A intolerância e o machismo não nos representam – Nota do setorial de mulheres do PSOL

O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) tem se tornado conhecido pela defesa do golpe de 1964 no Brasil que nos legou anos de uma Ditadura Militar feroz. A violência em todas as suas formas são elementos fundantes dos discursos do parlamentar cotidianamente.

A defesa de ações homolebobistransfóbicas, machistas, racistas e xenofóbicas por parte de Bolsonaro já podem ser consideradas históricas. Não apenas no discurso ele se vale da incitação cotidiana da violência de gênero e raça, é notório o fato dele nesta última legislatura agredir diversas parlamentares mulheres quando estas não concordam com suas posições políticas reacionárias. Lembramos dos embates entre o deputado e a ex-senadora Marinor Brito, do PSOL-PA, em 2011 durante atividade parlamentar contra a homofobia no Senado.

Ao dizer que a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) “não merece ser estuprada”, Bolsonaro mostra a compreensão de que violência sexual não seria violência, mas sim um prêmio para determinadas mulheres. Em um país onde o número de estupros é maior do que o de homicídios dolosos, superando as 50 mil notificações por ano, e se apresenta o índice alarmante de uma mulher vítima de violência a cada 12 segundos, a intervenção de Bolsonaro reafirma a ideologia ainda muito presente em nossa sociedade de que a vida das mulheres vale menos, que não temos direito à autonomia sobre nossos corpos e que os espaços públicos ainda não nos pertencem.

A violência de Bolsonaro, ao ameaçar uma colega deputada, é uma investida contra todas as mulheres que disputam o espaço político, ao afirmar que uma vez que nós, mulheres, assumamos posições políticas, estamos sujeitas a sermos violentadas física, emocional e verbalmente. Não foi a primeira vez, mas esperamos que dessa vez seja a última e que a intolerância não tenha voz no parlamento na próxima legislatura que se inicia em . Nós, Mulheres do PSOL, exigimos a cassação do deputado federal Jair Bolsonaro!

Por todo o país, as mulheres do PSOL se fizeram presentes em manifestações contra a intolerância e exigindo a cassação do deputado. Neste sábado, em São Paulo, construiremos junto a outras organizações de mulheres o Ato #NinguémMereceSerEstupradx #NinguémMereceBolsonaro. Convidamos a todas e todos a se somarem a esta manifestação político-cultural dia 20/12, às 17h, na Praça Roosevelt!

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