Congresso Mundial do CIO – Na luta por uma Internacional operária e socialista

Entre os dias 14 e 20 de Janeiro de 2007 ocorreu na Bélgica o IX Congresso Mundial do Comitê por uma Internacional Operária (CIO/CWI). O Congresso reuniu cerca de 120 militantes entre delegados (as) e observadores (as) de 30 países de todos os continentes.

Participaram do Congresso companheiros (as) dos seguintes países: Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Brasil, Cazaquistão, Chile, Chipre, Escócia, EUA, França, Grécia, Holanda, Índia, Inglaterra e País de Gales, Irlanda, Israel, Itália, Malásia, Nigéria, Paquistão, Polônia, Portugal, República Tcheca, Rússia, Sri Lanka, Suécia, Ucrânia e Venezuela. Infelizmente, problemas com o visto de entrada na Europa impediram a participação de companheiros da Caxemira. Outros problemas impediram a participação de outros países onde o CIO está presente.
A delegação da seção brasileira do CIO, o Socialismo Revolucionário (SR) foi composta por três companheiras e um companheiro – uma delegada plena, um membro do Comitê Executivo Internacional com voto consultivo e duas observadoras.

Uma ampla pauta de discussão
A pauta dos sete dias de Congresso continha os seguintes temas: relações mundiais e economia mundial; perspectivas e tarefas para a Europa, América Latina, África e Ásia (cada um discutido separadamente); os novos partidos de esquerda; a construção do CIO e suas seções nacionais.
O Congresso foi marcado pelas discussões sobre o grau e a dinâmica da crise atual do imperialismo, especialmente em relação ao Iraque, mas também os processo internos nos EUA e na Europa, os efeitos da ascensão da China no cenário internacional e as perspectivas para a economia mundial.

América Latina
O incrível ascenso das lutas na América Latina também foi parte fundamental das discussões. Uma resolução específica sobre o trabalho na América Latina foi votada visando ampliar o trabalho do CIO na região.
Uma Escola de Quadros Latino-Americana deverá ser organizada em fevereiro de 2008 na cidade de São Paulo buscando reunir companheiros brasileiros, chilenos e venezuelanos, onde já temos grupos organizados, além de bolivianos e mexicanos que deverão vir como resultado dos esforços que já estão sendo feitos nesses países. Além dos latino-americanos, militantes e quadros do CIO nos EUA e Europa deverão participar da Escola.

Os debates sobre a Ásia e a África, além de abordar os processos gerais nesses continentes e nos marcos das relações mundiais, também aprofundou a discussão sobre o importante trabalho que temos.

Na Ásia, além do trabalho na índia e Paquistão, a ênfase foi sobre a ameaça de guerra civil no Sri Lanka e o trabalho do nosso partido, terceiro colocado nas eleições presidências nesse país de longa tradição trotskista. Uma campanha internacional contra as ameaças contra a vida de nossos companheiros estará sendo implementada internacionalmente.
Estiveram presentes no Congresso como convidados, companheiros do Partido Socialista da Malásia que estão discutido como avançar suas relações com o CIO.

O CIO também começa a dar os primeiros passos na construção de uma organização na China, incluindo a terra-mãe, a China continental, com a primeir edição de nosso jornal chinês e a página na Internet ‘China Worker’.

Na África, a ênfase foi sobre o nosso trabalho na Nigéria, a segunda maior seção do CIO, que também está organizado na África do Sul, país onde temos longa trajetória de militância desde os tempos do apartheid.

A discussão sobre os novos partidos de esquerda foi bastante rica em razão da extensa intervenção que o CIO tem nos países onde esse processo de recomposição da esquerda é mais dinâmico.

Em países como Alemanha, Bélgica, Inglaterra, Escócia e Nigéria, as seções do CIO jogam um papel central na luta para formar novos partidos de massas da classe trabalhadora. Além desses países e do Brasil, militantes do CIO tem atuação importante em novas formações de esquerda existentes em países como Holanda, Nigéria, Itália, Polônia, Portugal, etc.

A realidade de cada país tem suas especificidades, especialmente no que se refere à recomposição da esquerda. A formação de novos partidos amplos de esquerda não é uma regra geral ou uma política única e estática. Mas, em boa parte dos países onde atuamos, o CIO defende o início de processos que visem a formar novas organizações de massas da classe trabalhadora, mesmo onde outros setores da esquerda, por oportunismo ou sectarismo, recusam-se a tomar essa iniciativa.

PSOL no contexto internacional

O debate sobre as diferentes experiências foi muito valioso para contextualizar nossa intervenção no PSOL a partir de um marco internacional. Dessa forma poderemos cumprir melhor a dupla tarefa de reconstruir partidos combativos de massas da classe trabalhadora e fortalecer a organização dos marxistas revolucionários nesses partidos, na luta para dar uma base de massas às idéias, programa e estratégia marxistas.

O IX Congresso Mundial do CIO foi uma demonstração clara de como é possível e necessário trabalhar para construir uma organização revolucionária socialista internacional. Uma Internacional não apenas para o debate e o diletantismo, mas uma organização para a ação e reflexão. Uma ferramenta afiada e calibrada à serviço do fortalecimento da esquerda conseqüente em todo o mundo e da luta revolucionária dos trabalhadores e todos os oprimidos.