Avançar a recomposição da esquerda socialista
Desde junho de 2013, o Brasil entrou numa nova etapa política. A decadência do PT depois do colapso da experiência “lulista” de colaboração de classes, abriu também uma nova etapa para a esquerda socialista e os movimentos da classe trabalhadora.
O desafio para a esquerda que não se vendeu e não se rendeu ao canto de sereia dos governos petistas é enorme. A decadência do PT não representa ascensão automática de um novo protagonista pela esquerda. Pelo contrário, pode até abrir espaço para alternativas pela direita se os movimentos de nossa classe e a esquerda socialista não se mostrarem à altura das necessidades históricas.
É preciso reverter um cenário ainda marcado pela fragmentação e confusão. A necessária unidade na luta contra o inimigo comum, o governo Temer e sua política de ataques, é dificultada pelas manobras do que resta do petismo nos movimentos sociais, de um lado, mas também pelo sectarismo de quem coloca sua autoafirmação como grupo acima dos interesses da classe.
No campo da esquerda socialista, é urgente a recomposição das forças políticas que se apresentam como alternativa ao lulopetismo. A construção da unidade dessas forças não se dará de forma artificial. Mas, as divergências e a separação também não podem ser estimuladas deliberadamente apenas para atender interesses menores.
A luta pela unidade dos socialistas e a construção de uma alternativa ao lulopetismo na luta contra a direita, governos e patrões é uma prioridade. Foi para isso que surgiu a iniciativa da Frente de Esquerda Socialista no Rio de Janeiro e em outros estados, assim como o Bloco da Esquerda Socialista em São Paulo.
Essas iniciativas surgiram a partir da LSR e outras correntes da esquerda do PSOL, junto com o PCB e a NOS (Nova Organização Socialista, ruptura do PSTU), assim como várias outras organizações e coletivos, como a Conspiração Socialista e muitos independentes. Encontros e Seminários estão sendo organizados, além de uma atuação conjunta em vários espaços de luta.
A recente ruptura de 739 militantes do PSTU de todo o país, em que pese os elementos negativos de toda ruptura, aconteceu como resultado de uma busca de recomposição da esquerda socialista e adota em seu Manifesto posições muito mais coerentes e avançadas que aquelas de seu partido de origem. Muitas dessas posições a LSR defendeu em termos muito parecidos nos espaços da CSP-Conlutas, no PSOL, na Frente Povo Sem Medo, etc.
Esperamos que essa ruptura venha a provocar novas aproximações e estimular o processo de reconstrução de uma esquerda socialista que se coloque à altura do momento histórico. A LSR, como parte do Comitê por uma Internacional dos Trabalhadores (CIT), continuará se colocando como parte desse processo.