A luta dos transportes em Natal – Revolta do Busão
A luta contra o sucateamento do transporte público e contra as tarifas abusivas cobradas por esse serviço são pautas históricas dos movimentos sociais em Natal.
Desse cenário de reivindicações surge o movimento Revolta do Busão, fruto do amadurecimento político de lutas anteriores na cidade e construído por diversos setores. Dentre eles estão anarquistas, socialistas, movimento estudantil e feministas. Ganhou força colocando milhares de jovens nas ruas e, em três anos, revogou por três vezes o aumento da tarifa!
O movimento também foi um dos pioneiros e protagonistas nas lutas que culminaram nas jornadas de junho em 2013. Colocando pautas importantes, como estatização dos transportes e tarifa zero, o movimento questiona toda a lógica dos transportes, atualmente monopolizado por empresários que deixam a população à mercê de seus desmandos quando bem entendem.
Corte de linhas
Em contrapartida, como retaliação às lutas e à tarifa congelada, o SETURN (Sindicato das Empresas de Transporte Urbano) por diversas vezes em dias de atos cortou os circulares que prestam serviço gratuito a milhares de estudantes da UFRN. Em fevereiro deste ano chegou a ameaçar extinguir completamente o serviço, propondo a substituição por linhas alternativas que seriam pagas, alegando que o não reajuste da tarifa há três anos estaria dando prejuízo aos tão “desfavorecidos” empresários do transporte.
Além disso, com o passar dos anos, diversas linhas foram cortadas e o direito a integração foi sendo limitado a poucos bairros e com redução do tempo disponível para transferência entras as linhas.
Este ano o SETURN anunciou um novo aumento das tarifas para R$2,35. Com isso a Revolta do Busão voltou às ruas em luta pela tarifa zero e exigindo do Prefeito Carlos Eduardo a revogação deste injustificável aumento, além da abertura da caixa-preta do SETURN. Nos últimos atos o movimento vem sendo fortemente intimidado pelas Polícias Federal e Militar, com ameaças, revistas arbitrárias com fuzis nas mãos, fotografias não autorizadas dos documentos de manifestantes e a perseguição de lutadores. Além disso a Polícia tenta indiciar quinze manifestantes por uma ocupação à Câmara Municipal no ano passado e dentre as acusações a principal é a de formação de quadrilha!
Entendemos que esta ofensiva não está deslocada da conjuntura nacional de criminalização dos movimentos sociais, como vem ocorrendo em Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo e que visa enfraquecer a luta. Chamamos os trabalhadores, a juventude e os movimentos sociais a não se retirarem das ruas!
Defendemos:
- Tarifa zero e estatização dos transportes!
- Controle dos transportes públicos pelos trabalhadores!
- Não criminalização dos movimentos sociais: lutar não é crime!
- Liberdade aos presos políticos pelo país!
- Desmilitarização da Polícia!