Educação para no Rio de Janeiro
Em defesa da educação e de melhores condições de trabalho, educadores das redes estadual e municipal do RJ estão em greve desde o dia 8 de agosto. Essa mobilização tem como uma de suas inspirações as jornadas de junho, nas quais a defesa da educação foi um dos temas centrais.
A educação pública vem sofrendo os mesmos ataques há anos: arrocho salarial, falta de verbas, estrutura e funcionários, falta de democracia na gestão, desrespeito à autonomia pedagógica e imposição da meritocracia. Mas agora professores, inspetores, auxiliares de creche, merendeiros e demais servidores da educação estão dando a resposta!
Após 19 anos sem greves, a rede municipal do Rio de Janeiro, maior rede escolar da América Latina, entrou numa greve histórica. A categoria exige 19% de reajuste, novo plano de carreira, aplicação da lei do 1/3 de carga horária para planejamento do trabalho, fim da meritocracia e melhoria das condições de trabalho. Em 14 de agosto, cerca de 15 mil educadores foram às ruas como há muito tempo não se via e sequer se imaginava possível pouco tempo atrás. A prefeitura adotou uma postura arrogante e autoritária, recusando-se a negociar e ameaçando cortar o ponto. A categoria respondeu com um novo ato, de 20 mil educadores, forçando a prefeitura a negociar e mostrando que não nos intimidarão e que a greve só terminará quando obtivermos conquistas!
Na rede estadual, a greve foi conflagrada em meio a um forte declínio da popularidade do governador Sérgio Cabral. O clima favorável levou a base da categoria a decretar a greve apesar da postura vacilante da direção do SEPE. A rede estadual exige 28% de reposição de perdas acumuladas, o direito de professores trabalharem em apenas uma escola, eleição para diretores, fim da meritocracia entre outras propostas. Para alcançar seus objetivos, a greve se unificará ao forte movimento da rede municipal e se somará às mobilizações do Fora Cabral!
Avançar na luta
Infelizmente o SEPE cometeu erros como marcar atividades das redes em greve no mesmo horário em locais diferentes. Contando com profissionais nas duas redes, uma assembleia da rede estadual teve um atraso absurdo de 3 horas, que levou a uma postura despolitizada da base, que votou para que não houvesse falas de avaliação, indo direto às deliberações. Vimos também uma falta de política para situações como ao final do ato com 15 mil do município, em que o prefeito não se encontrava no local da manifestação e sem nada concreto a direção decretou o fim do ato, frustrando a categoria.
Para as greves continuarem cada vez mais fortes, é necessário que nos juntemos aos atos contra Paes e Cabral, que já ocorrem, e que essas greves não sejam apenas greves dos educadores do Sepe, mas parte de uma grande luta pela educação pública, com a participação da população. Devemos nos juntar ao dia 30 de agosto, chamado pelas centrais sindicais como Dia Nacional de Paralisação.