Presidente da Apeoesp não respeita votação da assembleia e acaba com a greve dos professores estaduais de São Paulo

Mais de 5 mil professores paulistas participaram nesta sexta-feira, 10 de maio, no Vão Livre no Masp, na Avenida Paulista, da Assembleia Estadual que debateu a continuidade da greve categoria, iniciada no dia 19 de abril.

Antes desta Assembleia Estadual, na parte da manhã, foi realizada uma reunião de negociação da Apeoesp com o Secretário Estadual de Educação de São Paulo, Herman Voorwald.

Nesta reunião, o Secretário de Educação sinalizou com as seguintes propostas:

  • fim da prova anual aplicada aos professores da chamada “categoria F”;
  • fim da prova exigida dos professores da chamada “categoria O” que já pertencem à rede estadual;
  • manutenção da “quarentena” em detrimento da “duzentena” para os professores categoria “O” .
  • direito de atendimento médico pelo IAMSPE aos professores da “categoria O”;
  • concurso público no segundo semestre para professores PEB II;
  • não privatização do Hospital do Servidor Público e do IAMSPE;
  • convocação da comissão paritária prevista no artigo 5º da lei complementar nº 1143/11 para discussão da possibilidade de novo reajuste e discussão da implantação paulatina da jornada do piso (no mínimo 1/3 da jornada para preparação de aulas e formação, entre outras atividades extraclasse);
  • discussão do pagamento dos dias parados e retirada das faltas da greve mediante reposição de aulas.

A Oposição Alternativa, corrente sindical da Apeoesp da qual os militantes da LSR e do Bloco de Resistência Socialista (BRS) fazem parte, defendeu a continuidade da greve até à próxima terça-feira, 14 de maio.

Esta continuidade da greve era necessária para que a Secretaria Estadual de Educação de São Paulo formalizasse por escrito todas essas propostas. Esse governo já prometeu e não cumpriu muitas das suas promessas do passado feitas verbalmente.

Além disso, era importante realizarmos um grande Ato Unificado em Defesa da Educação com os professores do município de São Paulo que estão em greve e farão uma assembleia nesta data.

A Direção majoritária da Apeoesp (CUT/PT e PCdoB) e alguns setores de oposição defenderam o fim da greve.

A defesa do fim da greve também era legítima pelo fato do índice de paralisação ter despencado no Estado.

Feitas as defesas, a votação foi encaminhada e a proposta de continuidade da greve foi vitoriosa por ampla maioria.

A presidente da Apeoesp não respeitou o resultado da votação e de forma truculenta e autoritária, resolveu suspender a greve e acabar com a Assembleia Estadual.  Essa postura da presidente da Apoesp se explica por um motivo simples: proteger politicamente, a qualquer custo, o prefeito petista de São Paulo, Fernando Haddad, contra a possibilidade de um ato unificado com os professores municipais em greve.

Após esse desrespeito à vontade da categoria, professores de base se revoltaram e começaram a jogar objetos no carro de som. Apesar de não concordarmos com esse método, compreendemos a reação destes professores.

Apesar desse ataque à democracia da categoria, é inegável que os professores estaduais de São Paulo obtiveram modestas, mas importantes conquistas em virtude desta greve.

Além da continuidade da luta, o grande desafio para o próximo período é o de unificar a Oposição para derrubar Bebel e sua turma da direção da Apeoesp.

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