O MML não pode falar em nosso nome: Mulheres da LSR/PSOL e MAIS
O MML soltou uma nota sobre a construção do 8 de março em São Paulo supostamente representando o Movimento. Importante precisar que nós, mulheres da LSR/PSOL e MAIS que ainda compomos a direção nacional do movimento, estamos na construção do 8 de março que se concentrará na Sé: Aposentadoria fica, Temer sai! Paramos pela vida das mulheres! E que não participamos da construção e não concordamos com os elementos apresentados na nota.
Fazemos parte da direção da CSP-Conlutas que aprovou na sua última reunião nacional o combate contra a Reforma da Previdência, por ser esta uma política que ataca o conjunto da classe trabalhadora e, de maneira mais brutal, as mulheres.
Nós, que fazemos parte do PSOL e do MAIS, temos notas públicas em apoio ao 8M e a greve internacional das mulheres. Não há uma contradição entre lutar contra a reforma da previdência do governo Temer e defender a vida das mulheres, através do Ni una a menos! Pelo contrário, a inserção das pautas nacionais fortalecem a luta anticapitalista em todo o mundo.
Portanto, não é verdade que se trata de um 8 de março em defesa dos ex-governos. O ato está centrado em quatro eixos: Reforma da previdência, Luta contra o Feminicídio, Legalização do Aborto e Fora Temer, estas são pautas e consignas defendidas pelo conjunto da esquerda, inclusive pela CSP-Conlutas e o MML. Afirmar que o ato defende os ex-governos, além de não construir, segrega, divide e confunde o conjunto das mulheres, fragilizando a luta contra o pacote de maldades. Além disso, também enfraquece a disputa imediata e estratégica que precisa ser dada contra a tentativa de setores do PT e PC do B de canalizarem nossa luta para a eleição de Lula em 2018. Em lugar de estar no mesmo front de batalha contra a reforma da previdência e travar essa disputa política e programática contra a saída mais global que PT e PC do B querem dar às lutas contra Temer, o MML se abstém disso e faz seu ato em separado, sem essas contradições presentes, que são as que encontramos em qualquer local de trabalho.
É um equívoco rachar um ato pelo local de concentração, quando os eixos políticos nos contemplam e são tão importantes às vidas das mulheres trabalhadoras. Além do mais, nos empenhamos para construir ações unitárias com os atos da educação, já que boa parte das nossas militantes são base de oposição destes sindicatos. Não há uma postura de se apartar desta luta fundamental, é justamente o oposto disso. Daremos a batalha para nos encontrarmos, seguir juntas e tomar toda a cidade de São Paulo.
Este é o centro: ocupar a cidade com lutadoras em todos os espaços possíveis! Isso não deve nos dividir e sim fortalecer a luta contra o machismo, o capitalismo, rumo a construção de uma outra sociedade.
Por fim, lamentamos esta postura do MML, que além de não privilegiar a unidade para lutar contra o principal ataque que as mulheres e a classe trabalhadora de conjunto está sofrendo, só revela os elementos não democráticos da sua construção, que nos afasta, que não agrega e que, portanto, não consegue cumprir com a tarefa de expressar a voz das mulheres trabalhadoras