Unir as lutas pelo direito de greve, organização sindical e contra a perseguição de ativistas!
Com a política recessiva, os cortes e ataques aos direitos, a resposta dos trabalhadores e do povo já está sendo sentida nas ocupações do MTST e Resistência Urbana, nas greves da educação pelo país afora, na luta contra as demissões na indústria.
Mesmo podendo contar muitas vezes com direções sindicais burocráticas e pelegas, a resposta de governos e patrões é antes de tudo a repressão. O exemplo bárbaro disso foi o massacre contra os trabalhadores em educação do Paraná promovido pelo governo de Beto Richa.
Garis, metroviários e trabalhadores da Sabesp
Foi também o que vimos nas greves dos garis do Rio de Janeiro e várias outras cidades. Depois de um ano da heroica greve dos metroviários de São Paulo, a luta pela reintegração dos trabalhadores grevistas demitidos também não terminou.
No caso da Sabesp em São Paulo, a ação da direção da empresa e do governo Alckmin foi preventiva, mas não menos dura.
Além de demitirem 600 trabalhadores para enxugar gastos e atender aos acionistas privados em meio a mais grave crise hídrica da história, a direção da empresa também busca antecipar-se aos conflitos sociais decorrentes da falta de água.
O Comando Militar do Sudeste está tratando a crise hídrica em São Paulo como caso de segurança nacional. Depois de realizar um seminário para discutir as perspectivas de caos social, econômico e humanitário no estado, começaram a realizar manobras militares nos edifícios e unidades da Sabesp.
Mesmo contando com o corpo mole da direção do sindicato dos trabalhadores da Sabesp (Sintaema), a direção da empresa quer cortar pela raiz as bases de oposição que não estão dispostos a se calar como a burocracia sindical.
A demissão de Marzeni Pereira, depois de quase 23 anos de Sabesp e intensa luta sindical e política em defesa dos interesses dos trabalhadores e do direito à água para a população, é parte dessa política repressiva.
Garis, metroviários e trabalhadores da Sabesp são exemplos que servem como referência para a necessidade de uma luta unificada em defesa do direito de greve e de organização sindical.
Construir um movimento contra as demissões
É preciso construir um grande movimento que consiga reunir o que há de mais combativo no movimento sindical e popular para unificar as lutas contra as demissões e perseguição política contra ativistas.
Esse movimento deve se organizar por cima das fronteiras partidárias e de organização sindical. Deve ser o mais unitário possível nas ações de protesto e solidariedade aos perseguidos.
Só assim evitaremos o isolamento e a derrota da luta em categorias que não podem contar com uma direção sindical à altura do que a conjuntura da luta de classes exige hoje.
São algumas dessas categorias, incluindo trabalhadores extremamente precarizados como no caso dos garis, que estão assumindo um papel importante na luta.
É responsabilidade da CSP-Conlutas, Intersindical, Unidos e todos os movimentos e organizações de luta sindical, popular e mesmo estudantil, assumir para si essa tarefa.