Israel: Sindicato dos Assistentes Sociais se preparam para a próxima batalha

Militante do MLS, Suiher Daska e outros candidatos de esquerda foram eleitos para a liderança do sindicato no cenário de próximas lutas contra austeridade.

Uma conquista significativa para os delegados da oposição a cortes e privatização foi registrada na quinta feira, 9 de abril, quando o congresso do sindicato dos assistentes sociais de Israel elegeu membros do secretariado e sete comissões permanentes da união.

Suheir Daska, militante do Movimento Luta Socialista, foi eleita por delegados de Haifa e do Distrito Norte, para uma das dezesseis cadeiras no secretariado, junto com sete membros do movimento progressista dos assistentes sociais, “Atideiru” (Nosso Futuro), e Tami Farber, do Fórum de Luta dos Assistentes Sociais. Juntas eles constituíram um reforço significativo das forças de esquerda no sindicato.

Membros de longa data do sindicato não se recordam de uma eleição com tantos candidatos, quase 90% dos delegados eleitos foram votar. Isso reflete a luta contínua pela futura direção do sindicato.

Anteriormente, nas eleições de delegados para o congresso pela base, em 29 de janeiro, também houve um significante ganho para os candidatos que desafiaram a atual direção do sindicato com base nas demandas por reforma democrática, por luta firme por melhorias de salários, e contra os cortes de orçamento e as privatizações.

Suheir Daksa Halabi e Naama Levin, ambas assistentes sociais e militantes do MLS iniciaram uma campanha conjunta, introduzindo um programa de 15 reivindicações por mudanças democráticas no sindicato e para preparar para as lutas futuras por maiores salários e contra as medidas de austeridade que virão.

Entre outras coisas, elas exigiram que qualquer acordo salarial futuro deve ser votado pelos milhares de membros do sindicato, antes de ser assinado. Elas reivindicaram a criação de uma sede, de onde a luta pode ser coordenada com todas as organizações de trabalhadores contra as medidas de austeridade e privatizações, e para lutar pela nacionalização dos serviços de bem-estar privatizados, que deveriam ser geridas de uma forma democrática. Eles também chamaram pelo fim da discriminação racial no orçamento e alocação da força de trabalho nas cidades e comunidades palestinas e árabes.

Significativamente, Suheir foi eleita com base nesses princípios após enfrentar outros candidatos mais conhecidos, como representante dos assistentes sociais em departamentos de assistência social em municípios árabes no norte.

Para a próxima luta

Nas últimas três décadas, os serviços sociais foram deliberadamente subfinanciados, com privatizações de larga escala por diferentes governos capitalistas neoliberais. A carga de trabalho aumenta ano após ano, e o número ridicularmente baixo de assistentes sociais não podem atender às reais necessidades, tendo em conta o aumento da pobreza e miséria social. O salário absurdamente baixo foram reduzidos ainda mais ao longo da última década, e trabalhadores em setores privatizados sofrem pela falta de emprego e previdência social.

A luta dos militantes na assistência social em 2011 não atingiu seus objetivos uma vez que foi vendida pela direção de Histadrut (a maior federação sindicalista em Israel) e a liderança conservadora do sindicato dos assistentes sociais. Agora o sindicato deve se preparar para lutar contra as medidas de austeridade que virão, bem como para os ataques aos trabalhadores organizados. Ao mesmo tempo, deve demandar uma melhoria significativa de salário e das condições de trabalho.

No fim de abril, o sindicato irá para a sua primeira reunião com as lideranças recém-eleitas, e em 12 de junho outra conferência será realizada. Par começar a preparar para a luta contra os novos planos do governo, Suheir irá propor uma resolução que pede a criação de uma sede onde a luta de todas as organizações sindicais, sociais e estudantis possam ser coordenadas, tendo como pauta contra todos os cortes e ataques do governo.

Suiher explica: “Nesse período, o governo planeja cortar o auxílio familiar, salários de trabalhadores do serviço público, incluindo de assistentes sociais, mas também impor medidas de austeridade que irão ferir diretamente os pobres e a classe trabalhadora e intensificar a carga sobre serviços de assistência social que já estão desabando. A necessidade de organizar os trabalhadores pela base para a luta e tornar o sindicato um instrumento democrático e combativo dos trabalhadores para defender seus interesses – isso é realmente fundamental”.

O resultado da eleição para o congresso do sindicato e do secretariado mostram o potencial para uma mudança efetiva no sindicato. Para que isso aconteça existe a necessidade de organizar reuniões e discussões nos locais de trabalho e no sindicato. E há uma necessidade urgente de colaboração de todos os delegados dedicados à mudança real do sindicato como uma estratégia comum que irá pavimentar o caminho para vitórias nas lutas que virão.

  

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