Salários diferenciados – novo ataque contra professores em São Paulo

A categoria dos professores da rede pública estadual de São Paulo enfrentou ataques violentos por parte do governo Serra e da grande mídia burguesa. À longa lista de ataques somou-se a declaração da secretária de educação relativa à criação do Idesp (Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo), que servirá como um instrumento para implementar a política de reajustes e abonos diferenciados, visando dividir nossa categoria, que terá ainda mais dificuldades de travar a luta de forma unitária.

Ataques alinhados de tucanos e petistas

Essa declaração tornou também evidente o alinhamento entre os projetos políticos de tucanos e petistas, uma vez que no plano federal, o Ideb funciona sobre a mesma perspectiva.

O Plano de Desenvolvimento Educacional do governo Lula e as 10 metas Educacionais do governo Serra possuem a mesma natureza neoliberal: busca por índices com baixo investimento. A diferença está no fato de que, enquanto Lula liga a destinação de verbas para as escolas mediante bons resultados nas avaliações externas, Serra condiciona o reajuste para os educadores de acordo com seu merecimento, avaliado também em provas externas gerais.

O aprofundamento dessas políticas foi auxiliado pelo nefasto papel exercido pela direção de nosso sindicato, que temia ver o alinhamento político entre ambos se tornar perceptível aos olhos de todos e todas.

Corpo-mole da direção da Apeoesp

Vale lembrar que temos uma campanha salarial pela frente e que a direção de nosso sindicato certamente vai seguir o roteiro de continuar com o corpo-mole do ano passado para impedir que a lama respingue sobre o governo Lula, que aplica a mesma política que Serra no plano federal.

Nesse sentido, torna-se necessário utilizar as eleições de nosso sindicato, nos dias 5 e 6 de junho para varrer de vez a burocracia sindical, que há 35 anos dirige nosso sindicato sem efetivar uma luta coerente contra os ataques direcionados aos professores, e colocar a APEOESP na linha de frente da luta por uma sociedade sem exploração e independente de qualquer partido ou governo.

Certamente os ataques de Serra serão ainda piores esse ano, uma vez que este sabe do atrelamento da direção de nosso sindicato a seu irmão siamês do governo federal, e aproveitará a desmobilização provocada por tal realidade, em que a direção da APEOESP não leva a luta até a última conseqüência para vir com tudo contra a categoria.

Nesse contexto, a única chance real que temos para realizar o enfrentamento é construindo uma greve que unifique os professores, a comunidade escolar e o conjunto do funcionalismo público do Estado de São Paulo.

Nós, Educadores Socialistas na Luta, participamos da construção da Oposição Alternativa e convocamos todos os lutadores a participar da Oposição Unificada para colocar nosso sindicato nos trilhos de uma luta efetiva pela educação pública, gratuita, de qualidade e para todos e também nos trilhos da luta socialista, contra a exploração capitalista.

 

Ataques de Serra à educação a aos professores

• Aprovação do SPPREV.

• Decreto sobre estágio probatório.

• Envio de projeto à Assembléia Legislativa que limita o número de atestados médicos.

• Confisco salarial através da retirada do adicional de local de exercício (ALE) de muitas escolas.

• Confisco de um dia de férias do titular de cargo no processo de atribuição de aulas.

• Coordenador pedagógico indicado pelo diretor da escola e supervisor de ensino.

• Imposição de uma organização curricular que exclui disciplinas importantes como sociologia e psicologia.

• Manutenção do arrocho através da política discriminatória de bônus;

• Manutenção da Resolução SE-60/2006 que obriga os professores das escolas de quatro turnos a ministrarem aulas aos sábados.

• Imposição de conteúdos mínimos para todos os componentes curriculares.

 

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