23 de maio: A Baixada Santista parou!

 

Exatamente um mês depois de Santos parar por conta dos protestos contra a emenda 3, os sindicalistas combativos da região, mais estudantes e o movimento popular fizeram um dos mais importantes atos políticos de protestos contra a política do governo e as reformas em curso que retiram direitos dos trabalhadores.

Seguindo as deliberações do Encontro histórico do dia 25 de março, o dia 23 de maio foi um dia de protesto nacional, com várias paralisações de estradas e de circulação nos eixos industrias, somados a atos públicos onde o conjunto da classe trabalhadora mostraria seu descontentamento.

Na Baixada Santista, não foi diferente, o processo de mobilização foi preparado pelos sindicatos reunidos em torno da Intersindical e Conlutas (CUT, Força Sindical e demais centrais pelegas nada fizeram) e pelo PSOL PSTU, e PCB.

Os companheiros do sindicato dos metalúrgicos (um dos maiores da região) forneceram a infra-estrutura necessária, mostrando que uma diretoria comprometida com a classe e sua tradição de luta, não foge à luta, ao contrário busca organizá-la e garantir todo o apoio possível.

De Metalúrgicos a EducAfro

Nós, enquanto militantes do PSOL e do Socialismo Revolucionário, estivemos presentes em todas as reuniões preparatórias, reafirmando a necessidade da unidade da classe trabalhadora na luta contra o governo entreguista de Lula e seus aliados. Na última reunião veio a certeza de um dia vitorioso no dia 23 com a confirmação dos companheiros do MTST (acampamento João Candido) e do MST, e várias entidades: Metalúrgicos, Sintrajud, Bancários, Sinsprev Regional, Centro de Estudantes de Santos, EducaAfro, Vigilantes, Petroleiros, Movimento das Mulheres (Intersindical) e outros.

Na madrugada do dia 23, vários militantes se concentraram na frente do Sindicato dos Metalúrgicos, foram três pontos de paralisação, Imigrantes/ Anchieta, e saídas próximas a Cosipa, como em outros pontos do Brasil, o objetivo era atrapalhar a circulação de mercadorias nos complexos industriais.

Por volta das 6 horas da manhã, os pontos selecionados foram ocupados. Rapidamente os carros de som das entidades foram tomando lugar para o bloqueio e o início das manifestações, em um clima de festa e combatividade, falaram os representantes dos partidos, das entidades sindicais, alguns populares e estudantes que estavam nos ônibus e se misturaram aos atos. Nas falações a luta contra a política do governo, que retira direitos trabalhistas históricos, contra a emenda 3 e a necessidade de uma Greve Geral.

Congestionamentos quilométricos

A manifestação, que envolvia mais de trezentos militantes nos três pontos de paralisação, teve ainda na Imigrantes/Anchieta, forró e apresentação de esquetes teatrais envolvendo as questões trabalhistas e a da luta das mulheres. Segundo os dados da Ecovias, o congestionamento chegou a 20 km, ocorreram paralisações no trânsito em Santos, Praia Grande e Cubatão.

Com a chegada da policia militar (a tropa de choque levou três horas pra chegar), por volta das 10.30 da manhã, a estrada foi desocupada com truculência, muitos carros e ônibus, que transportavam passageiros no sentido São Paulo, passaram buzinando apoiando o movimento, o número de pessoas contrárias ao movimento era muito pequeno, demonstrando que muitos estão se conscientizando da corrupção e da terrível e exploração da política econômica adotada por Lula e os patrões.

Ao final, mesmo depois de já terem desobstruído um dos pontos perto da Cosipa, dois ônibus foram apreendidos, em uma medida absurda os manifestantes foram fichados e só depois liberados. No período da tarde, na reunião que ocorreu no sindicato dos Metalúrgicos, com a presença de todos que participaram das manifestações, o sentimento era um só: vitória!

Ato na praça

Ainda no período da manhã, companheiros do Sintrajud, Sinsprev (Regional) e do sindicato dos funcionários Municipais, fizeram um ato publico na praça central de Santos que contou com mais de cem pessoas.

Foi um dia vitorioso em seus objetivos, ao final da reunião em uníssono os companheiros sindicalistas e o movimento popular cantavam: “Ah! Se o povo soubesse da força que ele tem, não levaria pra casa desaforo de ninguém!”.