

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