Novo partido dos trabalhadores desafia o governo do CNA na África do Sul

“Eu olho para o meu filho de 11 meses e fico com medo do seu futuro se eu for demitido”, comentou um mineiro no congresso histórico do Movimento Democrático Socialista (DSM, CIT na África do Sul) nos dias 09-11 de fevereiro. Outro mineiro desafiadoramente declarou: “Você não pode comprar a bravura dos mineiros sul-africanos: não nos renderemos!”

O congresso do DSM se comprometeu a ajudar no desenvolvimento do gigantesco poder de combate liderado pelos mineiros, junto com outros trabalhadores, através dos comitês de greve formados pela base, capaz de paralisar patrões e governo numa greve que durou 30 dias em 2012.

Isso inclui uma luta pela construção de novas formas de organizações sindicais combativas e democráticas para superar o falido e corrupto “sindicato” – a União Nacional dos Mineiros (NUM), que se posicionou no lado dos patrões em oposição às demandas legítimas da classe trabalhadora.

Acima de tudo, os mineiros e a classe trabalhadora em geral, sentem a necessidade de uma ferramenta politica, seu próprio partido, livre dos grilhões do CNA e suas políticas pró-capitalistas. Portanto, o novo partido da classe trabalhadora – Partido Socialista e dos Trabalhadores (WASP em inglês), já lançado – foi entusiasticamente apoiado.

A tarefa agora é mobilizar o apoio para o novo partido!

Duas reuniões já ocorreram, uma em dezembro e outra agora em 27 de janeiro.

A primeira em dezembro, de fundação do novo partido, contou com a presença de 20 delegados, representantes dos comitês de base formados durante a greve de 2012.  Este encontro concretizou a ideia de uma alternativa baseada em um programa socialista comprometido com a nacionalização dos setores chaves da economia, onde a indústria e a mineração seguem assumindo um papel central. O WASP terá como uma de suas principais demanda a nacionalização da economia com o controle dos trabalhadores, num processo que conduza a transformação socialista da sociedade, a única forma de solucionar os problemas dos trabalhadores mineiros e da classe trabalhadora de conjunto.

Este partido tem como referência os acontecimentos de Marikana e possui como orientação a construção de uma ferramenta de massas, semelhante a estrutura dos comitês de greves, capaz de unir os trabalhadores das minas, fabricas, dentre outros. A proposta é unificar as comunidades populares e os estudantes em uma grande força. 

A reunião de 27 de janeiro contou com 50 representantes dos mineiros, ativistas da greve e membros dos comitês de base. Esta reunião reafirmou as tarefas tiradas no encontro de fundação, reforçando as datas para coletas de assinaturas e legalização do novo partido. O objetivo é conseguir um milhão de assinaturas ate dia 16 de Agosto, data de aniversario do massacre de Marikana. 

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