Trabalhadores Gráficos de jornais de Minas Gerais na luta

Polícia militar de BH faz papel de jagunço para o patronato dos Diários Associados de Minas Gerais

Na ultima semana o sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas de Minas Gerais iniciaram uma jornada de lutas com paralisações e greves dos trabalhadores de jornais reivindicando melhores condições de trabalho, aumento real de 10% de salário como também ticket alimentação.

Na quarta-feira (14/09) pela manhã, trabalhadores do jornal Hoje em Dia paralisaram suas atividades para cobrar da patronal o atendimento de suas reivindicações, pois mesmo no ultimo período com o aumento do lucro dos jornais, nada é repassado para os trabalhadores responsáveis pela sua produção. A paralisação foi apenas uma advertência a patronal que se continuar sem querer negociar com os trabalhadores será necessário radicalizar, foi também um chamado aos trabalhadores que ainda não aderiram ao movimento que as suas conquistas só serão possíveis a partir do momento que todos organizadamente lutarem pelos seus direitos.

No período da tarde foi à vez dos trabalhadores dos Diários Associados de Minas Gerais, uma das maiores empresas do ramo de comunicação do estado fazerem uma assembléia para decidir o rumo que tomar para que suas reivindicações fossem atendidas sendo que até o momento o patronato se recusava a sentar na mesa de negociação. Os trabalhadores fizeram uma paralisação de advertência e em assembléia decidiram por instalar estado de greve, mesmo com a ação de gerentes da empresa que tentaram intimidar os trabalhadores, o que só colaborou para que os trabalhadores tivessem mais convicção de continuar a luta. Com a paralisação o patronato entrou em contato com o sindicato para negociar.

Na quinta-feira (15/09) mais uma vez foi feito uma ação na portaria do Jornal Hoje em Dia com um chamado aos trabalhadores a se articularem no sentido de radicalizar a ação devido a intransigência do patronato do jornal em não sentar na mesa de negociação com os trabalhadores.

À tarde novamente aconteceu uma assembleia em frente aos Diários Associados de Minas Gerais onde os trabalhadores paralisados aguardavam o resultado da reunião com o patronato, infelizmente zombando dos trabalhadores o patronato compareceu a reunião recusando a aceitar as reivindicações apresentada pelos trabalhadores e ainda por cima sem apresentar uma contra proposta.

Com isso os trabalhadores perceberam que não tinham mais como recuar e então decretaram greve. Agora era o momento de montar piquete e tentar convencer os trabalhadores dos outros turnos que não tinha comparecido a assembleia a aderirem à greve e fortalecer o movimento.

Diários Associados de Minas Gerais usam de ações ilegais para garantir a circulação de seus jornais

Na sexta-feira (16/09) a intransigência da patronal continuou, com a mesma se recusando a negociar com os trabalhadores. E para garantir a circulação do seu jornal o patronato preferiu utilizar de ações ilegais a negociar com os trabalhadores.

Inicialmente transferindo trabalhadores de outras sessões para substituir os grevistas, também obrigando os trabalhadores que não aderiram à greve a trabalharem além de sua carga horária, sendo que esses foram obrigados a trabalhar em regime de escravidão sem o direito de ir em casa tendo até que dormir na empresa.

Quando o sindicato ficou sabendo dessas manobras fez uma denuncia a procuradoria do trabalho, mais novamente burlando a lei o patronato articulou um plano para substituir os trabalhadores que estavam dentro da fabrica em regime de escravidão. Foi então que começaram a transportar dentro de carros de forma escondida trabalhadores fura greve.

Quando os trabalhadores que estavam em greve fazendo piquete em frente a fabrica descobriram essa ação tentaram impedir, mais usando do seu trafico de influencia junto ao estado, o patronato articulou com a policia militar uma ação para substituição dos trabalhadores que estavam dentro da fabrica em regime de escravidão por fura greve.

Policia militar de BH faz papel de jagunço para o patronato dos Diários Associados de Minas Gerais

Inexplicavelmente a porta do jornal começou a encher de policia, até o momento não tinha acontecido nenhuma ação que justificasse a presença de tamanho contingente policial, mesmo assim os trabalhadores continuaram de forma pacifica e legalmente com o piquete na porta da fabrica.

Em questão de segundos dois carros cheios de fura greves escoltados por viaturas da policia de ronda intensiva reprimiram os trabalhadores grevista na porta da fabrica forçando a entrada de trabalhadores escondidos em carros para substituir os que estavam em regime de escravidão dentro da fabrica. Por tanto de forma pensada e planejada em conjunto com a patronal a policia militar de Minas Gerais se prestou o papel de jagunço do patronato reprimindo os trabalhadores grevistas e ajudando o patronato à burla a lei, isto é a substituição de trabalhadores em greve.

Com um operativo e um aparelho repressivo já mais visto no bairro (mais de 30 policiais bem armados e 20 carros camburões) confirmado pelos moradores próximo do jornal que dês do primeiro momento declararam apoio aos trabalhadores. A policia militar a serviço do patronato de forma clara buscou dês do primeiro momento intimidar os trabalhadores em greve com o objetivo de garantir a tiragem do jornal, mesmo depois de conseguir seu objetivo através de uma ação pirotécnica a policia continuou em frente o jornal com um grande operativo intimidando os trabalhadores e fazendo o papel de segurança particular da empresa.

O patronato tentou de todas as formas intimidar os trabalhadores em greve ameaçando a demissão dos mesmos, como também utilizou uma equipe de jornalismo do seu grupo para tentar supostamente fazer uma reportagem mais com o objetivo claro de tentar gravar imagens dos grevistas para depois puni-los. Em nenhum momento buscou negociar com os trabalhadores, utilizando de todos os tipos de manobras para por o seu jornal nas bancas, que ironicamente noticiava a greve dos professores mineiros, dos correios e dos trabalhadores das obras do estádio Mineirão para copa do mundo, mais não escreveu nenhuma linha sobre os trabalhadores do seu jornal que estavam em greve.

Os trabalhadores foram até a procuradoria do trabalho para denunciar as ações ilegais do patronato, sendo que uma fiscal da procuradoria compareceu até o jornal para apurar as condições de trabalho como também as denuncias feitas pelos trabalhadores, posteriormente será feita um relatório.

E reunidos em assembleia os trabalhadores reafirmaram a continuidade da greve, por tanto a luta continua até que a intransigência do patronato caia por terra e as reivindicações dos trabalhadores sejam atendidas.

Solicitamos as organizações de luta da classe trabalhadora a fazerem moções de repudio à ação da policia militar de Minas Gerais como também ao patronato dos Diários Associados e de solidariedade aos trabalhadores gráficos do jornal na luta por melhores condições de trabalho. 

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