Se perseguem e criminalizam uma, perseguem e criminalizam todas

O ano de 2012 em nosso país iniciou com enfrentamentos importantes das mulheres e da classe trabalhadora, fosse na luta pela demarcação de terra dos indígenas, a luta pela moradia que teve sua expressão maior com a desocupação do Pinheirinho e agora as greves das PMs e bombeiros na Bahia e no Rio de Janeiro, em todas estas lutas as mulheres do PSOL foram parte ativa na solidariedade de classe ou na intervenção concreta dos processos.

Em todos estes processos de luta a grande mídia, em especial a Rede Globo, cumpriu um papel nefasto em desinformar e ganhar ideologicamente a sociedade brasileira para a criminalização e repressão aos movimentos sociais, o ápice disso aconteceu na semana passada quando se veiculou em um dos jornais da Rede Globo a conversa entre a deputada estadual Janira Rocha (PSOL-RJ) e Cabo Daciolo, uma das principais direções do movimento dos bombeiros do Rio de Janeiro. O celular da companheira Janira Rocha havia sido grampeado, violando a imunidade parlamentar que ela tinha direito, este monitoramento das direções de movimentos sociais e parlamentares da esquerda era prática adotada pela ditadura militar e que hoje vemos esta prática ser retomada paulatinamente pelos governos municipais, estaduais e federal.

As mulheres do PSOL vêm a público se solidarizar e apoiar neste momento a companheira Janira Rocha, que vem sendo alvo de ataques vis da burguesia, tendo ameaçado seu mandato e mesmo assim não mudando sua posição em favor dos trabalhadores da segurança pública que estão em greve no Rio de Janeiro.

Para nós do PSOL a ampliação da participação das mulheres na política está diretamente ligada as lutas da classe trabalhadora e dos movimentos sociais. Sabemos o quanto é difícil ocupar o espaço que hoje a companheira Janira Rocha ocupa na ALERJ, sendo oposição de esquerda ao governo de Sérgio Cabral e não baixando a cabeça para a permanência do status quo naquele espaço. Sabemos que não basta ser mulher na política para contribuir para uma mudança social radical em nosso país, é preciso ser mulher e ter compromisso com as lutas sociais que tem acontecido no seio do Brasil.

O lugar que foi construído para nós mulheres na sociedade não foi o da política, mas sim o do espaço privado de cuidados domésticos e do trabalho reprodutivo, para nós mulheres do PSOL a atuação da camarada Janira Rocha neste processo da greve dos trabalhadores da segurança pública no Rio de Janeiro aponta que o lugar da mulher é na política, e mais, é na política e do lado das lutas dos movimentos sociais e da classe trabalhadora, sem medo de apontar na cara da burguesia suas contradições mais profundas.

A ameaça que se faz de retirarem o mandato da nossa camarada é um ataque frontal a luta socialista, mas também a luta das mulheres por maior inserção na vida política em nosso país e não deixaremos esta ameaça ser levada a cabo pela burguesia e seus asseclas.

Todo apoio e solidariedade à camarada Janira Rocha!

 

Você pode gostar...