Grande demonstração de força da classe trabalhadora – que fazer depois da Greve Geral 28/04

Fora Temer e suas reformas! Aprofundar e radicalizar a luta de massas!

Os informes que chegam de todo o país indicam que a Greve Geral de 28 de abril será um passo muito importante para derrotarmos as contrarreformas do governo Temer.

Metroviários, condutores, ferroviários, aeroportuários, metalúrgicos, petroleiros, bancários, químicos, trabalhadores dos correios, da saúde, da limpeza, da  educação básica e ensino superior, movimentos populares do campo e da cidade, juventude das universidades, são alguns dos setores  sociais que já definiram sua participação na Greve Geral.

A luta das mulheres no 8 de março abriu caminho para as significativas jornadas de lutas de 15 e 31 de março. Todas essas mobilizações criaram as condições para a greve geral e já estão obrigando o governo a realizar algumas modificações em relação à reforma da previdência. O objetivo de Temer é evitar uma derrota histórica na votação da Câmara dos Deputados.

Entretanto, essas modificações não alteraram a espinha dorsal deste projeto que é a definição de uma idade mínima de aposentadoria e a ampliação do tempo de contribuição para que o trabalhador possa ter o benefício integral.

Além disso, existem outros ataques brutais em curso, como é o caso da terrível reforma trabalhista que cancela direitos históricos da classe trabalhadora. Numa provocação contra os trabalhadores, a Câmara aprovou na noite da última quarta-feira (26.04), em primeira votação, o texto-base dessa reforma que só beneficia empresários, banqueiros e os patrões.

Mas, nossa força é capaz de derrotar globalmente ambas as reformas e barrar novos ataques!

Nas últimas semanas foram divulgadas centenas de horas de gravação de depoimentos dos executivos da Odebrecht. A população ficou e continua estarrecida com a corrupção e a podridão do sistema político do país, marcada, principalmente pela relação promíscua entre grandes empresas, como é o caso das empreiteiras, governos e os grandes partidos, PT, PSDB e PMDB.

As denúncias contra Temer, oito ministros e dezenas de deputados federais e senadores  enfraqueceram ainda mais o atual governo. Há uma percepção mais forte da população de que estes deputados e senadores não tem legitimidade para votar qualquer projeto,  muito menos no caso da Reforma da Previdência, que visa acabar com a aposentadoria do trabalhador.

Depois do 28 de abril, é fundamental que tomemos novas iniciativas para radicalizar a luta de massas aprofundando o trabalho na base dos diferentes setores.

Os próximos passos devem ser decididos envolvendo as centrais sindicais e movimentos sociais nacionais, mas também as iniciativas de base que se expressaram nas assembleias por local de trabalho e comitês de luta que tem surgido e devem ser estimulados, fortalecidos e generalizados por todo o país.

Não basta uma reunião de cúpula das centrais sindicais para definir o que fazer a seguir. Defendemos a convocação de uma Plenária nacional com representantes de todos os movimentos em luta e que aconteça nos próximos dias. Lá poderemos fazer um balanço do dia 28 de abril e aprovar os próximos passos.

Para derrotar de vez o governo Temer vamos precisar continuar a luta com ainda mais força. Confirmada nossa expectativa de uma greve geral significativa no dia 28 de abril, devemos trabalhar por uma nova greve geral de 48 horas ainda no mês de maio. Para isso será preciso aprofundar o trabalho de base e o convencimento da população em geral. Será preciso também uma postura clara e firme das direções sindicais e populares, sem vacilações.

Além de convocar uma greve geral de 48 horas para maio, essa Plenária nacional dos movimentos em luta deve aprovar a organização de um grande Encontro nacional da classe trabalhadora, organizado pela base, que seja capaz de construir um plano de ação unificado e aponte uma alternativa dos trabalhadores à crise e às políticas do governo Temer.

Não podemos aceitar as ilusões de que, depois do dia 28, a única coisa a se fazer é esperar as eleições de 2018 onde a suposta eleição de Lula resolveria todos os nossos problemas. Fomentar essa ilusão é pavimentar o caminho da derrota!

É preciso derrotar Temer e suas reformas nas ruas, nos locais de trabalho, na luta direta dos trabalhadores e do povo. Somente dessa forma, com a chapa fervendo, poderemos construir uma alternativa política de esquerda capaz de enfrentar os reais problemas do povo brasileiro e derrotar a direita.

Essa alternativa política tem que se basear nas lutas dos trabalhadores e não nos acordos palacianos. Deve assumir um programa que vá à raiz do problema, de caráter anticapitalista e socialista, e não tente resgatar um projeto de conciliação de classes que já fracassou e fracassará de novo.

Somos totalmente a favor do máximo de unidade para lutar contra Temer e suas reformas. Essa unidade é fundamental e temos que construí-la pra valer. Mas, isso não significa em hipótese alguma aceitar o projeto político do Lulismo, um projeto que incorpora elementos das contrarreformas e ataques que vemos hoje. Isso ficou claro com a reforma da previdência promovida por Lula no seu primeiro ano de mandato ou os ataques promovidos por Dilma até as vésperas de sua deposição.

Para derrotar Temer e a direita de vez é preciso um novo projeto de esquerda e socialista baseado na luta direta dos trabalhadores e do povo e no combate aos interesses do grande capital. É preciso defender a anulação das reformas de Temer, a estatização sob controle dos trabalhadores das empresas privatizadas, além da auditoria e não pagamento da dívida pública aos grandes tubarões capitalistas.

Além disso, é preciso aproveitar a percepção maior da população em relação à podridão do sistema político e defendermos uma reforma política radical de caráter democrático, popular e anticapitalista.

Esta reforma política deve impedir o domínio das instituições políticas pelo grande capital e garantir o direito da população revogar mandatos, parlamentar com salário de trabalhador, fim do financiamento empresarial de campanhas, tempo de TV igual para todos os partidos políticos, abertura das contas dos políticos, e mecanismos de decisão popular como plebiscitos e referendos entre outras medidas.

Temer só se mantêm no poder devido à unidade da burguesia em relação à aprovação das contrarreformas da previdência e trabalhista. Caso não consiga aprovar estas contrarreformas, o governo não terá mais sentido de existir. A partir disso, ganhará mais força a luta pelo Fora Temer e pela realização imediata de eleições gerais no país.

A construção de uma alternativa de esquerda e socialista à direita, mas também ao próprio Lulismo, passa pela formação de uma Frente de Esquerda Socialista composta pelas ferramentas que foram construídas pela esquerda combativa no último período, CSP-Conlutas, Intersindical, MTST e pelos partidos do campo da classe trabalhadora, como é o caso do PSOL, PCB e PSTU.

Vamos à luta, estamos dando passos, podemos vencer!

O que defendemos:

  • Não às reformas trabalhista e previdenciária!
  • Fora Temer! Eleições Gerais sob regras realmente democráticas!
  • Construir pela base uma greve geral de 48 horas no mês de maio!
  • Fortalecer e ampliar os comitês de luta nos bairros e locais de trabalho e estudo!
  • Por um Encontro nacional unificado da classe trabalhadora!
  • Por uma Frente de Esquerda Socialista que apresente uma alternativa política, programática e de classe à direita e ao Lulismo!

Você pode gostar...