Eleições 2014: Grande avanço para o PSOL-RJ
As eleições de 2014 no Rio de Janeiro expressaram uma polarização entre esquerda e direita na sociedade. Nas eleições para governador, Pezão (vice do Cabral) foi reeleito, vencendo o representante da Igreja Universal, o bispo Crivella. Mas, apesar disso, a esquerda viu um crescimento em sua votação.
Em 2010, Jeferson Moura do PSOL obteve 131.980 votos (1,67%) para governador. Já nestas eleições, Tarcísio Mota, com um programa e discurso mais à esquerda, obteve os inéditos 712.734 votos (8,92%). Isso demonstra que a sociedade está aberta a novas alternativas coerentes pela esquerda e que propostas mais radicais podem trazer uma votação mais expressiva.
No segundo turno, as abstenções e justificativas de voto somaram 2.713.771 eleitores, votos nulos foram 1.315.356 e brancos somaram 319.823. Com isso, temos um total de 4.348.950 de pessoas que não votaram em nenhum dos candidatos da direta. Pezão recebeu 4.343.298 votos e foi eleito com menos votos do que a soma dos seus contrários, o que demonstra o desgaste do governo do PMDB.
Outro dado da polarização foi a expressiva votação na esquerda através da eleição do deputado estadual mais votado. Marcelo Freixo, do PSOL, teve 350.408 votos (4,62%), comparado com Jair Bolsonaro, da extrema direita, que obteve 464.572 votos (6,10%). A jornada de lutas de junho de 2013 fortaleceu setores de esquerda, mas também da direita carioca.
Bancada ampliada
O PSOL no RJ ampliou sua bancada significativamente. Para deputado estadual, aumentou de dois para cinco, sendo eles: Freixo, Paulo Ramos, Flávio, Eliomar e Dr. Julianelli. Para deputado federal, aumentou de dois para três: Chico Alencar, Jean Wyllys e Cabo Daciolo. Nacionalmente, o PSOL elegeu cinco deputados federais e doze estaduais, o que qualifica o Rio como o estado em que o PSOL tem a maior representação parlamentar disparadamente.
A LSR-RJ fez uma campanha entusiasmada para Paulo Eduardo Gomes (PEG), vereador mais votado de Niterói em 2012, eleito com 8.011 votos (2,91%). Nestas eleições para deputado federal, PEG obteve 23.410 votos (0,31%) no Estado do RJ, sendo o terceiro mais votado de Niterói com 16.847 votos (6,89%). Ou seja, PEG mais que dobrou sua votação na cidade. Ele foi o 5º mais votado do PSOL, tornando-se o segundo suplente, atrás de Renato Cinco, que obteve 27.961 votos (0,37%).
Campanha da LSR
Também fizemos uma campanha entusiasmada para Renatinho do PSOL, segundo vereador mais votado de Niterói em 2012, eleito com 6.304 votos (2,29%). Este ano, Renatinho para deputado estadual obteve 8.551 votos (0,11%) no Estado do RJ, se tornando o terceiro suplente do PSOL.
Não previmos o efeito da leitura biométrica nas urnas nesta eleição, em Niterói. Mais de 50 mil pessoas não fizeram o cadastramento biométrico e outras 44 mil deixaram de votar no dia, devido à dificuldade do leitor biométrico em reconhecer as digitais, ocasionando enormes filas. Sabemos que muitos eleitores do PEG e Renatinho são idosos, justamente quem tem mais dificuldade em ter as digitais reconhecidas no leitor. Não é à toa que a luta contra a biometria nos ônibus foi tão difundida pelo mandato do Renatinho e teve tanto apoio. Acreditamos que, sem esse problema, o resultado seria melhor. Apesar disso, saímos desta eleição com muita experiência, muitos contatos, mais organizados, e com muita disposição para tocar as lutas. Só a luta muda a vida!