Unificar a oposição contra a Articulação e derrotar o governo
Esse ano a campanha salarial dos professores estaduais de São Paulo ocorre numa conjuntura marcada por medidas e anúncios populistas por parte da Secretaria de Educação (SE). O objetivo é viabilizar a candidatura presidencial de Alckmin.
Já estamos vendo o retorno parcial da matriz curricular de 1997, o concurso para educação física e as promessas de concurso para PEB I e filosofia, de modificações no plano de carreira e de reajuste salarial.
Tudo isso faz parte de uma estratégia do PSDB que visa disputar a consciência dos professores e da comunidade escolar para dar continuidade ao seu projeto global de destruição da escola pública.
Não podemos esquecer que muitas dessas promessas anunciadas vêm acompanhadas por medidas concretas que aprofundam os ataques à categoria: fechamento de 13 escolas no ano passado, o ingresso no meio do ano, a superlotação das salas, a manutenção da política de bônus em detrimento de reajustes salariais, a implementação do projeto escola da juventude, demissão de milhares de professores durante o processo de atribuição, perseguições políticas etc.
Mas qual tem sido a resposta da diretoria da Apeoesp, controlada majoritariamente pela Articulação Sindical, contra esses ataques? Nenhuma. Tanto é assim que ao invés de ter uma política de denúncia dos onze anos de ajuste fiscal e ataques tucanos à educação, fizeram questão de destacar em materiais públicos da entidade o caráter “progressivo” de algumas recentes medidas tomadas pelo secretário Gabriel Chalita.
Está claro que a prioridade da Articulação Sindical não será a de mobilizar a categoria em unidade com a comunidade escolar e o funcionalismo. Será sim, implorar em reuniões de gabinete algumas migalhas junto à SE, principalmente em relação ao plano de carreira.
Para coroar essa política de desmobilização, uma das estratégias é a de canalizar toda a revolta da categoria em relação aos salários, tão somente, para as eternas ações jurídicas. No ano passado foram as ações para a revisão salarial, esse ano, o foco será novas ações com o fim de garantir o pagamento do FGTS aos professores admitidos em caráter temporário (ACTs).
O objetivo desse setor é que tenhamos uma campanha salarial morna, sem muita luta, fomentando ilusões no aspecto jurídico e utilizando engodos como esse para as eleições gerais do sindicato que ocorrerão em junho.
Em virtude dessa situação, é imprescindível a unidade de todos os setores de oposição para desmascarar essa estratégia e realizar uma boa campanha salarial.
Para isso, é necessário termos um eixo de campanha que permita unificar a nossa luta com a comunidade escolar e os demais setores do funcionalismo. Esse eixo deve conter a defesa da escola e dos serviços públicos, com a garantia do emprego, salário e melhores condições de trabalho.
Além disso, é fundamental que haja uma massiva campanha de denúncias contra os ataques do governo Alckmin, com matérias pagas na TV, rádios, jornais, outdoors, cartazes, adesivos, panfletos e um calendário de mobilização que dê continuidade à nossa luta.
Para finalizar, entendemos que a unidade dos setores de oposição não deve se restringir à campanha salarial. Deve ser estendida para as eleições da Apeoesp para que possamos derrotar o governo Alckmin e a política imobilista da Articulação Sindical.